Oi amades! Terceira att do dia, amém! Prontes para conhecer nosso novo baby?
Eijiro prometeu a si mesmo que ficaria calmo e tentaria se conter e não surtar com tudo o que estava acontecendo, mas a cada minuto seu coração batia mais acelerado, principalmente por estar longe de seu esposo e filho, sendo preparado pela equipe que o desinfetava e ajudava a se vestir para presenciar o nascimento do caçula, um pedido formal e inegável que partiu do próprio Katsuki que ameaçou todos que tentaram se opor.
— Ele vai ver o nosso filho nascer sim, nem que eu tenha que explodir a cara de todos vocês para aceitarem!
No final eles permitiram, desde que ele saísse assim que o bebê nascesse, afinal ainda era uma cirurgia e haviam riscos de contaminação.
Colocar as luvas foi a parte mais difícil, mas não tão traumática e claustrofóbica quanto a máscara cirúrgica. De tão nervoso nem mesmo se importou com a touca que veio bagunçando seu penteado estiloso que tentou fazer pouco antes da equipe chegar para levar Katsuki, afinal não queria estar desarrumado para conhecer Yusuke. Finalmente eles acabaram de embalá-lo em tecido, colocando a sapatilha e ele sorriu com o coração na mão assim que entrou na sala.
Ver o esposo deitado naquela mesa, sendo preparado fez seu desespero alcançar níveis estratosféricos. Era estranho vê-lo tão indefeso e a mercê dos demais, exposto de um jeito que, em sua visão, era perigoso demais.
Seus anseios, no entanto, desapareceram quando ele olhou para si, sorrindo nervosamente. Ele estava assustado também, ainda que tentasse ocultar, e Eijiro não pensou duas vezes antes de se aproximar, abaixando-se para roçar suas bochechas enquanto o acalmava.
— Eu estou aqui. — confirmou carinhoso, segurando sua mão e retirando a máscara para lhe dar um beijo.
— Eu te mataria se não estivesse. — Haviam lágrimas nos cantos dos olhos dele, o que indicava que passou por momentos de intensa emoção. Eijiro limpou-as com um movimento suave dos dedos, preocupado com o que podia ter acontecido em sua ausência.
— Eles te desrespeitaram de alguma maneira, Suki?
— Não, eu só estou tenso, apenas isso. — disse enquanto Eijiro sentava em um banco oferecido pelas enfermeiras. Ele segurou a mão de Katsuki e a beijou mesmo sabendo que a máscara o impediria de ter um contato real — Eu consegui manter o nervosismo sob controle enquanto estava no quarto, mas agora é... — suspirou, fechando os olhos para se controlar, a respiração tensa — É como se eu estivesse finalmente me dando conta.
Eijiro entendia, e apertou os dedos dele entre os seus para lhe passar segurança.
— Apenas foque em mim, Suki, eu vou estar aqui segurando sua mão o tempo todo.
Katsuki anuiu com um movimento de cabeça e Eijiro se aproximou dele, sussurrando palavras amorosas enquanto esfregava o nariz no dele. Engraçado que agora ele estava mais controlado com os temores e Katsuki ansioso, é como se eles revezassem para ser o suporte do outro.
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Nosso Segredo (livro 2)
FanficAos poucos, Katsuki consegue compreender e aceitar a si mesmo, desligando-se das amarras que o prendiam às aparências. Sua postura e concepção em relação à própria identidade de gênero passam por uma reformulação e seus conceitos amadurecem ao ponto...