Fidelidade

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Briggete Lundy

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Tava ouvindo a conversa da galera da roda calada mas com a boca ocupada com um copo. Eles estavam a horas falando de um puteiro, sei lá o que merda é essa, próximo a aqui.

Tava quase dormindo com a cabeça apoiada as mãos.

— Eu conheci uma menina lá... Porra, demais. — Matthew comentou.

— Então vamo lá. A gente dá uma passada e vê como é que é. — Balancei meu copo sorvendo do último gole no fundo do meu copo ainda com uma cara de tédio nada apreciável.

— Eu apoio. Paga quanto na entrada? — Franzi meu cenho.

— Cinquenta. — Começaram a levantar e eu encarei eles.

— Gente, ótimo rolê a todos mas eu tô indo pra casa. — Mexi no bolso pra dar minha parte mas eles começaram a discutir.

— Não, brig, você vai com a gente. — Ri baixo e neguei ainda procurando minha carteira.

— Desculpa, mas não vou não. Não curto esses cafofos que vocês vão e já tô com sono e tenho que terminar um arquivo pra mandar pra o trabalho.

— Não vai não, você sempre fura o final do rolê por causa disso.

— É porque é sempre esse motivo. — Apanhei o dinheiro em minha mão — Tá aqui minha parte.

— Brig, por favor vai, só hoje. — Matthew pegou em minha mão.

— Vai, por favor. — E começou o coral.

Fiquei encarando eles pensando seriamente em sair correndo. Eu tenho uma mania horrível de não querer decepcionar ninguém.

— Ok — Suspirei — Mas que seja rápido.

Eles comemoraram e entramos nos dois carros pra irmos ao tal cafofo. Não acredito que iria me meter nesses cantos.

(...)

Já estou me arrependendo de não ter dito não logo quando me chamaram e na verdade, logo quando começaram a falar sobre eu já devia ter inventado que meu peixe morreu afogado e said correndo com os pés batendo na bunda.

Na entrada tinha dois guardas do tamanho de uma árvore de pinheiro que pegavam o dinheiro da entrada. Eu e os meninos passamos e eu cogitei a ideia de dizer que não tinha o dinheiro.

— Gente, acho que... Tô sem dinheiro aqui. — Fiz a minha melhor cara de frustração — Desculpa, tô indo...

— Eu pago pra você, relaxa. — Matthew se prontificou e pagou o meu e o dele para o segurança.

Bufei irritada e entrei ouvindo a música alta e as luzes por todo o local que parecia ter um tema neon.

A gente foi se ajeitando procurando um lugar pra ficarmos mas pelo jeito só tinha próximo a bancada de bebidas. Ficamos por lá mesmo.

— Vão querer beber o quê? — As respostas auternaram entre vodka, cerveja, caipirinha ou até um drink que o próprio estabelecimento servia.

— E você, Brig?

— Nada, tô bem. 

E conversa vai e conversa vem, nada dessa galera decidir ir embora.

— Ela vai se apresentar daqui a poucos minutos...

— Tu se deu bem. — Matthew fez uma leve comemoração e os meninos riram junto a ele.

Respirei fundo e cruzei os braços olhando para os lados e avaliando cada rosto que passava por aqui. Uns velhos caquéticos, com o CPF quase cancelado e o INSS já rondando em cima.

Oneshots||Billie Eilish  Onde histórias criam vida. Descubra agora