Estas histórias, que alguns chamam contos, crônicas e que fiquem a vontade para nomear, apelidar como desejar. São como disse antes histórias colhidas, observadas ao longo dos anos, (sendo sincero). Da vivência, noturna, da boemia, onde pude em muitos momentos estar observante, atento aos acontecimentos, que mesmo aos olhos de muitos, comuns e até démodés, sempre havia algo de mágico, de inquietante, algo que me inspirava. Sempre estive em meio a classe "artística" e depois de uma sessão de cinema alternativa, uma apresentação de teatro ou opera, seus diretores e atores, um sarau e seus eloquentes poetas, ou um simples coquetel onde se homenageava alguém já morto, um politico, um ainda desconhecido ou o marchand e sua intermináveis explanações sobre as obras em exposição, a publicação de um novo obra literária, e o ciúmes, a inveja saudável que sentíamos não do autor, mas por não ser o nosso livro. E nós todos pseudos fomentadores da arte, sabíamos, depois destas elucubrações todas é que as coisas aconteciam de verdade, na boemia do barzinho, na morada dos sonhos, nos fins das noites, no raiar do sol, no café da manhã em uma padaria qualquer, eram nestes momentos em que toda a noite parecia querer realmente se (desnudar) mostrar-se, agora com as caras limpas, de ressaca e cansados demais para pensar e reclamar seja do que for, nestes momentos surgiam os verdadeiros fomentadores, alguns pensam se tratar de ficção, e sim em algum momento, talvez para embelezar ou de fato narrar as verdades, nua e crua com algum sabor, glamour, se faz necessário omitir ou incrementar elementos. Mas os verdadeiros personagens posso lhes garantir não surgiam na calada, na sombra da noite, estes todos eram bons atores, os verdadeiros seres surgiam ao despertar do sol; por vezes um homem que começava sua rotina em um beco, outras uma mulher sentada em sua janela com seu hobby e um gato, o catador de latas e papelão, a mulher da esquina, junto a tudo isso tinha o cara que saia do trabalho, o guri que ia para o colégio, os bêbados e seus cães, ruas, becos e praças... este livro trata-se um pouco de tudo isso. Sem bula, sem preservativos, apenas a vida como ela é, vista através dos meus olhos. Simples e verdadeira, vezes ébrio. E sobrando apenas a ressaca para curar e os pensamentos, me fazia companhia, as palavras para distrair a insônia. Vida esta ou modo de viver que me inspira sempre...
Um pequeno aviso: As histórias aqui dispostas são talvez acontecimentos de uma vida na multiplicidade e nuanças do tempo. Por esta razão é também uma coletânea, seria talvez mais adequado dividi-las em duas, três obras, para melhor compreensão do tempo e dos acontecimentos, mas isto vou deixar para o editor. (que um dia virá)!😉
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Palavras Para Distrair a Insônia
Não FicçãoEste pequeno cacifo, agora aberto e ofertado a vocês caros leitores, que peço, fiquem a vontade para tomá-lo como desejar. Conta com uma série de composições, "estórias", rabiscadas em guardanapos, no velho pardo papel de pão, algumas vezes em meu e...