Victória Marie
Sinto como se estivesse num sonho, ou melhor num pesadelo. Desde que desliguei aquela ligação entrei em piloto automático, como se eu evitasse mostrar o que estou sentindo para não me entregar a sensação.
Depois de basicamente incansáveis 14 horas de voo pousamos em solo mexicano e na minha cabeça não se passa nada além de minha nona, minha vózinha, meu ponto de luz.
-Senhorita Bessa, seu pai nos mandou buscá-la. Por favor entre. -um homem de vestimenta formal que acredito ser motorista de Rogelio Almonte me conduziu até o carro, que estava perto do avião, com a pista de pouso iluminada pelas luzes.
Adentrei ao carro e o motorista seguiu, uma caminho ao qual não me importei em apreciar, não só por estar escuro, mas também porque o sentimento de preocupação me consumiu.
-O estado dela é muito crítico? -perguntei ao motorista, que desviou brevemente seu olhar da estrada e olhou pra mim pelo retrovisor.
-Não tenho ordens de falar nada sobre. -disse ríspido sem nem me olhar.
Juro que tento entender como funciona a mente de Rogelio Almont, ou melhor meu pai, ele mandou a Lúcia, que mesmo sendo a governanta da casa é como da família me ligar pra informar que a mãe dele a minha vó, esta em leito de morte, se recusa a falar comigo, mas não deixa que o motorista me passe informações sobre a minha avó.
Me virei pra o lado da janela do carro e encostei a cabeça no vidro transparente, deixando as lágrimas escorrerem por meu rosto.
..
-Senhora, chegamos. -ouvi a voz do motorista e limpei os olhos neblinados de lágrimas, podendo ver o Hospital a minha frente.
Sai do carro e corri desesperada até a entrada do hospital, parei a recepção, somente para saber onde estava.
-Boa noite, onde esta Iolanda Almonte? -perguntei eufórica a recepcionista.
-No quarto 160 senhorita no terceiro andar. -ouvi ela dizer somente isso e fui em direção ao elevador.
..
Assim que as portas do elevador se abriram, corri em direção a Lúcia que me viu e se levantou com os braços erguidos a mim.
-Minha vó, Lulu... -falei com ela e as lágrimas molharam meu rosto completamente. Afundei meu rosto no seu pescoço e me mantive ali abraçada a ela durante um bom tempo, deixando todas as lágrimas que mantive contidas caírem..
-Que bom que chegou menina.. -disse tirando meus cabelos do rosto e me olhando, ela parecia triste mais ainda assim tentava me reconfortar enquanto eu estava em lágrimas..
-Onde ela esta? -falei fungando e chorando, entre soluços.
-Ela esta no quarto dela, o Rogelio esta com ela la dentro, só pode entrar uma pessoa e sua vó queria falar com ele, pois vendo a sua piora queria falar com ele se você não chegasse a tempo. -ouvir essas palavras fez meu coração se apertar ainda mais.
Minha vó num leito de morte e eu quase não chegaria a tempo de vê-la, por causa dessa droga de distância eu ia perder a chance de ver pela última vez uma das pessoas mais importantes da minha vida.. Minha nona Iolanda..
Ouvi um arranhar de garganta e ao olhar atrás de Lucia, vi o homem que sempre vive de forma imparcial e fria, com seus olhos claros e cabelos grisalhos aparecer, com uma expressão mais abatida e diferente do que sempre vi.
-Boa noite.. -ele disse vindo até mim, seus olhos estavam vermelhos aparentemente veio chorando.. -Ela quer lhe ver.. -falou olhando pra mim e passou virando de costas e respirando fundo.
-Vá filha, vá vê-la.. -ela disse apertando minhas mãos a suas...
Soltei suas mãos e fui em direção ao corredor onde estavam os quartos.. E cheguei ao 160, assim que pus a mão na maçaneta e adentrei ao ambiente, cheio de aparelhos aos quais ja conheço. Vi em cima da cama a pior das cenas de minha vida, minha vó em cima da cama lutando contra os últimos minutos de vida.
Seu rosto pálido e totalmente sem vida, mostrava que a senhora a quem tanto amo estava ali me esperando chegar para se despedir, seus olhos se viraram a mim assim que me aproximei mais e pude ver uma lágrima descer de seus olhos, enquanto os meus voltavam a lacrimejar como cachoeiras.
-Oi vovó.. -falei com a voz baixa e me aproximei pegando a sua mão e beijando.. -Eu vim, você me chamou e eu vim, se tivesse mandado me chamar eu estaria aqui antes..
-Oi minha querida, o importante é estar aqui agora.. -ela disse com a voz baixa e falha. -Fico feliz que verei seu rosto antes de ir.. -ela disse e eu mal conseguia dizer algo pois as lágrimas me impediam.
-Eu me orgulho tanto da mulher que se tornou minha luzinha, o Rogelio pode nunca ter reconhecido, mas você foi o maior acerto dele. -falou e apertou de leve minha mão.. -Não chore meu amor, eu sei que ja estava na hora e a minha maior dor seria somente não te ver antes de ir.
-Vó não diz isso, eu queria tanto ter passado mais tempo com a senhora, eu te amo tanto.. -falei sem esconder as lágrimas que caiam de forma contínua.
-Não chora querida, agora que você e o Rogelio estão aqui eu poderei ir em paz.. -ela disse puxando fundo o ar e tossindo um pouco com a voz falha. -Mas confesso que queria ter visto um bisnetinho.. -disse dando um leve riso que acompanhei junto a ela. -Agora eu quero que você chame o seu pai e a Lucia, vocês são a minha familia e quero estar junto a vocês quando meu último suspiro vir.. E preciso falar algumas coisas a vocês, oh Vic eu sei que não me resta mais muitos minutos...
Boa noite amores.. Chegueiii e eu ja tô é chorando com esse capitulo pq ano passado perdi minha avó paterna, a única que tinha e bom falar sobre isso me trouxe um gatinho pois não pude me despedir dela e o mais engraçado agora revisando foi perceber que minha avó morreu exatamente na madrugada..
Enfim, amo vcs e boa noite!! Continuem a interagir😍❤
Iolanda Almonte
Rogelio Almonte
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Dominada pelo Ceo Mafioso- Livro II Da Série: Os Ceos Da Maffia
RomanceCapa feita por @falaserionati Victória Marie Bessa, uma jovem médica que ama sua liberdade, vive intensamente cada momento e não pensa em se apaixonar. Melhor amiga de Alessandra Berruti, ela vive no meio de seus amigos, mas não sabe exatamente o qu...