Chego na rua com aquela pergunta idiota na cabeça e decido que não vou mais voltar ali. Pego meu ônibus e vou para a casa da Dani. Quando chego fico surpresa por ela está trancada no quarto ainda de pijama.
-Você acordou agora? – pergunto chocada.
-Não. – sua voz sai arrastada e chorosa.
-Amiga, você está bem?
-Ele não quer Luize. Não quer. – choraminga me abraçando. Seus soluços saem sem ritmo e eu fico ali apenas abraçando-a até que ela se acalme.
-Me conte. Como assim ele não quer? – pergunto me sentando.
-Eu contei pra ele ontem depois que falei com você e ele disse que eu fiz de proposito, que não quer. O que eu vou fazer? – pergunta desesperada.
-Aquele filho de uma puta. – gritei revoltada. Eu conheço o Alberto e desde que ele começou a trair a Daniela que nós nos afastamos bastante, mas ele era um amigo. –Eu vou falar com ele.
-Não vai adiantar Lu. – ela tenta ainda chorando.
-Claro que vai. Fica aqui. – falei saindo pela porta. Alberto morava na outra rua então num minuto eu estava na porta da casa dele. Quando ele abriu a porta parecia confuso em me ver, mas logo se afastou e me deixou entrar. –Você é algum idiota?
-Do que você está falando? – perguntou calmo.
-Na hora do rala e rola você não viu problema nenhum. Não se faz um filhos sozinho Alberto, você sabia disso?
-Isso é palhaçada. Só eu trabalho, ganho uma ninharia não tenho condições de criar um filho e a Daniela deveria ter se cuidado. – se defende o que me deixa ainda mais revoltada.
-Claro que ela deveria ter se cuidado. Concordo, mas vocês dois não se cuidaram e o resultado está ai então assuma. Seja homem. Se você não quer ficar com ela eu entendo, mas assuma seu filho porque você sabe que é seu. – despejo enquanto ele anda de um lado para o outro. –Ela está fraca, você a trai o tempo todo ou pensa que eu não sei? Não a deixe nervosa. Se não quer ficar com ela fale, se afaste, mas não crie esperança de que vocês vão ser uma família feliz. Só estou pedindo que você garanta que vai assumir e ajudar com o seu filho. – concluo sem esperar resposta e saiu batendo a porta. Encontro a Dani ainda no quarto e conto o que falei. Fiquei com ela o final da tarde e quando ela dormiu decidi ir para casa. Quando estava quase chegando recebo uma mensagem de Pedro, não queria vê-lo hoje, mas já tinha desmarcado antes então vou em casa, tomo um banho rápido coloco um short de renda e uma blusa tomara que caia e vou me encontrar com ele no mesmo lugar de sempre.
-Você parece desligada hoje. – ele fala beijando meu pescoço.
-Eu estou pensando. – afirmo me afastando. –Se eu ficasse gravida sem ser planejado você assumiria?
-Nós nem fizemos nada e você já está pensando em ficar gravida. – brincou nervoso.
-Eu não estou pensando em ficar gravida é só uma suposição. – falo sem explicar.
-É claro que eu assumiria o meu filho. – falou depois de um tempo pensando.
-Mas você acharia que eu engravidei de proposito? – pergunto apreensiva.
-Luize, se uma mulher não quer engravidar ela tem como evitar. – afirma.
-Mas o homem também tem. – retruco na defensiva.
-Tem, mas se o homem não usou camisinha e ela sabe e não se protegeu é porque ela quer engravidar. – afirmou. Eu não tinha pensado dessa forma, pra mim a Dani errou pois permitiu que o Alberto não usasse camisinha e eu não tinha certeza se ela tomou a pilula do dia seguinte então não tinha como argumentar. Como não retruquei Pedro voltou a me agarrar e me beijar. Eu voltei pra casa mais cedo do que estava acostumada quando estava com ele, acho que as perguntas o deixaram nervoso. Fui para o meu quarto e abri devagar a varanda. A casa do vizinho ainda estava com as portas e janelas fechadas e tudo estava escuro então relaxei e me sentei de frente ao computador. Sei que poderia deixar a porta da varanda fechada e nunca mais abrir, mas pedi para fazê-la por não aguentar ficar num ambiente fechado então fingi que não me incomodava o fato daquele homem lindo ter me desconcertado com sua pergunta inconveniente e ignorei. Já estava no computador a bastante tempo quando meu celular começou a tocar, não reconheci o numero e deixei tocar até que ele insistiu tanto que minha paciência acabou.
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Tudo mudou...
RomanceOBRA REGISTRADA... não vacilem, plagio é CRIME. TUDO MUDOU... Conta a historia de Luize monteiro, uma menina simples de vinte e quatro anos, desempregada, sem namorado, sem dinheiro e sem perspectiva, mas com muitos sonhos. Luize tinha problemas com...