Capitulo 16

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Dois dias depois a Leticia voltou e juntas arrumamos a casa para a chegada dos nossos pais no dia seguinte. Eu e o Diego nos vimos e nos falamos todos os dias, mas ele não sugeriu que eu dormisse com ele e acredito que seja para reforçar a declaração de que me queria além da cama. Assim que eu e a Let cobrimos o sofá e guardamos o material de limpeza a porta de casa se abriu.

-Filhas, ajudem aqui. - minha mãe gritou jogando umas bolsas grandes de feira na gente.

-Trouxeram o interior para a cidade? - Leticia perguntou segurando uma caixa.

-Trouxemos algumas coisas. - meu pai disse.

-Poxa, vocês perderam, foi massa. - Felipe falou alegre se jogando no sofá.

-Nem sente. - minha mãe gritou. -Suba e vá tomar um banho.

-Daqui a pouco. - retrucou ligando a TV.

-E vocês moças, como se comportaram? - meu pai quis saber.

-Bem. - respondemos ao mesmo tempo.

-Tá na cara que elas aprontaram. - Felipe se meteu e nós sorrimos. Eu não sabia como tinha sido o ano novo da Leticia porque ela não entrou em detalhes, mas pelo bom humor com que ela chegou acredito que tenha sido ótimo.

-Nos divertimos com o que tínhamos já que vocês preferiram nos abandonar. - falei me sentando perto da Let.

-Ligamos para casa algumas vezes, mas nenhuma das duas atenderam. - meu pai contou nos olhando.

-O senhor não queria que ficássemos em casa o dia todo não é? - Leticia perguntou.

-E porque não ligou para o celular? - perguntei.

-Porque ele queria ter certeza de que vocês estavam em casa. - minha mãe se meteu. -Passou a viajem toda falando que devíamos voltar porque vocês duas estavam aqui sozinhas.

-Eu me preocupo. - ele se defendeu.

-Se preocupa não, não confia. - minha mãe rebateu. Ficamos naquela reunião familiar até quase meia noite matando a saudades quando todos fomos dormir. No dia seguinte minha rotina de trabalho recomeçava e eu tinha preparado uns textos e artigos pessoais sobre sessões antigas que tinham sido passadas para meus colegas com o intuito de mostrar para Mara, minha chefe e com isso sair da correção e ir para a produção de artigos. Assim que apaguei as luzes Diego me mandou uma mensagem dizendo que me esperaria para irmos ao trabalho e surpreendi a mim e a ele quando, no dia seguinte, o abracei na porta de casa na frente dos poucos vizinhos que madrugavam.

-Eu mereci essa recepção calorosa? - perguntou quando se sentou ao volante.

-Se não merecesse não ganhava. - falei.

-Quer almoçar comigo? - perguntou quando parou num sinal.

-Ah, hoje acho que não vai dá eu pretendo mostrar serviço pra ver se consigo subir de cargo.

-Não está satisfeita com o que está fazendo? - perguntou voltando a atenção para a estrada.

-Não é isso, é que eu comecei fazendo as correções dos artigos dos meus colegas apenas como uma experiência e um modo de conhecer o estilo da revista, mas já está demorando para eles me darem trabalho de verdade e decidi que vou lutar por isso. - falei entusiasmada.

-Você é uma ótima escritora, porque não deixa eles verem isso? - perguntou sem me olhar.

-Dí, as coisas que escrevo no blog, as crônicas e textos não são muito o estilo da revista, mas refiz alguns artigos antigos para entregar a Mara e acredito que pode me ajudar a mostrar meu valor. - contei.

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