• Capítulo Noventa-Seis - Tudo o que eu tenho agora

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• ARIANA GRANDE •
— Moscou, Rússia.

Praticamente fui arrastada para longe de Justin enquanto Chaz tentava o reanimar fazendo uma massagem cardiaca, Edward me abraçava enquanto eu chorava compulsivamente até os médicos chegarem. Zokov deu a ordem e todos os homens que Jeremy havia reunido contra nós foram abatidos.

O coração do Justin voltou a bater e ele ficou internado em casa — pelo menos no que restou dela — sendo assistido por um médico durante 24h por dia e apesar dele estar em um quadro médico considerado estável, ele ainda não havia aberto o olho.

Nossos amigos haviam voltado para casa e todos pareciam concentrados demais em rezar pelo Justin na sala de casa, sem mim, porque eu me negava a sair do seu lado, mesmo que ele ainda não tivesse me dado uma resposta de vida além do seu coração batendo.

A perda estava me consumindo, porque Jeremy antes de morrer havia tirado mais uma pessoa que eu amava de mim e quase me tirou o Justin também. E as palavras de Trevor queimavam em minha cabeça, porque ele havia dado a sua vida pela minha, como uma nova chance para mim, para que eu pudesse ser feliz e ele me pediu para que eu não desperdiçasse isso.

— Eu não sei se você está me ouvindo agora, mas eu espero que esteja. — Eu seguro a mão do Justin. — Eu queria te dizer todas as coisas que não pude dizer antes e sei que a ocasião é péssima, mas é tudo o que eu tenho agora.

Olho para ele, mas ainda sim não há nenhum movimento. Ele parece estar dormindo, se eu ignorar o fato de todos esses fios conectados ao seu corpo.

— Eu passei tantos anos da minha vida odiando o nome Bieber e tudo o que ele representava por causa da morte da minha mãe, que a minha vida inteira girou em torno de um único momento, completar a minha vingança. — Eu conto a ele. — Cheguei a sua casa com um texto decorado e representando um papel que eu mesma havia dado a mim, eu ganhei a sua confiança de forma gradativa e tudo era tão difícil, porque quando eu olhava para você, eu via o seu pai, eu via de forma prática o que você era e acima de tudo o que Jeremy havia feito você se tornar.

Eu ainda me lembro de tudo o que eu disse como se estivesse vivendo agora.

— Mas com o passar do tempo eu comecei a ver em você um lado que eu jamais poderia imaginar que você tinha, um lado que hoje eu sei que você herdou da sua mãe, você não era o que o seu pai queria que você fosse, você era melhor que ele de tantas formas que era simplesmente inevitável não me apaixonar por você. — Eu sorrio ao me lembrar desse momento. — E quanto mais eu me apaixonava por você, mais eu tentava me fazer acreditar que isso tudo era apenas eu representando um papel, mas quando as coisas chegaram no fim, quando só tinha eu e você naquela casa, você se negou a atirar em mim, mas eu fui tão covarde que não consegui fazer o mesmo, e eu queria que soubesse que eu me arrependi todos os dias por não ter abaixado a arma.

Justin continuava impassível e isso me fez suspirar pesado.

— Voltei ao Canadá com o pretexto de querer o apoio da mídia, mas a verdade é que eu queria ver você, queria saber se ainda existia alguma chance de você me perdoar, se ainda existia uma chance para nós. — Eu engulo seco ao me lembrar disso. — Nós sempre fomos um caos, você estava se segurando porque eu era uma mentirosa e eu não podia te culpar por isso, mas não havia como não ceder, eu e você juntos era simplesmente inevitável.

Então nesse momento as lágrimas invadem os meus olhos quando vem na minha memória um dos momentos mais difíceis que já passei na minha vida.

COLD BLOOD [3]Onde histórias criam vida. Descubra agora