Capítulo 26

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Eu ouvia vozes indefinidas, mas ainda estava parada na calçada e sentia meu corpo tremulo. Senti mãos me erguerem um pouco e no meio do meu devaneio identifiquei a voz do Diego em meio a barulho de carros, passos e conversas, estava tudo muito alto e minha cabeça ardia.

-Luize, Luize fala comigo, por favor. – Diego suplicava me abraçando.

-O que aconteceu? – perguntei perdida.

-Um desgraçado acelerou. – falou entre dentes. –Você precisa de um medico.

-Estou, estou bem. – sussurrei ainda aturdida.

-Vou chamar uma ambulância, meu Deus. – exclamou pegando o celular, mas pus minha mão sobre a dele chamando-lhe a atenção.

-Não precisa me tira daqui, por favor. – implorei tentando levantar, meu corpo todo doía, mas procurei não demonstrar.

-Amor, você precisa...

-Por favor, Diego eu só preciso descansar... É serio estou bem foi só o susto que me deixou meio desorientada. – falei tentando convencê-lo.

-Está bem. – aceitou me segurando pela cintura e me ajudando a levantar, eu não conseguia me manter equilibrada facilmente e minhas pernas ainda estavam fracas então o deixei me guiar, a multidão que se formou em volta continuaram conversando alto, mas abriram caminho para passarmos. Diego dirigia em silêncio tenso e me olhava a cada segundo. Meu coração ainda estava disparado e minhas mãos tremiam, minha cabeça zunia o tempo todo. Nunca tinha acontecido nada parecido comigo antes e isso me abalou muito. Olhei para o meu namorado e as lagrimas vieram involuntárias e se eu tivesse morrido naquela calçada? Nunca mais veria o homem que amo. Ele xingou algo que não entendi e freou num encostamento me pegando nos braços segundos depois. –Clama meu amor, você está bem, nada aconteceu.

-Eu poderia ter morrido. – solucei apertando-o.

-Se algo acontecesse com você eu não me perdoaria... Você estava segurando a minha mão, porque soltou? – perguntou inconformado, eu me afastei para olhá-lo.

-Você não teve culpa. – afirmei.

-Eu te amo tanto... Fui incapaz de protegê-la. – falou beijando minhas mãos frias. Ele me levou para a casa dele e como se eu fosse quebrar me colocou no sofá, ainda estava tenso e eu ainda me sentia abalada, mas ambos tentávamos disfarçar. Me beijou levemente nos lábios e me olhou por um tempo.

-Você está bem? – perguntei quando ele se sentou no centro de frente para mim.

-Você está pálida amor, tem certeza que não quer ir ao medico? – questionou. –Pelo menos para garantir que está tudo bem.

-Eu estou bem. Só quero ficar aqui com você e esquecer que isso aconteceu. – falei fazendo-o me abraçar. Algo o preocupava ele me olhava o tempo todo, tocava meus braços e mãos.

-Você está sonolenta? – perguntou quando fechei os olhos.

-Não, eu só... – parei desorientada tentando focar o rosto dele. Meu coração bombeava muito rápido e minha cabeça parecia que ia explodir. Eu senti que sorrir para o Diego, mas seu rosto desfocado parecia desesperado. Ele me encostou no sofá e saiu correndo, voltou minutos depois no celular, falava com alguém.

-Amor, não dorme tá, fica acordada, fica comigo. – pediu verificando meu pulso. –Eu devia tê-la levado para o hospital, que droga de mulher teimosa.

-Ah... – exclamei tentando me ajeitar e ele voltou para o meu lado.

-Vai ficar tudo bem... – garantiu. Não sei quanto tempo passou, mas vi quando os médicos me colocaram numa maca, acompanhados de perto pelo Di.

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