Olá, amades, como estamos? Espero que o coração esteja forte porque teremos emoções.
Todos os planos que Eijiro tinha programado para a semana foram engolidos por aqueles últimos eventos. Não haveria jantar, nem festa ou mesmo um sábado de brincadeiras com os filhos. Seria ele, o hospital, o governo, a imprensa e todos os problemas que viriam com isso.
Katsuki estava estável, pelo menos. Muito machucado, mas fora de perigo ainda que sua condição oscilasse um pouco, pendendo perigosamente para o estado crítico. A equipe médica tinha sido eficiente em garantir um trabalho eficiente e Eri tinha ajudado a regredir um pouco os edemas.
Nas redes sociais todos estavam comentando sobre a descoberta da individualidade do caçula dos heróis Dynamight e Red Riot, divididos entre aqueles que temiam e os que apoiavam. Independente do lado, o consenso sobre o poder destrutivo era o mesmo: perigoso demais para uma criança tão pequena possuir.
Esse também era um dos temores de Eijiro. O que quer que fosse a individualidade de Yusuke, era insana e destrutiva em um nível alarmante.
O vilão não morreu, porém estaria fadado à uma vida quase miserável de fisioterapia, sem conseguir recuperar os movimentos de antes. Yusuke praticamente moera seus ossos, quebrando-os em tantas partes minúsculas que levariam meses para curar e não seriam como antes.
Os danos à propriedade privada não podiam sequer ser contabilizados, porém ficariam a cargo do governo. Eijiro soube, no momento em que Yusuke apresentou a individualidade, que eles tentariam levá-lo de si e isso o assustava.
Por isso estava agora nessa sala, sendo interrogado por um agente do governo que mais parecia uma caricatura de um xerife de faroeste.
— Precisamos que entenda que o incidente de hoje serviu como um alerta para todos nós quanto ao nível de periculosidade do seu filho, senhor Kirishima. — girou a caneta entre os dedos — Desde quando sabem que ele possui essa individualidade?
— Não sabíamos, ele nunca demonstrou nada.
— E chegaram a realizar o exame para se certificar de que ele realmente não tinha individualidade?
— Não. Só aceitamos que ele não tinha, não havia porquê insistir.
O agente do governo bufou, o rosto arrogante e um tanto descrente antes de abrir uma pasta.
— Kirishima Yusuke, cinco anos de idade, natural dessa mesma cidade... QI de 148?— Olhou surpreso para Eijiro que sentiu-se apreensivo com a satisfação do homem em descobrir essa informação — Um superdotado. Isso torna as coisas um pouco mais complicadas — comentou, voltando à leitura — Aqui diz que ele passou por muitos psicólogos e psiquiatras, que possui uma personalidade inacessível, comportamento retraído, reservado... um perfil bastante peculiar e perigoso, normalmente associado à psicopatas e transtornados.
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Nosso Segredo (livro 2)
FanficAos poucos, Katsuki consegue compreender e aceitar a si mesmo, desligando-se das amarras que o prendiam às aparências. Sua postura e concepção em relação à própria identidade de gênero passam por uma reformulação e seus conceitos amadurecem ao ponto...