Victória Marie
-Eu não estou triste, não há motivos pra lágrimas. Pra que eu poderia estar mais feliz, vou descansar e a última visão que terei no mundo é da minha familia. -minha vó falava com a voz rouca e eu abraçada a Lúcia a ouvi-la. -Lucia, minha grande amiga e companheira, você nunca foi uma governanta, sempre foi uma irmã, eu sou muito grata por ter tido você em minha vida e agora que eu estou indo espero que curta muito a vida. -ela disse a Lucia que apertou sua mão chorando.
-Você também foi sempre como uma irmã Ioiô.. -falou chorando e minha vó deu um breve sorriso do apelido íntimo delas.
-Ah Rogelio, você é um cabeça dura de primeira, mas nada que umas boas pancadas minhas não resolvessem, apesar que eu deveria ter-lhe dado mais em relação a alguns assuntos. Eu peço filho, viva, viva pra você Rogelio, você não é mais moço e vive enfurnado naquela empresa, filho você perdeu tanto da vida, mas eu te peço e quero que me prometa. -ela disse se virando ao homem a nossa frente e apertou a mão dele com o pouco de força que lhe sobrara. -Você vai fazer de tudo pra recuperar o amor dessa menininha, eu sei que lá no fundo o coração dela te ama, mesmo com tudo que você ja tenha feito, me prometa filho que assim como se dedicou tanto a empresa Almonte, se dedicará o dobro pra reconquistar o amor da sua filha. -ela disse chorando e nós não nos olhávamos, mas pelos suspiros profundos pude perceber que chorava. -Pare de gastar tempo com aquela droga de terapeuta, o remedio que te falta esta aqui do seu lado. -disse e se virou pra mim apertando minhas mãos a sua. -Me prometa isso, eu sei que vai levar tempo pros dois e que não vai ser nada fácil, não peço um abraço a vocês agora na minha frente, pois sei que não seria verdadeiro, mas comece certo e pela Paola.. -ela disse.
-Esta bem mamãe, eu te prometo. -falou com a voz entrecortada e chorando, suas palavras atingiram a mim de maneira inesperada, mesmo que aquilo corresse o risco de não ser verdade.
Ergui o olhar a ele e vi o quão molhado de lágrimas seu rosto estava, e naquele momento percebi que o tão implacável Rogelio Almonte, sofria, sofria intensamente a perda de sua mãe e não se importa em mostrar isso.
-Ei, garota, eu te amo tanto Vic, você sempre foi e será minha luzinha, espero que a promessa que o Rogelio fez se cumpra e que ele consiga conquistar e conhecer a pessoa incrível que você é meu amor. -falou e sua voz começou a falhar ainda mais, ela puxou o ar intensamente e eu a abracei, a abracei como a anos atrás com a mais total pureza que pudesse ter, os aparelhos começaram a apitar e eu ali largada em cima dela pude ouvir o rugido de dor de Rogelio, o choro alto e triste de Lucia e a minha eterna dor, ver a minha amada vozinha nos deixar.
-Eu vou te amar pra sempre. E o darei o benefício da dúvida. -sussurrei a ela e não pude mais medir o quanto meu coração doeu.. Ela se foi...
[..]
..... En el nombre del Padre, del hijo, del espiritu santo. Amen... -disse o padre e o caixão foi decido na cova ali em minha frente, com um pedaço de mim indo junto.
Aproximei-me mais do lugar e apanhei nas mãos um pouco de terra jogando em cima do caixão, agora ja colocado no fundo.. Várias pessoas conhecidas dela jogaram rosas e logo depois um homem começou a cobrir o caixão com terra.
Abraçada a Lucia me mantive de pé, com uma forte dor de cabeça, vendo algumas pessoas se afastando, mas somente eu, Rogelio e Lucia ficamos até o ultimo grão de terra ser jogado.
...
-Aqui menina beba, te fará bem. -inclinei minha cabeça pra cima e vi Lucia com uma xícara em mãos estendida a mim. -Você precisa descansar, não dorme a basicamente dois dias querida.
-Eu não sei se consigo Lulu...
-Esse chá lhe fará bem, sei que é médica, mas as ervas medicinais as vezes são o melhor remédio. -disse esfregando as minhas costas com a mão.
-Victória, gostaria de falar com você. -Rogelio disse se pondo a nossa frente.
-Deixa eu ir ver as coisas como andam na cozinha. -Lucia disse se levantando e nos deixando só.
-Sim..
-Como você ouviu a minha mãe, antes de falecer ela me pediu aquilo e eu jamais negaria um pedido dela, estou disposto a tentar conquistar a sua amizade ao menos. -disse da maneira acredito que mais compassiva que podia.
-Sim eu ouvi, mas não é tão fácil assim.. -falei encurtando assunto.
-Bom não irei forçar nada, mas me dedicarei ao máximo, você é a minha filha a minha única familia. -eu realmente, não acreditava no que acabei de ouvir, Rogelio baixando a guarda.
Seu celular de repente começou a tocar e ele se levantou pedindo um minuto e indo pro escritório. Como sempre os negócios vinham primeiro pra Rogelio Almonte, e fui tola de achar por um segundo se quer que não..
[...]
"A minha fiel escudeira e melhor amiga Lucia, deixo casa uma das casa de Cancun e a propriedade do centro além de 5% da minha fortuna.
Ao meu filho Rogelio a empresa Almonte e os negócios a ela pertencente.
E a minha adorada neta, Victória Marie, como seu nome mesmo diz aquela que vence, a soberana, deixo como minha herdeira majoritária, em posse de minha fortuna e de todo meu patrimônio em imóveis." -O advogado finalizou a leitura do testamento e logo depois de nos cumprimentar saiu...
-Bom eu regressarei a Itália hoje. -falei a meu pai e Lulu que estavam na sala comigo. -Lucia dizia sobre sua viagem aos filhos que planeja fazer.
-Mas ja querida? -perguntou me olhando..
-Sim Lulu.. Eu preciso. -falei a abraçando de lado.
-Esperava que demorasse mais Victória. -meu pai de repente falou. -Não por mim é claro. -pontuou.. -Na verdade falei besteira, você tem sua vida lá. -falou passando a mão na têmpora.
-Na verdade dói ficar nessa casa, a lembrança de vovó se mantém mais dolorosa pra mim. -falei e ele virou o olhar a mim. -Mas poderá aparecer em Florença quando quiser me ver, você também Lulu. Eu não prometi a mim mesma e a vovó no íntimo do meu interior que iria lhe dar essa chance.
-É bom, nesse caso o avião particular estará a sua disposição quando quiser decolar. -ele disse se levantando.
-Ok, preciso ir o quanto antes, ninguém soube o que ocorreu nem a mamãe avisei, saí de Florença sem falar nada e nem com ninguém e meu celular, nem sei por onde anda.
-Você acabou o deixando cair no carro e o motorista me entregou, hoje pela manhã. Aqui está. -falou tirando o meu celular do bolso interno de seu paletó e eu dei alguns passos a frente e o peguei, olhando em seus olhos, depois me virei.
-Lulu, eu amo muito você e sempre pode me ligar, visitar e fazer o que quiser vou estar sempre com você. Faça uma boa viagem amanhã. -falei abraçando-a.
-Menina, eu amo você muito e digo o mesmo sempre que puder venha nos visitar e mantenha contato Vic. -falou olhando em meus olhos e me abraçou.
-Pai, bom estou indo, espero que fique bem. -falei erguendo a mão que ele apertou em cumprimento.
-Faça uma boa viagem Victória, e bom mantenha contato irei o mais breve possível lhe ver, como te disse eu irei realizar o desejo de mamãe e na verdade o meu mesmo. -falou essa última parte baixo, mas pude ouvir.
...
Quando estava no avião dei uma olhada na tela apagada do celular e comecei a pensar quão rápido e dolorosamente foram esses últimos dias.
Peguei o comprimido e tomei com a água que a aeromoça me deu, ele serviria para me fazer dormir durante a viagem, eu precisava.
Esse adeus doeu em mim, mas eu fico feliz da Vic se despedir da vózinha.. Amo vcs e breve voltarei, e acreditem as emoções não param..
Próximo capítulo vem coisa gente, mas não esqueçam que amo vcs😍❤
Continuem a interagir😚
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dominada pelo Ceo Mafioso- Livro II Da Série: Os Ceos Da Maffia
Roman d'amourCapa feita por @falaserionati Victória Marie Bessa, uma jovem médica que ama sua liberdade, vive intensamente cada momento e não pensa em se apaixonar. Melhor amiga de Alessandra Berruti, ela vive no meio de seus amigos, mas não sabe exatamente o qu...