01

8.1K 230 9
                                    

Ninguém nunca me falou que seria fácil,mas também não me falaram que seria difícil pra um caralho.

Acordo todos os dias às quatro da manhã e vou pro meu corre de todos os dias,como eu trabalho em padaria eu paro por volta de meio dia e vou correndo pra lojinha de roupa que trabalho lá no asfalto.

E como eu ainda só tenho 17 anos,eu tenho que estudar,e eu vou pra escola a noite por conta de ser o único momento que não estou trabalhando. Meu pai sempre me falou que o estudo é a chave que abre mil portas. Felizmente esse foi um dos muitos conselhos dele que ouvi,hoje não ouço mais nenhum,só sinto a enorme saudade desde que ele se foi.

Eu moro com minha vó,que já está de idade coitada,então eu trabalho pra ajudá-la nas despesas de casa pois a aposentadoria dela não é o suficiente para arcar com remédios,aluguel e as contas. Minha mãe também mora aqui na Nova Holanda com o marido sei lá o que aquele homem é dela,só sei que ela não pode trabalhar por conta de uns problemas de saúde que ela tem,aí eu ajudo ela com as despesas,já que o vagabundo do marido dela não faz nada da vida a não ser ficar se drogando.

Por isso eu trabalho em dois lugares,eu não trabalho de carteira assinada em nenhum dos dois,eu tentei de todas as formas arranjar algo de carteira assinada como jovem aprendiz,mas não consegui. Pra eu estar nessa lojinha de roupa que trabalho eu tive que implorar pois eu estava precisando muito do emprego. Na padaria eu sou balconista e sirvo as pessoas,graças a Deus é um ambiente super tranquilo nos dois.

Eu não penso em fazer faculdade por que é algo muito difícil já que eu não tenho tempo pra estudar,mas penso em fazer um curso no senai pra dar uma ajudada.

Prof:Maria Luiza?!Tá tudo bem?-ouço e levanto minha cabeça dispertando do meu soninho.

Malu:Tá sim,desculpa aí.-pego a caneta e começo a anotar.

Fiquei tentando prestar atenção na explicação da professora mesmo estando com a cabeça lá em casa pensando no pratão que vou comer quando eu chegar.

A aula acabou e eu comecei a subir o morro,parte que mais cansa,é um entra e sai de viela até realmente chegar na minha casa que era bem longe da barreira.

Feijão:Aí menina!-ouço me gritarem e paro olhando pra trás.-Chefe mando falar que a partir do mês que vem o aluguel da casa da tua mãe e da senhora lá vai ficar cem reais a mais.

Deu até vontade de desmaiar depois que ouvi isso,eu pago o aluguel da casa da minha mãe sozinha e ainda ajudo minha vó pagar,e a casa que elas moram  nem é nada demais assim,o aluguel é 600 reais,fora o que a gente que é morador sempre paga sozinho por conta das trocação de tiro que tem em dia de operação que sempre quebra uma janela e coisas assim.

Feijão:Qual foi,tá tudo bem aí?-paro de olhar pra um ponto fixo e respondo ele.

Malu:Tá,tá sim.-falo seguindo meu caminho quase chorando.

Entrei em casa e fui direto no quarto da minha vó dar um beijo nela e depois fui no meu quarto deixar a mochila lá e o tênis.

Fui esquentar minha comida e depois comer tudinho e ainda repeti,primeira refeição do dia concluída com sucesso. Tomei um bom banho e cai mortinha na cama,nem quis pegar no celular pra ver nada,só queria dormir.

Minha Dama Onde histórias criam vida. Descubra agora