The reality is such cruel

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Perdão qualquer erro, se tiver sinalizem🔺

Alerta gatilho⚠️

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Eu não aguentava mais aquilo. Ouvia o barulho dos tapas, os gritos, o choro... Eu não conseguia mais suportar a dor de me sentir tão incapaz. Eu precisava agir.

Abri o guarda roupa daquele homem, não consigo ver ele como algo a mais que isso. Afastei as roupas, joguei algumas no chão e mexi na gaveta camuflada que tinha. Ela estava trancada mas eu não faço ideia como destrancar.

Observei o quarto, olhei ao guarda roupa e peguei o suporte dos cabides. Comecei a bater seguidas vezes no objeto de madeira que aos poucos iam se rachando. Quando o próprio suporte não resolvia eu bati com minhas mãos fechadas em punho, o que saiu um pouco de sangue mas eu não me importei com a ardência que eu sentia.

Lá tinha a minha saída. Peguei o objeto de um produto muito resistente o que não sabia dizer se era titânio, aço, ferro... Ainda não cheguei nessa fase na escola. Não sabia se a arma estava carregada ou não mas eu não precisava disso.

Abri a porta sentindo meu coração bater oitenta vezes mais rápido e eu me aproximar a parede pra ele não me ver chegando. Eu não costumava ver essas cenas, já era ruim de mais ouvir, ver então acho que era uma tortura... Ele nunca se importou se era na minha frente mas eu sempre corri pra longe.

Porém hoje não, hoje eu não vou ser mais incapaz, eu vou mostrar pra ele que eu não sou mais uma criança.

Vi aquela situação e quis chorar de despero. Minha mãe coberta de sangue enquanto gritava de dor e ele continuava batendo nela. Meu corpo queimou em ódio, eu podia sentir meu sangue borbulhar e então apontei a arma pra ele.

— Solta minha mãe agora! — Meus olhos arderam quando ele me olhou. Eu tremia, mesmo armada tinha medo dele me bater.

— Solta essa arma agora, Billie.

— Solta minha mãe, seu filho da puta!

— Essa briga é minha e dela, para de se meter em uma coisa que não é da sua conta.

Atirei no chão e ele pulou. Minha mãe me olhava negando entre lágrimas.

— Solta essa arma sua vagabunda!

— Bill, solta isso por favor. — Minha mãe pediu com uma voz chorosa.

— Eu só vou soltar essa arma quando ele sair daqui. — O homem me olhou.

— Quer apanhar igual sua mãe, Billie? — Apertei o gatilho e a intenção era ser na sua perna mas parece ter pegado só de raspão.

— Ah! Filha da puta! — Gemeu de dor. Meus olhos transbordavam de água.

— Sai da minha casa agora! — Ele me encarou com raiva, me trazendo muito medo, aqueles olhos dele me traziam um pavor. Apontei a arma pra ele até ele sair na porta e eu fui lá e tranquei.

Tranquei todas as janelas e fechei as cortinas. Joguei a arma no tapete e corri até minha mãe que chorava, eu queria chorar igual a ela, porque eu sentia uma dor como se tivesse apanhado também.

— Eu vou cuidar de você, mamãe, eu não sou mais uma criança, eu consigo.

Billie Eilish, 9 anos.

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Acordei dos meus desvaneios com alguém abrindo a porta.

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