Que sufoco

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>> Evelin

Enfim recuperada e de volta aos trilhos, recebo alta hoje. Jack não poderá me acompanhar já que anda bastante ocupado e tentando contornar os boatos sobre nosso namoro que ainda estavam bem vivos na tv.
Troco de roupa e me sinto super bem por finalmente está usando uma roupa confortável. Uma calça moletom quentinha com uma camisa de manga longa e um daqueles "chinelinho de jesus" que eu amo. Sim, eu chamo de chinelinho de jesus, porque parece bastante com aqueles que a gente via nas séries bíblicas que tinha na Record.
Meu cabelo enrosca na alça da minha bolsa, e só assim eu consegui perceber que ele está imenso. Preciso corta-lo já que o mesmo ja estava passando da bunda. Com tudo pronto, apenas preciso ter paciência para receber minha alta. Vejo a médica responsável pelo o meu caso me fazer a visita diária para checar meu estado de saúde e para garantir que terei minha alta. A doutora cheon é extremamente inteligente e eu tive o prazer de trabalhar ao lado dela como sua enfermeira auxiliar, é incrível o que essa mulher consegue fazer. E hoje, estou viva graças as suas mãos habilidosas.
— Evelin, como está se sentindo essa manhã? - perguntou-me com o rosto cheio de vida e com um sorriso imenso.
— Estou ótima, doutora. Obrigada. Só quero ir embora logo. - ela dá uma pequena risada do meu desespero de sair logo de lá.
— Compreendo bem. Vou só chegar seus sinais e irei te liberar.
— oh glória. - digo em santificação.
— Evelin? - doutora chama me atenção enquanto checa minha pressão.
— doutora? - pergunto esperando o que ela tem a me dizer.
— tenha cuidado ao sair, lá fora está cheio daqueles repórteres inconsequentes e desprezíveis. Saia pelo os fundos, sim?
— obrigada, tomarei cuidado.

Ela termina de me examinar e assina minha alta, assim o faço também. É hora de ir embora.

— vamos embora, boneca? - Aline chega pegando minhas coisas.
— Vamos! Pelo o amor de Deus vamos logo embora. - ela ri 
— mas só tem um probleminha...
— qual?
— como vamos sair?
— Ah, isso... Vamos sair pelo os fundos.
— e não tem deles lá também?
— se tiver vai ser em menor quantidade. Estacionou o carro muito longe?
— na lateral do prédio, vai dar para a gente chegar lá tranquilo.
— perfeito, então vamos que vamos.

Pego meu casaco que está em cima daquela cama se hospital, e ao olhar para aquela cama eu vi o quão forte eu fui.
Passar por uma recuperação complicada, receber a notícia que meu namoro já estava em tudo que é canto, a morte do meu pai e ainda enfrentar que por conta disso eu emagreci horrorosamente. Apesar que a preocupação da doutora era evidente e planejava me passar uma sonda para me alimentar, neguei firmemente... Não é algo que eu queira no meu nariz.
Ainda estou um pouquinho mais raquítica do que eu já era, mas isso eu vou me virando lá fora.
Aline contorna meu braço e vai me guiando para fora daquele hospital, apesar de alta ainda terei que ficar uns dias em casa antes de voltar de fato ao trabalho. Eu vou enlouquecer. Durante esse tempo no hospital eu não toquei em nenhuma apostila sequer. Pelo menos em casa eu vou poder fazer minhas revisões.
Saindo pela as portas dos fundos vimos alguns repórteres distantes, então vamos saindo bem rapidinho sem fazer barulho em direção ao carro, no entanto um infeliz se vira por um acaso e nos vê. Ele não demora muito para chamar seu câmera e vir correndo em nossa direção atraindo todo o resto daquela muvuca, parecia um rebanho de pássaros que vivem de passagem.
— Evelin! É verdade que está namorando com o Jackson wang?
— Evelin, desde quando esse namoro existe?
— Evelin, como você acha que os fãs dos meninos irão lidar com essa situação?
— Evelin, como se conheceram? Como se conheceram? Já que não vejo vínculo entre a rotina e profissão de vocês.
— Evelin, por que Jackson não está aqui te levando para casa?
— Evelin, por favor Evelin.

E começa aquele sufoco de perguntas e de empurra, empurra. Eu não estava conseguindo respirar, estava começando a passar mal. E de tanto me pressionarem, um repórter específico estava muito em cima me empurrando, por conta disso acabei caindo no chão. Aline brava como ficou, empurrou o indivíduo e começou a falar enfurecida enquanto me ajudava a levantar do chão.

— Qual problema de vocês??? Saem de cima, agora! Essa mulher está doente e vocês não tem o minimo de empatia e compaixão seus monstros! - ela se vira para mim com um olhar preocupado por causa da queda.
— Estou bem, a ferida ja fechou. Se tivesse aberta aí seria um problema - falo soltando um sorriso para ela se tranquilizar.

Ela nos levanta rapidamente e me ajuda a correr para o carro, onde chegamos com muito custo já que mesmo depois do que ela disse, eles não sairam de cima.
Aline entra no banco do motorista rapidamente e notou-se que eles não sairiam da frente do carro, a essa altura eu ja estava irritada e com o pavio curto.

—passa por cima logo. Rapidinho eles saem da frente.
— e se sair alguma coisa desagradável na tv?
— Aline, todas as notícias que esse povo costuma fazer é desagradável, por mais que exista outra verdade. Então por que eu vou me poupar mesmo? - ela parece pensativa.
— realmente.

Enfim ela liga aquele carro, e acelera ameaçando que iria andar com o carro, mas nenhum sai da frente. Então ela acelera e começa a andar com o carro, e é inacreditável o que eu vejo. Um deles se atirou no capô de propósito para ficar pendurado e conseguir fotos nosso de dentro do carro.

— Aline, freia bruscamente agora.

Assim ela o faz, e logo vejo o homem se espatifando no chão por conta de não conseguir se segurar. Ele deu sorte que o carro esta bem devagar então não se machucou. Com o capô livre agora ela redireciona o carro e conseguimos sair de lá.

Cara... Que sufoco.

Jackson Wang - happinessOnde histórias criam vida. Descubra agora