Capitulo 8

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-Ela está bem? - perguntei me levantando.

-Não sabemos dizer senhorita, mas ela já está sendo atendida. Poderá ter melhores informações quando chegar e conversar com o medico. - a atendente falou. Eu me despedi e corri para o banheiro onde tomei um banho as pressas. Como tinha levado os últimos textos para revisar em casa hoje só precisaria leva-lo a revista e liguei para minha chefe para avisar o ocorrido então ela me dispensou com a confirmação que eu deixaria o material na revista antes. Fui imediatamente para lá e depois me dirigi ao hospital, avisei as meninas no caminho. Quando cheguei a atendente não soube me dizer o que aconteceu e me encaminhou para a sala de espera, dez minutos depois um medico veio em minha direção.

-A senhora é a responsável pela Daniela Valença? - questionou me olhando de cima a baixo, fiz o mesmo reparando o quanto ele era bonito e concordei com a cabeça.

-É minha amiga. O que ela teve? - inquiri me levantando.

-Sua amiga teve um aborto. - informou categórico.

-Ela provocou um aborto? - questionei num sussurro.

-Não, o aborto da sua amiga foi espontâneo. - comunicou.

-O senhor tem certeza? - indaguei incrédula.

-Sim. Foram feitas todos os exames necessários e a senhora Valença sofreu um aborto espontâneo, é uma fatalidade, mas é um risco normal. - esclareceu. -Ela perguntou pela senhorita, gostaria de vê-la?

-Claro. - falei rapidamente e ele me levou até uma sala enorme com varias camas separadas por cortinas. Dani estava na terceira e quando me viu começou a chorar compulsivamente, eu a abracei e a esperei desabafar.

-Perdi meu bebê amiga. - soluçava, eu tentei não dizer que se não tivesse perdido ela o teria tirado e continuei abraçando-a. -Porque isso aconteceu?

-Hei, se aconteceu era porque não era para acontecer, entendeu? - questionei limpando suas lagrimas. -Quer me contar o que houve?

-Eu estava dormindo e senti uma dor muito grande, quando vi estava sangrando e corri para o hospital. Quando cheguei já era tarde. - contou limpando as lagrimas.

-E onde está o Alberto? - questionei me sentando ao lado dela na cama.

-Está viajando, foi visitar a família, mas já está voltando. - falou de cabeça baixa. Eu ia responder quando a porta abriu e Jú entrou com Tami, Daniela começou a chorar novamente e nós três ficamos lá consolando-a. Quando ela se acalmou eu resolvi ligar para casa e avisar que passaria o dia com a Dani eté ela ter alta, assim que terminei a ligação e retornava para o quarto vi o Alberto sentado na sala de espera com a cabeça nas mãos, ele parecia arrasado e eu senti pena.

-Alberto, você está bem? - perguntei me aproximando, ele me olhou tristemente e se erguendo me abraçou de surpresa, quando percebi que fiquei sem ação me forcei a abraça-lo. Não gostei da sensação e ele não me largou, não gostava de ser tocada sem consentimento, me sentia sem jeito. Estávamos nos afastando quando a porta abriu e as meninas saíram nos olhando como se visse um ET.

-O que perdi? - Tami perguntou com a mão na cintura.

-Eu estava esperando vocês saírem, como ela está? - ele perguntou olhando para as meninas ainda com a mão na minha cintura.

-Bem, só um pouco abalada. O medico disse que dará alta a tarde. - Jú disse ainda me encarando.

-Vou vê-la. - ele falou entrando no quarto.

-O que foi aquilo? - Tami perguntou apontando para a porta assim que ela fechou.

-Ele me abraçou, acho que para se consolar, não sei. - falei sem entender.

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