Capítulo 1 - Você sabe quem eu sou?

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Narrador

- Eu sei, eu sei, Viviane - Juliette diz com o celular apoiado no ouvido e no ombro - Mas eu não to atrasada! - Mentiu.

- É claro que tá! - Viviane fala do outro lado da linha, sua melhor amiga era um tanto quanto incoveniente - Eu te conheço, Juliette.

E conhecia mesmo. Ambas costumavam dizer que eram desgêmeas. Irmãs de alma. Se conheciam desde pequenas e viviam na casa uma da outra.

- Eu só não entendo o porquê de você querer arranjar um emprego - Pocah, apelido que Juliette deu para Viviane, fala com desdém.

- Oxi, e qual o problema nisso? Agora eu não posso querer trabalhar mais não, é? - Pergunta Freire mesmo sabendo que sua condição financeira pagaria muito mais de um salário mensal. Ela só queria não ter o peso na consciência de que é dependente de seus pais.

- Tirando que você é rica, não sei...

- Tchau, vou desligar... Tenho que estacionar aqui. - Nem esperou ela encerrar a chamada, jogou o celular no banco do passageiro e se concentrou para estacionar o carro em uma vaga.

- Aí cacete, aí caramba. Uma vaga, uma vaga, pufavô. - Juliette diz enquanto corria os olhos apressadamente pelo estacionamento lotado - Aha! - Exclama sorrindo quando finalmente avistou uma vaga ao longe.

À sua esquerda, ela viu que uma Lamborghini preta também parecia estar à procura de uma vaga. E dentro dela estava Sarah Andrade, a chefe do império pelo qual os Freires tanto lutavam para conquistar. A temida Andrade é uma empresária renomada e bem-sucedida, que levou sua empresa a ser uma das maiores do mundo, sendo disputada apenas pela Indústria Freire.

- Ah, não! - Juliette diz, acelerando seu carro. Pisou fundo no acelerador e observou o ponteiro do velocímetro subir.

- Toma essa, idiota! - A morena diz, olhando pelo retrovisor, não iria deixar ninguém roubar sua vaga, era uma questão de honra.

Como resposta, o outro carro acelerou, e logo já estava colado na traseira do seu.

- Cai fora, Cai fora... - Repetia baixinho.

A motorista do carro acelerou e cortou bruscamente à sua frente, obrigando-a a frear. Virando as rodas do carro, ela estacionou perfeitamente na vaga, deixando Juliette completamente furiosa. Num pulo, Freire abriu a porta e gritou.

- ESSA VAGA ERA MINHA, SUA IDIOTA BOBONA! - Fala, apontando para o espaço que já não está mais vago.

Calmamente, a porta da Lamborghini se abriu e dela saiu uma mulher que não parecia ser deste mundo, tão linda que era. Ela vestia um vestido colado, mas não vulgar, de cor vinho.

- Ué, não vi seu nome escrito nela. - A mulher diz com um sorrisinho no canto da boca, olhando a morena de cima a baixo. - E outra, eu estaciono onde eu quiser, bebê.

- Ora, sua... - Juliette praquejou fazendo uma pausa - Tu não tem educação? Sua, ... Sua... Argh! - Bufa irritada, batendo os pés no chão como uma criança birrenta. Um costume seu quando estava furiosa.

- Procure outra vaga e fim de papo. - Disse a mulher, trancando o carro impaciente com aquela situação.

- Minha vontade é de te atropelar, idiota, e fim de papo. - Freire ameaçou, sentando-se novamente em frente ao volante e fechando a porta do seu carro. - Boa, Juliette, maravilha... Está atrasada! - Disse arrancando com o carro em busca de outra vaga.

Love Contract Hot - Sariette [Revisando] Onde histórias criam vida. Descubra agora