Como estamos? Eu tô com o coração quentinho e feliz aqui por nosso bebê estar bem.
Após saber que Yusuke estava se recuperando, Katsuki finalmente conseguiu desligar um pouco o cérebro e desviar a tensão em seus ombros. A sensação era a de ter terminado uma maratona, e ele sequer soube direito como proceder nos primeiros minutos, de tão anestesiado que estava. Assim que se localizou, ele soube exatamente o que fazer. Com a promessa de que em breve o caçula acordaria, foi o momento de se concentrar nos demais filhos que tinham ficado em casa e dos quais sentia saudades.
A urgência em vê-los pessoalmente deixou-o ansioso e animado e, após lutar contra os curiosos e repórteres sensacionalistas que se amontoavam na frente do hospital na esperança de alguma notícia, ele se aboletou no carro e seguiu em direção à casa.
Durante o trajeto para se distrair, ele deu um giro nos canais de informação, redes sociais e tudo o mais, se atualizando. A situação estava um caos, centenas de pessoas protestando contra o governo, heróis largando o trabalho e se misturando aos manifestantes e muitos em frente aos órgãos governamentais exigindo explicações sobre as crianças que tinham sido raptadas. Um pesadelo desmascarado por Yusuke em sua investida suicida à base.
Seria mentira dizer que não estava ansioso para explodir a cara dos responsáveis pessoalmente, poder retribuir a dor que haviam provocado em sua família. Por mais que quisesse se vingar, contudo, ele era um herói e agora, mais do que nunca, tinha que manter a postura e provar a todos que sempre desconfiaram do seu possível flerte com os vilões, que não se venderia à um sentimento mesquinho, mesmo que o desejo estivesse latente em seu coração.
Nunca seria maior do que o amor que supria pelos filhos. Porra, ele não soube a extensão da saudade que o afligia até chegar em casa e vê-los correr pelo quintal em sua direção. Seu coração simplesmente triplicou, palpitando exultante em uma alegria que o fez sorrir abertamente.
Naomi, Hikari e Hideki saíram de casa no momento em que viram o carro estacionar, abrindo a porta da frente em um arroubo de impaciência que os fez tropeçar e por um momento cair uns sobre os outros sem nem mesmo perder tempo discutindo sobre o culpado da situação. Tudo o que fizeram ao levantar foi continuar correndo.
Katsuki fez o mesmo, agitado ao ver os filhos o chamando e abriu a porta do carro antes mesmo dele parar por completo. Tudo o que fez foi puxar a trava e se lançar em direção à eles.
E então se reencontraram no meio do caminho, numa confusão de braços, pernas, mãos, choramingos, saudações e juramentos chorosos. De um jeito que nem mesmo ele entendia como, conseguiu juntar os três em seu abraço, garantindo que recebessem por igual o amor que transbordava de si. Eijiro se juntou a eles, ajudando a manter os pequenos dentro do abraço dos pais.
As crianças falavam todas ao mesmo tempo, super ansiosas e Hikari não parava de implorar perdão pelo que tinha desejado à ele. Para Katsuki em seu estado comatoso, haviam se passado horas, mas as crianças sentiram sua ausência.
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Nosso Segredo (livro 2)
FanfictionAos poucos, Katsuki consegue compreender e aceitar a si mesmo, desligando-se das amarras que o prendiam às aparências. Sua postura e concepção em relação à própria identidade de gênero passam por uma reformulação e seus conceitos amadurecem ao ponto...