Capítulo 27 - Cartas na Mesa

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No capítulo anterior

"— EU NÃO VOU TE ESCUTAR, PORRA! MEU PAI NÃO É UM ASSASSINO! - Juliette gritava e chorava, e Sarah não estava diferente.

— Eu te odeio, Sarah! Eu me odeio por ter acreditado em você.

— A única pessoa que você deveria ter ódio aqui era do seu pai, que mentiu a vida inteira pra você. - Segurou o braço da mais baixa com força — Não coloque uma capa de herói nele.

— Me solte. - Tentou tirar seu braço das mãos firmes da Andrade — Me solte, sua babaca! - Com a outra mão Juliette acertou um tapa estalado no rosto de Sarah, que por impulso se afastou."

(...)

3/10 - Narrador

— Não acredito que você contou pra ela, Sarah - Thaís falou surpresa e completamente brava — Pela sua cara ela não deve ter reagido nada bem... Por isso combinamos dela saber aqui.

Não, Thaís. Eu amo a Juliette e não quero perde-la, não dessa maneira. - Sentou no sofá de sua casa com o rosto inundado de lágrimas — Você não sabe como doeu em mim na hora que ela saiu do hotel chorando, eu nem sei se ela já tá aqui no Rio.

— Está. Viviane me ligou pra falar que Juliette tava com ela - A Andrade encarou a advogada — Mas não contou nada ainda, disse que Juliette tá realmente muito mal.

— O que eu faço, Thaís? Nunca me senti tão confusa como to agora. E tem a Bê que viu Juliette chorando... me custou muito fazer ela dormir e esquecer o que viu.

— Sarah, falta do aviso não foi. - A mais baixa se sentou ao lado da amiga — Eu falei com todas as palavras e não uma, mas várias vezes, que nesse jogo tinha consequências e você me disse que tava disposta a enfrenta-las.

— Por Deus, eu tava enganada! Achei que poderia viver sem ela, como eu ia imaginar que iria me apaixonar justo por ela? - Sarah disse com a respiração pesada — Preciso ir atrás dela, preciso dela aqui do meu lado, Thaís, você não entende que ela é meu ponto de paz?

— Sarah, amanhã você tem que ir ao tribunal. Você vai enfrentar o seu maior inimigo, assim como você sempre esperou. - A morena levantou sua amiga — Você é uma Andrade, e eu nunca vi uma Andrade abaixar a cabeça, muito pelo contrário.

— É, você tem razão...

— Olha, eu prometo a você que viro o mundo se possível pra fazer Juliette te escutar, vou ligar pra Viviane pra ela não falar nada, Juliette tá machucada demais, vou te dar a chance de abrir os olhos do teu amor. - Pegou nas mãos da amiga — Faço tudo isso se você prometer pra mim que vai entrar naquele tribunal e irá mandar o Freire pro inferno da prisão.

Sarah ficou em silêncio e abaixou a cabeça por um instante, para logo depois levantar e encarar sua advogada.

— Eu não chegou até aqui pra desistir no final, né? - Soltou um pequeno sorriso — Eu sou Sarah Andrade, a dona da maior indústria de jóias do mundo e a...

— Rainha do jogo. - Completou Thaís abraçando forte a brasiliense — Você é invencível, porra! E vai mostrar ao mundo o poder da família Andrade.

— É isso, pode deixar. Ligue pra Viviane e diga à ela pra não dizer nada pra Juliette, assim como você falou. - Se apressou em dizer — E depois quero que você me fale tudo que aconteceu nesses dias que eu tava fora.

— Vou ligar, aproveito e digo pra Beatrix vir aqui.

Thaís fez o que havia falado, ligou para Viviane e implorou para ela não contar nada à Juliette. No começo foi difícil convencer, mas ela acabou aceitando o fato de que a Freire estava bastante mal. Logo depois ligou para Beatrix pedindo para que ela viesse até a casa de Sarah, a mesma disse que chegaria em menos de trinta minutos.

— Temos muitas coisas pra resolver... E precisamos estar muito atentas, o Freire, apesar de tudo, tem muitas estratégias e chances de driblar isso tudo.

— Não podemos deixar isso acontecer de jeito nenhum. - Sarah alertou.

— E não vamos. Viviane tá sendo uma ótima informante e vai ser testemunha ao nosso favor. Qualquer coisa que o Freire apresentar ao juiz será respondido a altura por nós, não se preocupe.

— Será que Juliette vai tá lá?

— Mesmo se ela for, Sarah, você não pode perde o foco - Sua advogada a repreendeu — Você terá a sua chance de falar com ela, só tenha calma, as coisas não se resolvem de uma hora pra outra e calma é a melhor coisa nesse momento, isso tudo já tá quase acabando.

— Isso tudo só acaba quando as coisas forem reveladas e as pessoas são desmascaradas. - Sarah disse com a voz firme — Você sabe quem é o centro disso tudo, Juliette é como se fosse a carta da sorte.

— Cuidado pra essa carta não ir pro outro lado, Sarah...

— Não quero perder ela, não quero perder a única pessoa que tem o controle sobre mim.

— Depois de algum tempo você começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas. Comece a aceitar que a vida é feita por etapas, Sarah, pessoas não são bonecos que você pode brigar e machucar depois.

— Eu nunca quis machucar Juliette...

— Eu também não quis machucar Beatrix, mas machuquei. Eu poderia falar pra ela o quanto eu me arrependo por tudo que a fiz sofrer, e o quanto eu desejo que ela volte pra mim, mas eu acho que nunca terei essa oportunidade.

— Você nunca mais tentou.

— É que as vezes o coração avisa que não dá mais pra correr atrás de quem nem te quer por perto.

— Acho que no final disso tudo, sempre seremos destinados a dizer adeus, coisas que acontecem de maneira errada sempre acabam de maneira errada, mesmo tentando nunca irá dar certo.

— Mas você em que dar certo com Juliette, eu vou ser tipo a mãe de vocês duas, vou fazer de tudo pra vocês ficarem juntas. Olha, eu não sou de falar isso, mas vocês formam um casal lindo.

— Sério? - Sarah abre um sorriso.

— Muito sério.

A conversa foi interrompida por Beatrix que entrou pela porta com várias pastas em suas mãos.

— Atrapalho alguma coisa? - Beatrix pergunta deixando sua bolsa no pequeno sofá — Será que dá pra você me ajudar aqui? - Ela falou para a Thaís que rapidamente pegou as pastas das mãos da menor.

— Que pastas são essas? - Sarah perguntou interessada.

— São todos os planos do Freire, Viviane teve a brilhante idéia de tirar cópia de tudo. Acabou, Sarah, o que quer que ele tenha em mente tá tudo aqui. - Beatrix disse animada, mas logo se calou após ver a expressão de Sarah, que estava desanimada.

— O que aconteceu?

— Sarah contou pra Juliette sobre o pai dela... E já pode imaginar o que aconteceu.

— Porra, mas o plano era ela saber já estando aqui no Rio, Carolline! - Beatrix disse alterada.

— Eu sei bem como era o plano, porque fui eu quem o planejou.

— Ela não queria machucar Juliette, mas nem adiantou. O plano continua sendo o mesmo e Viviane não irá contar nada pra Juliette, mas a Sarah sim. - A morena apontou para sua cliente que concordou — Pelo menos alguém tem que dar certo no amor aqui, né?

— Vocês não estão focando no plano. - Beatrix disse alterada.

— Como não? A Juliette é a principal.

— Não, porra! V.O.C.Ê é a principal, só que estava cega o suficiente pra colocar a Juliette na frente da sua vingança.

Beatrix estava tão brava que não controlava suas palavras. Assim como Sarah, ela guardava esse dia por anos de sua vida, e ela não permitiria que a Andrade acabasse com tudo por causa de um amor.

— Eu nem sei mais se quero fazer isso...

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Continua...

Love Contract Hot - Sariette [Revisando] Onde histórias criam vida. Descubra agora