• Capítulo Setenta-Oito - Justin não joga em desvantagem

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• ARIANA GRANDE •
— Moscou, Rússia.

Eu estava andando de um lado para o outro naquela enorme sala enquanto passava minhas mãos pela minha barriga de forma desordenada. Eu não me sentia em paz, muito menos em segurança como meu pai havia acabado de me garantir e acho que estar ainda mais apegada a ideia de manter minhas mãos em meu ventre era que eu estava com medo.

Medo de perder novamente um bebê que sequer tive a chance de segurar em meus braços. Isso não era justo.

Mas como poderia explicar tudo ao Justin antes de que ele pudesse me matar?

E pior, mesmo que ele me desse o beneficio de me deixar falar, o que o impedia de não acreditar em mim como ele já havia feito antes?

As coisas agora estavam mais difíceis entre nós do que quando eu deixei o Canadá naquelas circunstâncias suspeitas, porque Justin agora sabe que Zokov é muito mais do que um aliado — coisa que ele jurou naquele tempo que era —, Vladmir agora é meu pai e além de ter me tirado da certeza de uma morte, coisa que sei que o Justin não perdoará, ainda tem o fato de que ele acredita que o dono desse país é responsável pela morte de sua mãe.

Contar a verdade a ele, que seu pai quem é o verdadeiro assassino aqui não é a melhor ideia nesse momento, porque ele nunca acreditará em mim, achará que isso não passa apenas de mais um jogo.

É uma pena que apenas o Justin não perceba que não estamos jogando faz muito tempo.

— Ariana, você precisa se acalmar. — A voz do meu pai soa preocupada.

— Estou vendo o quanto você está preocupado também, então não me peça para me acalmar. — Eu reclamo.

— Nossa casa foi projetada para que ninguém entre aqui. — Angel caminha até mim. — Então não importa o quanto o Justin lute, a casa irá resistir e nós também.

— Não podemos viver aqui pra sempre.

— Edward está vindo com mais reforço, não vamos viver aqui pra sempre. — Meu pai explica. — Só estamos esperando força máxima para que não haja erros e principalmente, que não sobre sobreviventes por parte do Canadá.

Eu não podia culpar o meu pai por estar pensando nisso tudo de forma tão fria, afinal, durante muito tempo ele pensou ter perdido uma filha por causa do Justin e meses atrás ele esteve muito perto de perder outra pelo menos motivo.

A questão é que eu ainda não tinha certeza, eu conseguiria ser tão fria assim de deixar não só o Justin morrer lá fora, mas como os meus amigos também?

Parte de mim espera que eu não seja nenhum pouco misericordiosa, porque sei que o Justin, Christian e até mesmo Jeremy não seriam. Mas parte de mim espera que eu aja diferente pelas pessoas com quem eu me importo.

— Não é só a equipe de Justin que estão vindo para cá, Aaron também. — Eu digo, séria. — O que vamos fazer sobre isso?

— Eu mandei diversas mensagens para que ele fique onde está. — Angel tenta sorrir. — Ele recebeu todas, mas ainda não me respondeu.

Minha irmã estava tentando ser forte por mim, tentando ver um lado positivo nisso tudo, tentando manter a esperanca viva ja que eu não estava conseguindo. Mas só agora eu percebi que ela também tinha suas preocupações e isso incluía o cara que ela ama que estava a caminho quando a guerra chegou.

— Tenho certeza de que ele está bem. — Eu seguro sua mão, tentando ser positiva dessa vez por ela. — Ele é esperto, não vai se colocar em risco até que você diga que está tudo bem.

— Eu sei que ele é esperto e que ele pode se manter a salvo, mas o que está me deixando inquieta é ele não me avisar que está fazendo isso. — Ela suspira.

— Vocês duas precisam se acalmar, porque isso não vai resolver nada. — Agora meu pai quem é sério. — Preciso que você tenha a cabeça no lugar Angel e quanto a Ariana, acho que os motivos são bastante óbvios.

É muito fácil você ser destemido, corajoso e não ter medo de enfrentar qualquer obstáculo que apareça quando não se tem nada a perder. Mas agora, eu não consigo ser a rainha que um dia fui, não quando estou prestes a dar a luz a um bebê, não quando estou vulnerável e sinto que a minha vida depende desses homens que meu pai tem como sua equipe, não quando não posso me proteger sozinha, não quando terei que lutar contra o homem que eu mais amei na minha vida, não quando terei que escolher a morte dele pela minha vida e do nosso bebê.

— Senhor. — Um dos seguranças chama a atenção do meu pai. — O senhor Bieber está aqui e deu três minutos para que vocês deixem com que ele entre.

Minhas pernas praticamente cederam e eu cai sentada no sofá.

— O que? — Meu pai, riu. — Ele só pode estar de brincadeira, quem ele pensa que é para me dar três minutos?

— Justin só diria isso se estivesse em vantagem. — Eu digo, fitando o chão. — Me diga como ele poderia estar?

— Não há como ele estar! — Meu pai me olha nos olhos, confiante. — Não há como ele entrar aqui, a não ser que eu permita e eu não o farei.

— Vamos esperar até que a minha equipe dos Estados Unidos chegue e os cerquem pelo lado oposto, assim não haverá como fugirem. — Eu digo.

— Esse é o plano. — Meu pai sorri, quando nota que eu acabei de pensar no plano que ele está prestes a executar, mostrando o quanto somos parecidos nisso.

— Mas isso não faz sentido. — Eu balanço a cabeça em tom de negação. — Estamos deixando passar alguma coisa, Justin não joga em desvantagem.

O celular da Angel vibra e nesse exato momento eu sinto meu coração acelerar, eu sei que é uma mensagem para ela seja lá qual ela for, mas a questão é que sei que é de Justin e que ele tem algo contra nós.

— Ele não está em desvantagem. — Seus olhos se enchem de lágrimas quando ela mostra a tela para nós. — Eles estão com o Aaron.

COLD BLOOD [3]Onde histórias criam vida. Descubra agora