Palavras Para Distrair a Insônia

Jê-Gê do quê? *

É um predestinado, está fadado a um destino grandioso, mas não o quer.

E Jê- Gê tenta, procura fazer de um tudo para escapar a sua sina, que mesmo sabendo gloriosa, não é de sua vontade, de sua escolha cumprir.

Com isso Jê-Gê, mesmo sabido de seu fardo se não próprio de um rei, não menos que de um deus, na passibilidade de eternidade, pelo menos ou seu nome, põe-se a negociar.

Por que eu? Há tantos outros... e melhor preparados, tenho certeza, cometeu um engano... - Jê-Gê, só não quer ver e para isso, achou a melhor saída seguir negando.

Assim fez o que se esperava de alguém que tinha que ocupar cargo tão importante. Negou.

É melhor aceitar de uma e dizer sim, que dói menos... chegou a pensar, mas não estava convencido e fincou o pé.

Não. Definitivamente, isto não é para mim... arrume outro!

Mas não seria tão simples como gostaria que fosse Jê-Gê, ele teria que lhe dar com algo mais que a vontade de não querer, afinal era algo decisivo, seu desejo não tinha qualquer validade ou arbítrio sobre os fatos.

E vendo-se encurralado não teve outra opção, se não partir para briga:

Vai se ferrar! Já disse que não! Me recuso, me nego há fazer parte disso... – como se isto fosse de sua ossada, esbravejava aos quatro ventos – E se continuar vou partir para a ignorância, não sou obrigado a nada... – pueril engano, tentava Jê-Gê enfurecido, lutar contra os fatos... não tinha para onde correr, onde se esconder; teria que encorar as consequências, mesmo tomado pela cólera.

Talvez haja uma saída, um algo que possa ser feito... Quanto? – este talvez tenha sido o seu ato de maior desespero, tentar comprar aquilo que não tem preço.

Mas teria algo que não possa ser comprado? Algo que o vão dinheiro não alcance? De quanto ele estaria falando exatamente...e se todo o dinheiro do mundo não fosse o bastante, se apenas fosse o dinheiro neste caso um mero papel, não mais valioso que os que ficam enrolados no banheiro.

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