Leio e... Não Importa! **

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Por isso detesto meu nome, desde que fizeram a analogia pela primeira vez com a Joana de deus, isso foi aos onze anos

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Por isso detesto meu nome, desde que fizeram a analogia pela primeira vez com a Joana de deus, isso foi aos onze anos. Mesmo as nossas repulsas são opostas, enquanto ela tinha um nojo infantil por homens, pelo medo que tinha de perder sua "pureza", o que tenho, é simplesmente indiferença, por tudo e por todos.

Não consigo conceber a ideia de alguém vir a ocupar um espaço que foi conquistado por mim, sem estas questões de ser melhor ou seja lá o que for, assim como não desejo ocupar outro espaço que não o meu, existo por tanto tenho o direito.

Não pense que sofro de qualquer doença da moda. TPB!

Quando morava com as meus pais, sendo eu filha única, meu pai passava o dia todo fora de casa, o chamavam tiziu e minha mãe, passava o dia dentro de um quarto de dois por dois, presa a intermináveis costuras, para ajudar na altercação mensal, acho que se não fosse filha não saberia seu nome, Bella... "mais pode me chamar de Bel." Ela dizia quase que envergonhada.

Parava apenas para pôr o almoço à mesa, o que nunca fez com que comêssemos nela; minha mãe comia pedalando sua singer e ouvindo novela na teve ou um velho rádio, meu pai revirando papéis e resmungando, eu costumava ler enquanto comia. Por vezes minha mãe dizia: "não coma lendo pai" e ele retrucava: "tempo ocupado dinheiro ganho mãe"; e eu só conseguia pensar que meus pais também eram meus avós.

É possível que tenha aprendido mais alguma coisa com eles, mas isto é só de que me lembro: "Tempo ocupado dinheiro ganho", ou eram meus avós que diziam?

Quando completei doze anos meu pai morreu, não sofri nenhum trauma ou bloqueio, mas é impossível não comemorar sua morte, foi no dia do meu aniversário.

Creio que meu pai e minha mãe se amavam, nunca os vi brigando, um mês depois minha mãe também morreu uns dizem foi de tristeza, outros saudade; meu pai me deixou um boa renda, minha mãe uma costura à ser terminada, foi a única vez que pedalei sua máquina, terminei a costura, mais nunca entreguei, a freguesa sabendo do infortúnio de meus pais, preferiu esquecer a encomenda, mesmo tendo pago antecipado, acredito que esta foi a forma que ela encontrou para dar os pêsames.

Creio que meu pai e minha mãe se amavam, nunca os vi brigando, um mês depois minha mãe também morreu uns dizem foi de tristeza, outros saudade; meu pai me deixou um boa renda, minha mãe uma costura à ser terminada, foi a única vez que pedalei sua ...

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É como quando duas crianças que não se dão, uma vê a outra comendo guloseimas a mãe se achando caridosa querendo mostrar como seu filho é bom e bem educado força-o a oferecer um pouco ou pedaço a outra criança, que por obrigação cívica das lombrigas e o olhar severo da mãe, aceita com um sorriso artificial, pequena quantidade, "porque assim se deve ser" ... etiqueta popular para com os mortos, neste dia, no dia de sua morte tudo estará perdoado.

Ficando assim, as duas crianças, emburradas e se odiando ainda mais, uma por ser obrigada a dividir o que queria comer só e a outra por ter que aceitar apenas um bocado, que não iria saciar às lombrigas.

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Palavras Para Distrair a InsôniaOnde histórias criam vida. Descubra agora