• Capítulo Setenta-Nove - Havia chegado a hora

63 4 5
                                    

• JUSTIN BIEBER •
— Moscou, Rússia.

O comunicado havia sido dado e nessa altura do campeonato, todos dentro daquela casa já sabiam o sangue de quem seria derramado se eles não permitissem a minha entrada.

— E agora? — Jeremy pergunta.

— Vamos esperar até os portões de abrirem.

— E se eles não te levarem a sério? — Meu pai quis saber.

— Vou meter uma bala na cabeça do nosso querido amigo Aaron aqui para mostrar que isso não é um blefe. — Dou os ombros após analisar o homem amarrado de joelhos. — Então vou força-los a entrar nessa guerra por outro motivo, vingança pela morte do namoradinho da Angel.

Demorei inúmeros meses para que tivéssemos um plano perfeito e além de paciência, isso precisou de muito estudo, analisando os detalhes de forma minuciosa.

Precisei de muito tempo para conseguir achar uma fraqueza neles, Edward estava preso em sua torre junto com o cachorrinho da Ariana, aquele filha da puta do Trevor o que me mostrava que eles estavam intocáveis, assim como Angel, Zokov e a própria Ariana que não saiam de casa.

Não havia como tirar nada deles, pelo menos até as viagens de Aaron se tornarem frequentes a Rússia, o que não tardou para que se reconhecesse o esquema bobo que ele fazia na tentativa de não ser descoberto o padrão de suas viagens. Ele não foi nada esperto, então só precisei calcular a data certa de quando tudo estaria pronto, juntar com quando ele viajaria até aqui novamente para que pudéssemos captura-lo antes que ele chegasse a casa e foi isso que fizemos.

Sabia que não estava fácil chegar a Rússia, principalmente quando Zokov estava controlando até uma bagagem não identificada que chegavam aos aeroportos — sim, fizemos testes — e dessa forma, precisaríamos de uma nova forma de entrar, sem chamar a atenção, sem que ele pudesse nos impedir antes que conseguíssemos pisar em solo russo.

Um avião particular, numa fronteira pequena e pouco vigiada foi a solução. Sem muitos voos, apenas dois com pouco tempo de diferença. Então eu saberia que ele foi avisado da nossa chegada, ele não atacaria até que não tivesse mais opções porque sua prioridade aqui é proteger.

Então ele se guardaria em sua torre com as suas filhinhas e tentaria me ver definhar aqui do lado de fora sem ter como entrar. Uma pena que ele não contava com a minha carta na manga.

Nada seria capaz de me parar agora.

— Você não sabe nada do que está acontecendo nos Estados Unidos? — Chaz indagou.

Sei que de todos nós, ele é o que mais está preocupado, tanto por termos tido aquela conversa sobre ele precisar garantir que Christian saia vivo dessa e não eu, quanto o fato de estarmos tão perto de atacar a Ariana, coisa que sei que está indo contra seus princípios.

— Minha fonte foi executada, lembra? — Caitlin revira os olhos. — Tenho certeza que foi culpa dessa vadia.

Era estranho que eu estava aqui pronto para matar a Ariana e ainda sim tinha que lutar contra o instinto de mandar a Caitlin calar a boca por estar falando dela desse jeito.

O amor e o ódio quando colocados juntos na mesma equação cria situações estranhas, e agora que estavamos no ápice do jogo, prestes a darmos o cheque mate eu conseguia ver isso com mais clareza.

— Isso não está fazendo sentido. — Christian me olha pensativo.

— O que?

— Tudo bem que Zokov tem uma casa dificilmente penetrável, mas com o seu tamanho poder de fogo, por que ele não iria atrás de nós para terminar uma guerra que ainda nem começou? — Ele indaga. — Poderia ter ido até a fronteira tentar nos aniquilar.

— Ele está garantindo a proteção delas. — Digo como se fosse óbvio.

— Não acho que isso seja o único motivo.

— Do que está falando? —  Ergo a sobrancelha.

— Sabe que você me pediu para vigiar os Estados Unidos e faz pouco tempo que todos os voos de todos os passageiros foram cancelados.

— Fala de uma vez o que você tem pra dizer. — Digo sem paciência.

— Nenhuma pessoa tá saindo do país e o que isso tem a ver com a gente? — Caitlin quis saber.

— Os voos continuaram a sair dos Estados Unidos, todos em direção a Rússia, mesmo depois de cancelarem os voos dos passageiros. — Christian suspira. — Entendeu agora?

Eu não precisava de mais informação para entender o que ele estava me dizendo.

— Zokov não está só protegendo elas, ele também está esperando reforço para que não haja chance de que ganhamos essa. — Eu concluo.

— Precisamos fazer com que eles liberem a nossa entrada logo ou seremos executados antes de passarmos pelo portão. — Christian avisa.

Caminho até a enorme câmera que há no portão da frente e abro um sorriso maldoso.

— Tragam o nosso prisioneiro aqui. — Eu ordeno.

Dois dos meus homens praticamente arrastam Aaron que está um pouco machucado e gemendo de forma que sequer dá para entender por conta da fita em sua boca.

— Os minutos de vocês passaram e vocês precisam decidir agora o que vão querer. — Pego a minha arma e engatilho a mesma. — Vocês tem a opção de me deixar entrar e a vida inocente do Aaron será poupada, o que na real temos que concordar que as mãos dele estão mais limpas do que as de qualquer um de nós, ele não teve culpa da família que nasceu, então é uma pena se tiver que morrer por causa do mundo que nunca escolheu.

Aaron se mexe descontroladamente enquanto meus seguranças o mantém perto de mim, o suficiente para que minha arma seja colocada em sua cabeça.

— Ou vocês tem a minha segunda opção e confesso que até gosto dela, mas nela o Aaron morre para que eu prove a vocês que eu estou bastante motivado e aí espero até que a doce Angel venha aqui fora buscar por vingança. — Dou os ombros. — Soa até meio poético não acham?

Mesmo com as minhas palavras, não há um movimento sequer que me mostrem que os portões serão abertos, então eu preciso fazer o que eu disse que faria ou então não serei levado a sério.

— É uma pena que vocês tenham escolhido esse caminho. — Estalo a minha língua no céu da boca e foco a minha atenção na arma que está apontada na cabeça dele. — Quando chegar ao 3, nos despedimos Aaron.

Eu sequer cheguei no dois e então os enormes portões se abriram.

Havia chegado a hora.

COLD BLOOD [3]Onde histórias criam vida. Descubra agora