Capitulo 3

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-Eu conversei com o Alberto e concordamos que estamos um pouco novos para esse tipo de responsabilidade. Eu não estou casada, não tenho casa própria e não tenho uma profissão definida ainda. – listou enquanto continuava andando. Eu me virei para encara-la e ela parou.

-Você não pode estar falando serio. O que pretende fazer? Dá um tempo na gravidez porque não veio no momento certo? Você poderia ter evitado isso, mas não evitou então assuma sua responsabilidade. Você não pode simplesmente tirar uma criança, matar uma criança só porque não se sente adulta o suficiente para cria-la. – gritei inconformada. Todas sabiam como eu era contra o aborto e todas sempre concordou comigo, ouvir a Dani falar aquelas coisas me chateou muito.

-Eu só estou pensando…

-Não você não está pensando e esse é o problema. – a cortei. Eu precisava me controlar então voltei a atenção para meu reflexo e retoquei meu batom. Não conseguia acreditar que a Daniela estava mesmo pensando nisso. Não tenho duvida que seria difícil criar um filho daquela maneira, mas muitas mulheres em situações piores não desiste assim.

-Se eu decidir fazer isso então você não quer saber? – ela perguntou baixinho.

-Qualquer coisa. – falei voltando a encara-la. -Você pode me pedir qualquer coisa e eu estarei lá para ajudar, mas isso não. Eu não quero estar presente, não quero ouvir comentários, eu não quero saber. – afirmei. Voltamos para a mesa alguns minutos depois e a Dani agiu naturalmente, mas eu não consegui disfarçar meu incomodo.

-Posso te contar uma coisa? – a Anna perguntou sentando-se ao meu lado. Tínhamos ido para a pista dançar, mas como não consegui relaxar aleguei que precisava descansar um pouco e voltei para a mesa.

-Claro. – respondi apreensiva pensando se era sobre a Dani.

-Lembra do Dan? Ele voltou e está querendo ficar comigo. – falou sem esperar eu confirmar se lembrava ou não. Daniel Dias foi um namoradinho de infância da Anna que tinha ido embora quando ela entrou no ensino médio.

-Serio? – perguntei feliz por ela tirar um pouco o Caio da mente. 

-Eu não sei o que fazer ou o que responder. – disse desanimada.

-Mas eu sei. Você vai dá uma chance a ele. Não digo namorar, mas ficar com ele um tempo, se conhecerem de novo. Não custa nada. – aconselhei. Sempre gostei do Dan. Aquele tipo de garoto romântico e fofo. Além de lindo. Ela não me disse o que faria e em seguida as outras voltaram e decidimos ir embora. Eu gosto de festa, gosto de dançar, mas chega um momento em que a noite me parece vazia e sem sentido e eu estava louca para deitar na minha cama e dormir. Quando saiamos assim sempre dormíamos na casa da Dani por ser a mais perto, porém dessa vez fiz questão de ir para a minha e reclamando muito a Tami me deixou na porta já que não concordava com a minha ideia de pegar um táxi. Quando cheguei já passava das duas da madrugada e foi apenas o tempo de tomar um banho e desmaiar. Acordei no dia seguinte suando como uma porca e com o celular tocando.

-Bom dia coisa linda. – ouvir do outro lado e sentir meu corpo despertar na hora.

-Quem é? – perguntei para disfarçar gemendo de dor quando levantei a cabeça e ela doeu.

-A noite foi tão boa que já me esqueceu. – questionou baixinho.

-A noite foi ótima Diego. Porque está me ligando a essa hora? Meu óculos ficaram prontos? – perguntei ainda de olhos fechados e o ouvi sorrir.

-Meu bem, já passou das onze. Vi que ainda não abriu as cortinas e pela hora que chegou ontem imaginei que estivesse dormindo. 

-Você viu a hora que cheguei? – perguntei surpresa, mas ele sorriu e não me respondeu então me forcei a levantar. Tentei apurar meus ouvidos, mas parecia que a casa estava silenciosa o que era estranho. –Você ainda está ai?

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