No capítulo anterior
"Juliette forçou um sorriso. Só se ser simpática agora tinha mudado de sentido e significado, ao contrário, A Andrade não passava de uma babaca. Demorou pouquíssimos minutos até que Carla a conduzisse pelo corredor em direção à sala de Sarah. Na última porta do corredor, a secretária parou, deu duas batidas e abriu a porta, fazendo um sinal para que a Freire passasse. A sensação era como se estivesse entrando em de uma jaula cheia de leões. A diferença é que atrás da grande mesa encontrava-se Carolline, sentada em sua cadeira, esperando pela mais baixa.
- Obrigada, Carla. - Sarah diz séria - Pode ir agora. - A secretária rapidamente obedeceu saindo da sala e as deixando sozinhas - Sabia que conheço o seu pai, senhorita Freire?"
(...)
Narrador
- Meu pai é dono da maior empresa do Rio, não me admira tu saber quem é ele, todo mundo sabe - Juliette empinou o nariz, respirando fundo, equilibrando-se nos saltos e deu dois passos para frente.
- Por favor, sente-se - Sarah pede apontando para uma das cadeiras que estavam em frente à sua mesa - O que me admira é você, sendo filha dele, vim a procura de um emprego justamente aqui.
- Aqui é uma ótima empresa e tenho qualificação o suficiente - A morena realmente tinha, havia terminado os estudos, além de cursos que a mesma fez ao decorrer de sua vida.
- Okay... Bom, como você já sabe, eu sou Sarah Andrade - A empresária toma uma postura séria, colocando seus cotovelos na mesa de madeira. - E corrigindo a senhorita, a melhor empresa de São Paulo é a OPYA.
" Simpática... ", Juliette quase riu ao lembrar da palavra usada por Carla.
- Vejo que você, Juliette, é... - A morena a interrompe.
- É senhorita Freire. - Corrige.
Por mais que, provavelmente, tomasse o pior chute de sua vida, jamais deixaria barato. Sarah havia lhe roubado a vaga, ela devia, pelo menos, um pedido de desculpas.
- Senhorita Freire, é claro... - Carolline se corrigiu sorrindo - Como eu ia dizendo, caso eu te empregar - Começa a falar mexendo no currículo, balançando a cabeça para cima e para baixo - Será seu primeiro emprego, então você não tem nenhuma experiência - Ela diz tentando esconder um sorriso de canto - Mas isso é apenas um mero detalhe. Além de ser um belo currículo, eu não devo deixar de comentar o tamanho da sua beleza. - Completou, fazendo Juliette corar.
- Er... Obrigada!
- Por que precisa desse emprego se não tem necessidade?
- Problemas pessoais.
- Eu adoraria saber sobre seus problemas pessoais... - Sarah fala se reclinando em sua cadeira.
"Meu Jesus, o que tem de linda tem de curiosa... ", Juliette pensou. - Preciso desse emprego, pois não quero mais morar com meus pais, e preciso me sustentar sem precisar depender do dinheiro do meu pai.
- O que o senhor Freire vai achar disso tudo?
- Ele não tem que achar nada, oxi! sou maior de idade, posso fazer o que eu bem entender!
- Nossa... Que garota rebelde! - Sarah debocha.
- Tu me chamou para me entrevistar, ou pra saber o quanto eu sou rebelde? - Totalmente grossa e sem paciência, a morena responde.
- Hum... - Carolline fez um som na boca enquanto fazia anotações em um pequeno bloco de notas - E você acha que daria conta de trabalhar para uma empresa tão grande quanto a OPYA? Ainda mais sendo secretaria pessoal da presidente?
- Eu posso. - Juliette responde com total segurança em sua voz - Tenho plena certeza disso.
- E se você fosse convocada para uma conferência em um final de semana em outro país?
- Eu iria tranquilamente, nada me impossibilita. - Responde dando de ombros.
- Você sabe que o salário que receberá aqui será alto, mas posso aumentar ainda mais, se você quiser, é claro. - Sarah sorri.
- O que exatamente eu teria que fazer pra isso acontecer? - Freire pergunta a encarando.
- Calma lá, uma coisa de casa vez. - Carolline diz, dando uma piscadela - Tenho somente três regras, e exijo que elas sejam cumpridas. - Diz inclinado-se para frente, em um olhar intimidador - A primeira é obediência, o que eu mandar e falar, é lei. A segunda é lealdade, não permito relações com concorrentes. E a terceira é compromisso, se você me disser que vai fazer alguma coisa, você tem que fazer essa coisa. E, senhorita Freire, acha que é mulher o suficiente para cumprir essas regras?
- Jamais me subestime, senhorita Andrade. - Juliette diz séria.
- E se eu pedisse uma opinião... Sobre negócios, ou coisas pessoais, o que você faria?
- Se você me pedisse... - A morena ressaltou - Eu responderia o que penso em relação ao assunto.
- Okay. - Sarah faz mais anotações - Sem ser influenciada pelo o que penso?
- Sim.
- Okay, vamos fazer um teste. Na minha opinião, hoje no estacionamento a vaga era pra ser minha, porque eu a vi assim que entrei, e também penso que não foi nada educado o que me disse, tanto no elevador quanto no estacionamento. E então? Qual a sua opinião quanto a isso?
Ae, Sarah queria jogar? Quer testá-la? Pois a Andrade iria saber o que Juliette realmente pensava. E não era muito agradável.
- Na minha opinião, eu vi a vaga primeiro e você foi sim uma idiota, e acho que tu me deve um pedido de desculpas! - A mais baixa diz sincera e Sarah sorri anotando outra coisa - Senhor, o que tu anota tanto?! - Juliette pergunta, sentindo o nervosismo crescer ainda mais dentro de si.
- Ouça, senhorita Freire, não preciso de mais empregados puxa-saco e então, se for contratada, é exatamente assim que deve agir, com verdade.
- O quê?! - Juliette fala surpresa. Esperava, no mínimo, que fosse mandada se retirar da sala, afinal, ela a chamou de idiota diversas vezes.
- Mais uma coisa, se vier trabalhar aqui, saiba que o "Senhorita Andrade" só será usado quando eu estiver acompanhada de alguém de fora da empresa. Aqui todos nos chamamos pelo nome, então você me chama de Sarah, e eu te chamo de Juliette. Entendido? - A morna assente - Ótimo, já que tenho seu telefone, qualquer coisa eu te ligo, Juliette.
Sarah fala, se levantando, ficando de frente com a morena e estendendo a mão para Juliette, que a imitou e apertou sua mão gentilmente, logo depois virando e saindo pela porta. A empresária suspirou e pegou o papel onde fizera as inúmeras anotações e nele, com a caligrafia delicada, seguia os seguintes adjetivos.
- Bonita.
- Sincera.
- Gostosa.
- Emotiva.
- Mandona.
- Orgulhosa.
- Responsável.
- Encantadora.Pegando a caneta novamente, Sarah adiciona mais uma qualidade. Os olhos da morena, definitivamente.
Enquanto isso, Juliette saia quase tropeçando pela porta.
- E aí, como foi a entrevista? Se saiu bem? - A secretária loira pergunta curiosa e preocupada pela cara da morena.
- É... Talvez. - Juliette responde respirando fundo.
- Por favor, acalme-se! - Carla diz, a apertando gentilmente pelos ombros - Sarah leva muito em conta nossas qualidades, fique tranquila, querida.
A Freire forçou um sorriso, sabia que a Andrade não ligaria para ela e estava mais do que na cara. Estava perdida, completamente perdida... Afinal, Juliette não aguentaria ficar mais um dia em sua casa, com seus pais falando no seu ouvido.
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Continua...
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Love Contract Hot - Sariette [Revisando]
FanfictionSarah Andrade esperou toda a sua vida para vingar a morte dos seus pais. Ao conseguir se casar por contrato com a filha de um dos assassinos das pessoas que ela tanto amava, a Andrade começa uma guerra de poderes. Quem venceria esse jogo? O Sr. Frei...