Um Olhar Diferente*** ⒅

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(Aquieta minh'alma)

"Com primo não é pecado, quantos primos ficam juntos sem saber!" - afirmavam as colegas, como se fosse causa, já experienciada e ganha.

O assunto para eles já não era novidade, ao menos em suas respectivas rodas de amigos, e mesmo sendo eles da mesma idade, é natural que a maturidade para estes assuntos, aponte mais cedo as meninas, já havia Yiana se permitido pensar, mesmo que de forma hipotética, sobre a questão.

"Mas, eu sei que ele é meu primo, sendo assim é heresia" - comentou repudiando e cometendo heresias - "Além do mais, não passa pela cabecinha do meu irmãozinho estas coisas..." - ironizou Yiana.

"Se você não tem interesse, poderia me ajudar, eu adoraria ensinar algumas coisinhas para o seu priminho" - nutria o ensejo a colega.

"Você não presta hem" - Yiana, sem saber estar enciumada, disfarçava, desfazendo-se de sua amiga, sem lhe permitir dar ou ter qualquer contiguidade com o seu primo/irmão.

Yiana, tinha hábitos matinais bastante sólidos, adorava acordar cedo, gostava dos primeiros raios de sol, era um ser simplesmente diurno, talvez fosse essa a única diferença entre eles, Yangel era extremamente noturno, amava a noite. Por este motivo, ela passou a estudar pela manhã e ele a noite, raramente, se davam bom dia ou boa noite.

Pela manhã, quando ainda todos dormiam, Yiana às seis horas, já se entregava ao banho quente. Talvez fosse aquela a primeira vez que Yangel, teve uma noite ruim de sono, levantou-se sem saber se dia ou noite ou que horas eram e se mesmo alguém estivesse acordado, seguiu tateando rumo a cozinha, intencionava tomar um copo com água e voltar para a cama.

Quando para a sua surpresa ao passar em frente a porta do banheiro, pode perceber uma silhueta, de tão acostumada com a rotina da casa, Yiana, por vezes até deixava a porta entreaberta, sem maiores preocupações, afinal seus pais tinham sua suíte e Yangel, que sempre ia dormir depois da meia noite, nunca se levantava antes que ela já tivesse saído para o colégio. Yangel, esfregou os olhos para desembaça-los, efeito do sono e da nuvem de fumaça que saia pela fresta da porta, só assim pôde firmar e dar forma à silhueta, que agora era um corpo, aos seus olhos, a mais bela forma feminina já vista por suas írises.

Sua prima Yiana, ensaboava-se suavemente, sem se dar ou pressentir a presença de qualquer olhar sorrateiro a espiá-la, por um instante, Yangel ficou paralisado, sem qualquer reação ou pensamento que o pudesse levar a uma decisão sensata. Sentiu os seus batimentos se alterarem, como se prestes a sofrer uma disritmia, ele próprio cessou sua respiração, esgueirando-se um pouco para o lado, para talvez sair ou melhorar o ângulo de visão, sem em nenhum momento tirar os olhos de sua prima. Yiana por sua vez, ensaboava-se sem qualquer preocupação, parecia mesmo, o fazer de forma lúbrica, dava ela, início a uma despretensiosa, mas agradável masturbação, corria-lhe uma das mãos pelos mamilos, a outra segurava a duchinha que soltava pouca, mas pelo vapor, uma água agradavelmente quente, na direção de sua vagina, pela primeira vez compreendia Yangel, o que os seus amigos sempre tentaram lhe abrir os olhos. Agora, estupefatos e arregalados, de encantamento.

Primeiro visualmente, logo mentalmente, Yangel retratava-a em sua mente, cada parte de seu corpo, os seus olhos, incrivelmente bem delineados, vivos, cheios de brilho, como o de uma Asiática pronta para executar a sua mais bela dança. Suas orelhas, delicadas, pendiam dos pequenos lóbulos dois brincos, aos moldes rippes, pela primeira vez percebe, ela nunca os tirava. Seu rosto molhado, qual achava, lhe parecia ser bem conhecido, tomou outra forma, a boca entreaberta, os olhos semicerrados, lhe dava um ar de um anjo pervertido, como se ele jamais a tivesse visto antes, seu pescoço, nem longo e nem curto, delicadamente sem marcas, apenas pendia uma correntinha, sem pingente, que ele havia-lhe presenteado, a água junto a luz lhe fazia brilhar como se pequenas estrelas estivesse iluminando-a ou dela cintilasse luz própria, os ombros eram fartos de carne, saborosos, quase não tinha saboneteiras, o que a tornava, a seu gosto por mulheres, única, os seios, fartos, grandes, volumosos lhe fazia uma mulher madura e não como está diminutas que parecem nunca desabrochar, os mamilos eram ornados por duas belas auréolas, nem claras nem escuras, uma cor saudável e natural, assim como os bicos rijos, certo que ela estava excitada, não tinham mais que meio centímetro, toda a sua forma era naturalmente excitante, desejável, os seios tinham e davam o peso e as formas perfeitas para encher as mãos, a boca, seriam perfeitos para uma espanhola. As suas medidas, não eram do padrão de beleza estupidamente estabelecido, tinha carnes, um culote, de se desejar esmagar, ainda não fora inventado um instrumento que a descrevesse sua cintura, ou toda a sua estrutura corpórea, seu umbigo ligeiramente aprofundado, davam idéia, o quadril largo a pele branca, talvez pela falta de sol, a fazia ainda mais excitante, por se fazer perceber, poucos ou quase ninguém a tivesse visto como ela veio ao mundo, como ele a via naquele momento. As mãos e a boca ornavam em tamanho e delicadeza...

Yiana, soltou um discreto suspiro com um misto de gemido, arrebitando o bumbum que a fez uma silhueta esculpida e encarnada um pedaço lindo e deslumbrante de mal caminho. Isso fez com que Yangel voltasse para o presente por um instante, tendo o que para ele seria o mais próximo de uma linha de raciocínio lógica, para ele era simplesmente inconcebível que não se tivesse percebido a jóia que por anos dormia sobre o mesmo teto, ao lado do seu quarto. Ela gemeu uma vez mais. Ele estava hipnotizado. Continuava a fotografá-la. Observou-lhe bem as coxas, os joelhos, e particularmente as canelas, roliças com marcas de meias, os pés delicados, pequenos e não pode deixar de notar a sua bela marca de nascença, localizada quase que no mesmo lugar que a dele.

Yiana parece ter quase obtido o prazer que desejava, quando percebeu que alguém a observava, talvez tenha ela pensado rápido, supôs que não fosse os seus pais, já que eles tinham a seu dispor uma suíte, sem pressa desligou a ducha, Yangel paralisou, sem reação, esperava apenas desaparecer dali.

Yiana deslizou por um segundo para trás da porta, logo ressurgiu, apenas segurando a toalha frente ao seu corpo, exibia parte de sua silhueta, pois se a cobrar explicações de seu primo ali parado, pasmo e sem voz.

"O que pensa que está fazendo?"

"Eu, eu..." - Yangel tentou balbuciar algo, foi em vão. Então calou-se.

Eles se entreolharam por alguns instantes, Yangel, estendeu o seu braço e com o movimento leve tirou a toalha das mãos de Yiana.

Os dois se beijaram calmamente. Yangel ainda não sabia bem o que fazer, Yiana agora, foi quem o tomou pela mão, ajudando-o a tirar a roupa.

"Vem, vamos aquietar as nossas almas".

A porta se fechou.

Yiana e Yangel, agora ímpar, estavam juntos.




Foto: @Donaceminha

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⏰ Última atualização: Jul 04, 2022 ⏰

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