COLD BLOOD [3]

• Capítulo Quarenta-Nove - Tudo o que importa para mim

• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

A minha situação com o Christian definitivamente não estava das melhores desde que eu havia decidido dar uma nova chance a Ariana. Ele praticamente não participava das reuniões e gastava quase a maioria do seu tempo tentando achar um jeito de localizar a Caitlin.

Mas por outro lado, a minha relação com a Ariana não poderia estar melhor, depois de termos passado tanto tempo brigando, por hora havíamos conseguido encontrar a paz, coisa que definitivamente estávamos precisando nessa nova fase das nossas vidas. Mas, isso definitivamente não significava que todos os nosso problemas ainda estavam resolvidos.

Haviam muitas feridas a serem remendadas, afinal nós dois havíamos nos machucado demais e por mais que tenhamos concordado em tentar de verdade, eu sabia que ainda não existia uma confiança 100% tanto por parte dela em mim, quanto minha nela.

Sem contar que ela ainda tinha meu pai em custódia, coisa que eu não sei se ela permitirá a liberdade dele ou se de alguma forma ainda pretende continuar com o seu plano de vingança que deu início a tudo isso.

Mas por hora, tudo o que eu mais queria era garantir o bem estar dela por causa do nosso filho e deixar esses problemas a serem discutidos em outro momento. Eu queria curtir o fato de estarmos juntos e principalmente, eu estava feliz por tê-la novamente aqui e nos meus braços.

Abro a porta do meu quarto e ao contrário do que ele estava essa manhã quando eu o deixei, a decoração está totalmente diferente, bem parecida com a que costumava ter na nossa antiga casa e isso com certeza é resultado do passeio da Emily e da Ariana no shopping.

— O que achou? — Ariana foca seus olhos em mim, sentada na beira da cama.

— Acho que agora você pode chamar esse quarto de nosso. — Fecho a porta atrás de mim e caminho em sua direção. — Está a cara do nosso quarto antigo.

— Acho que era essa a intenção. — Ela se levanta da cama e me puxa para um abraço, enquanto suspira.

— Você gostou? — Eu pergunto, retribuindo o seu abraço.

Pensando bem, analisando toda a nossa história, nossas sequências de erros um com o outro, palavras ditas que nunca deveriam ter sido pronunciadas, mas o fizemos como forma de ferir um ao outro porque estávamos magoados.

No fim, nunca importou o que fosse acontecer ou o que tivesse acontecido, tudo sempre ficava no passado, porque por mais que a Ariana fosse a minha ruína e eu a dela, nós também sempre fomos a cura um do outro.

E agora aqui, sentindo ela nos meus braços, definitivamente a Ariana é o meu lar.

— Eu quem deveria estar te perguntando isso. — Ela ri, enquanto se afasta um pouco de mim.

— Eu amei.

— Não queria sentir nesse quarto que você tinha que me esquecer como era a ideia do Christian e nem sentir que eu não deveria lembrar de você, como foi o que fizeram eu me sentir no meu. — Ela me explica. — Queria nos fazer sentir o que costumavamos sentir na nossa antiga casa.

— Se era esse propósito, você conseguiu. — Beijo seus lábios em um selinho rápido e ela sorri.

— Tenho mais uma coisa para te mostrar. — Ela se afasta um pouco de mim, caminha em direção a poltrona e tira algo de dentro de uma das sacolas. — Você está pronto?

— Para tudo. — Eu murmuro, sem a menor ideia do que pode ser.

— Eu achava que estava um pouco cedo para isso, mas a Emily me convenceu e olhando agora, definitivamente me pareceu uma boa ideia. — Ariana se vira para mim segurando uma roupinha de bebê totalmente branca. — Ainda não sabemos o sexo, como eu te disse hoje mais cedo após a consulta, mas nada mais justo que o nosso bebê tenha sua primeira roupinha.

Eu sorrio abertamente olhando ela segurando aquele macacãozinho branco de mangas cumpridas, bordado, mas com nenhum detalhe muito extravagante.

— É lindo.

— Emily disse que deveríamos fazer isso juntas. — Ela me olha nos olhos, parecendo um pouco emocionada. — E eu topei, porque definitivamente quero fazer o enxoval com você, se você topar é claro.

— Nada me deixaria mais feliz do que isso, Ari. — Eu me aproximo dela e a puxo para um abraço novamente. — Tudo parece perfeito agora.

— Mais ou menos. — Ela se afasta um pouco de mim.

— Tem alguma coisa de errado? — Franzo a testa, sem entender. — O bebê está bem? Você está bem?

— Nós dois estamos bem. — Ela se apressa para dizer, ainda segurando a roupa do nosso bebê. — Mas aconteceu algo no shopping hoje e eu não sei muito bem como lidar com isso.

— O que aconteceu? — Agora sou eu quem está preocupado.

— Emily e eu tivemos uma tarde perfeita, compramos tudo isso para o nosso quarto, algumas coisas que ela queria renovar na decoração do quarto dela com o Ryan e tudo mais. — Ariana começa a me contar. — Então ela deu a ideia de comprarmos a roupinha dos bebês e fomos até a loja.

— E? — Pergunto, sem entender muito bem onde essa conversa vai dar.

— Enquanto ela estava escolhendo, eu bati meus olhos e soube que era essa roupinha que eu queria. — Ariana suspira. — Eu estava praticamente na porta da loja, então eu o vi.

— Quem estava lá?

— Vladimir Zokov. — Ela engole seco.

— Ele te viu? — Eu quis saber, me sentindo ainda mais nervoso.

Não acredito que esse filha da puta que matou a minha mãe teve a coragem de pisar em solo canadense.

— Ele sorriu em minha direção, levantou sua xícara e me analisou bem. — Ela praticamente me puxa para si, parecendo abalada. — Ele me viu naquela loja, me viu com a roupa de bebê nas mãos e deve ter juntado 2 + 2 e nessa altura do campeonato já deve saber que eu estou grávida.

— Ariana, ele te ameaçou de alguma forma? — Eu me afasto dela o suficiente para segurar seu rosto, a fazendo me olhar nos olhos.

— Ele não fez nada que eu pudesse considerar uma ameaça, ele apenas sorriu na minha direção. — Ela balança a cabeça em tom de negação. — Mas isso não quer dizer que ele não fará algo, Justin.

— Ariana, olha para mim. — Eu peço e assim ela o faz. — Independente do que esse cara estiver fazendo aqui, eu garanto a você que ele não tocará em você e nem no nosso filho.

— Você promete?

Eu vejo o medo em seus olhos, ela não pode perder mais um filho, ela me disse um milhão de vezes e eu também não definitivamente.

— Eu prometo. — Garanto. — Você e o nosso bebê são tudo o que importa para mim.