• Capítulo Um - Os Bieber's não perdoam

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JUSTIN BIEBER
— Toronto, Canadá.

Eu me sentia destruído sentado naquela sala de interrogatório, eu já estava aqui fazia um tempo e não tinha notícias de ninguém, nem dos meus amigos e nem do policial mauricinho que nos trouxe para cá, mas o que mais chamava a minha atenção era o fato de que cada parte do meu corpo doia e eu sabia que tudo isso eram resquícios da traição da Ariana.

A pior parte era que eu também sabia que era culpa minha, ela já havia mostrado que era uma vadia traiçoeira e eu mesmo assim havia escolhido acreditar nela novamente porque parte de mim mesmo sabendo que não deveria queria acreditar que tudo o que ela dizia sentir por mim era verdade.

Ela era uma ótima mentirosa e eu também sempre fui um, mas eu não havia escolhido isso, mentir e jogar com ela quando ela havia feito isso comigo e aí que estava o meu erro, ser sincero com alguém que só iria me trair da pior forma, pisar nos meus sentimentos e ainda destruir tudo o que um dia eu construí.

O nome da minha família viraria uma piada no mundo do crime, eu perderia o respeito que demorei anos para construir e ainda por cima, arrastei toda a minha equipe, aqueles que sempre foram leais a mim, para o mesmo buraco em que estou e tudo isso por causa da Ariana e dos sentimentos que eu nutri por ela.

O amor é uma fraqueza e o perdão é um erro, um erro que eu não pretendo cometer novamente.

— Desculpe a demora. — O policial mauricinho adentra a sala de interrogatório com alguns papéis. — Eu acho que o senhor deve saber porque está aqui, imagino.

— Não tenho a menor ideia.

— Fui informado dos seus negócios ilícitos, senhor Bieber e é isso que traz o senhor até aqui. — Ele se senta na cadeira na minha frente. — Sua esposa apresentou algumas alegações e documentos que podem servir como provas no tribunal.

— Ariana está aqui? — Eu ignoro o que ele está falando.

— Sim, ela também será ouvida, assim como os senhores Butler, Somers e Beadles.

— Eu quero falar com ela, sem você, sem câmeras e sem microfones. — Eu o olho nos olhos, o analisando. — Se você conseguir o que eu quero, eu respondo suas malditas perguntas, caso contrário o seu caso acabou.

— Do que está falando?

— Eu posso ter feito tudo o que você acha que eu fiz ou não. — Sorrio. — As provas que a Ariana apresentou podem se tornar apenas circunstâncias em um tribunal ou seja não servirá de nada, meus amigos e eu sairemos de cabeça erguida daqui enquanto sua carreira será acabada por prender Justin Bieber sem algo concreto nas mangas.

— Você quer uma conversa com sua esposa em troca de uma confissão? — Ele parece pensar na possibilidade. — Mas o que me garante que você não usará essa conversa para garantir que ela faça o que você queira?

— Eu só quero uma última conversa com ela e honestamente, eu não sei porque você está com tanto medo que a gente se fale, afinal segundo você eu só estou aqui por causa dela. — Eu relaxo meu corpo na cadeira. — Você tem a minha proposta e agora eu preciso de uma resposta.

— Meia hora e isso é tudo o que eu consigo. — Ele suspira. — Mas nada feito se ela não topar por conta própria.

— Não se preocupe, ela vai topar.

— Volto daqui a pouco, com ou sem ela. — Ele me olha por uma última vez antes de sair pela porta.

Não sei quantos minutos demoram até que a porta seja aberta novamente, mas ao vê-la eu sinto novamente um nó no meu estômago, já não se trata mais da mulher que eu amei demais, agora ela não passa de um nome na minha lista de vinganças.

— Vocês tem meia hora, qualquer coisa bata na porta, senhora Bieber. — O policial avisa antes de fechar a porta.

Ariana caminha em silêncio até a mesa e se senta na minha frente.

— Fiquei surpresa quando ele me disse que você ofereceu um acordo em troca de falar comigo. — Ela começa falando. — Depois de tudo achei que eu seria a última pessoa no mundo que você iria querer ver.

— Eu quero entender o porquê. — Meu tom de voz soa calmo.

— Eu fiz o que eu tinha que fazer, Justin. — Ela suspira. — Eu sinto muito de verdade, mas era o único jeito de sairmos dessa.

— O quê você pretende agora? — Eu balanço a cabeça em tom de negação. — Deixar o Canadá e ir matar o meu pai?

— Você não sabe o que diz e não entende.

— Na verdade, eu entendo mais do que entendia antes porque agora eu vejo as coisas claramente, você é a vadia que se infiltrou na minha casa, aquela que destruiu a minha equipe e me deixou para morrer. — Eu praticamente cuspo as palavras. — Aquela que depois voltou para a minha casa quando foi mais conveniente, brincou comigo de novo e mais uma vez me traiu.

— Justin...

Eu não deixo ela falar.

— Nessa altura do campeonato, Ariana, depois de tantas mentiras, eu me pergunto se alguma coisa que você já disse para mim foi mesmo real. — Eu ri, sem humor. — Você realmente sentiu algo por mim algum dia? Viu um futuro para nós? Ou até mesmo, eu me pergunto se aquele filho que você perdeu era mesmo meu ou se você apenas me usou como um peão para te ajudar na sua vingança.

— Não ouse dizer isso! — Seus olhos se enchem de lágrimas.

— Você não tem que me dizer o que eu posso ou não ousar dizer, porque você não passa de uma cadela traiçoeira que nunca foi digna de nada que eu fiz por você, eu deveria ter te deixado nos braços daquele otário do Santinelli de verdade e não ter seguido o plano de apenas fingir que você era moeda de troca ali. — A olho com nojo. — Eu deveria ter matado você quando tive a chance, quando eu acordava no meio da noite e você estava dormindo do meu lado na cama.

— Chega, Justin. — Ela se levanta da mesa. — Foi por isso que você me chamou aqui para dizer que era melhor eu estar morta ou sendo abusada por um italiano maldito que matou o nosso bebê?

— Te chamei aqui para tentar entender o porquê você fez o que fez, mas acho que a resposta está clara faz tempo, você não passa de uma vadia que nunca foi digna da minha confiança ou do apoio da minha equipe.

— Eu não tenho que ouvir isso, você está sendo muito injusto comigo e você nem sabe. — Ela chora. — Eu vou embora.

Ela começa a caminhar até a porta, mas para antes de chegar quando escuta a minha voz.

— Uma última coisa, Ariana, o policial que você arranjou me disse que você também passará por um interrogatório, então sugiro que nele você faça o seu pior para garantir que eu fique um bom tempo aqui, porque quando eu sair daqui e pode apostar que eu vou sair, você é a primeira pessoa que eu vou procurar. — Eu abro um sorriso. — E não espere que eu tenha misericórdia, porque não existe mais o cara que era apaixonado por você, só existe o rei e não sei se você lembra, mas os Bieber's não perdoam.

Ariana não me respondeu nada, ela apenas bateu na porta e quando o policial abriu, ela saiu pela mesma sem olhar para trás.

O recado foi dado, agora eu só preciso sair daqui, resgatar os meus amigos e executar a Ariana.

COLD BLOOD [3]Onde histórias criam vida. Descubra agora