Hoje, ao trabalhar pela primeira vez nesta obra, (e aqui, dou explicação aos idiotas) – que talvez não saibam, a qual obra refiro-me.
Ao fazer o caminho, e pôr em prática, agir segundo o curso, permitindo que o fluxo das lições, velhas lições já há muito apreendidas, que se apresentam, inflexivas, apenas pude compreender e abraçá-las...
O que posso afirmar, é que não se trata de uma obra de deus, posto que é infinitamente pequena, mesmo em face da grandeza concreta, mas diante da inexistência, diriam talvez, as formigas... – creio que não diriam, mas retumbariam um sonoro, ó! Observando da ótica de seu deus, diriam: "que formigueiro imenso".
Posso afirmar também, não ser uma obra de criança. Mesmo que sim, em muitos momentos o querer e ter que fazer, faz parecer com o brincar na areia branca da praia, com pás e baldes. Mas pela minha experiência, criança não gosta de brincadeira séria, elas gostam de apostar em coisas "sem" valor e não que agregue cifrões.
A obra da qual falo, também não é coisa de adulto, afinal adultos fazem de tudo para reverter a situação e não ser, assobiando uma canção desmemoriada e fazendo da obra, assim como a criança, de tudo uma grande brincadeira.
Talvez seja esta obra a única que possa ser concebida pelo Homem. As coisas fisiológicas humanas - comer, dormir, obrar... - são necessárias, mas não precisas, construindo, produzindo uma infinita perda de tempo.
A carriola, piruzinho ou carrinho de mão, insiste em pantomimas ao velho carro de boi, penso porque ninguém faz nada, seria tão simples..., mas talvez seja àquele som, o demonstrativo de que a obra está andando seguindo em frente, a cada cova, a cada academia, a cada brincadeira de criança, de sapata segue sendo labutada, sem que tenha um capataz observando, prestes a dar estalidos com a chibata, apenas o violino agudo e desafinado.
Não é de todo ruim, me remete aos tempos de infância, e estas imagens que achei, já perdidas, tornam as horas mais curtas ou aceleram o tempo dantesco. Amenizando a dor e embasando a certeza de que tudo tem uma razão e é preciso ou se faz necessário, agora os descontentes continuam, por outros motivos, que só posso achar engraçado talvez, ou nem mesmo isso, só não consigo levar a sério.
Vai passar.
De alguma forma esquisita, me lembrei dos velhos amigos, Buck - "encontre algo que você ame e deixe que te mate..." - e de Neruda, - "a poderosa morte me convidou muitas vezes" - e de suas lamentações exageradas, do sofrer mais que tudo e todos, até mesmo, mais que a obra.
Então alguém me perguntou: "o que faz da vida"?
"Bem - respondi - na maior parte do tempo escrevo, obras."
"E com o tempo que te resta de vida" – insistiu.
"Sou filósofo na construção de civis". – ou seria civil?
Me deem sua licença, tenho que obrar.
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Palavras Para Distrair a Insônia
غير روائيEste pequeno cacifo, agora aberto e ofertado a vocês caros leitores, que peço, fiquem a vontade para tomá-lo como desejar. Conta com uma série de composições, "estórias", rabiscadas em guardanapos, no velho pardo papel de pão, algumas vezes em meu e...