• Capítulo Oitenta-Sete - Não há nada que eu não possa fazer

86 6 4
                                    

• ARIANA GRANDE •
— Moscou, Rússia.

Toda a minha família estava reunida aqui na Rússia e eu sabia que agora não se tratava mais apenas de manter nossos impérios, mas sim de proteger a minha filha e era por isso que estavam todos aqui, meu bebê e eu éramos a prova viva que agora os Estados Unidos e a Rússia podiam viver em paz como um dia viveram.

Angel estava feliz demais com o Aaron e as vezes eu chegava até sentir um pouco de inveja pela felicidade deles, não porque desejava algo de ruim para eles, mas porque eu também queria isso para mim, só não sabia como poderia conseguir isso.

Justin estava mais vulnerável como nunca aqui sob a minha custódia, mas ele não parecia se importar com o fato de estar preso e praticamente ter perdido o Canadá novamente com o seu pai, durante todas as nossas conversas ele só tentava me mostrar o quanto estava arrependido, o quanto me amava e queria fazer parte da minha vida e da nossa filha.

Mas como simplesmente esquecer o que eu passei naquela casa, como deixar de lado o fato dele não ter acreditado em mim quando eu estava mesmo jogando limpo?

Como esquecer que ele veio até aqui para me matar e a sua atitude quase custou a minha vida e da nossa filha quando ele quem deveria nos proteger nesse momento que foi o mais bonito da minha vida?

Como acreditar em suas palavras agora, como deixar a minha razão de lado — aquela que implora para que eu deixe todos os meus sentimentos por ele de lado e o faça sofrer impiedosamente por tudo o que ele me fez passar — como agir com o meu coração sendo que quando o fiz, ele não acreditou em mim e ainda me traiu?

Nenhuma das minhas atitudes com ele foram boas também no passado e sabia que essa era uma das razões porque tudo havia dado errado, mas por que eu deveria ser mais justa com ele do que comigo?

— Ariana. — Angel está parada na porta do quarto da Hope. — Será que a gente pode conversar?

— Pode falar. — Eu desvio o olhar da minha bebê que dorme serenamente em seu berço para encarar a minha irmã.

— Me desculpe, eu não deveria ter passado por cima do que você havia dito e levar ela para o Justin ver. — Ela suspira. — Eu não vou fazer isso de novo, ela é sua filha e como você disse, ela é sua responsabilidade.

— Você não fez mal. — Suspiro. — Eu só estava tão brava com o Justin e por você ter ignorado o meu pedido que sequer pensei direito, então agi daquela forma, mas você tinha razão.

— Deixou Justin conhecer ela?

— Acho que me arrependeria se não deixasse a minha filha ter um pai. — Eu sou sincera. — Sou abençoada com dois pais maravilhosos, então como poderia tirar isso da minha filha?

— Então você decidiu não mata-lo?

— Eu não sei o que fazer. — Abaixo a cabeça. — Eu odeio demais por tudo o que aconteceu.

— E também o ama. — Ela conclui.

— Desesperadamente, quase como se meu coração dependesse disso. — Eu bufo. — E isso é simplesmente um saco porque seria tão mais fácil se eu não o amasse.

— Tira ele daquela cela. — Angel me olha nos olhos. — Eu conversei com ele antes de você chegar e ele também ama você.

— E também me odeia. — A lembro. — E chegamos até aqui por causa desse ódio.

— Não vi ódio nenhum, só um enorme arrependimento por não ter feito o certo com você antes. — Ela tenta sorrir. — Talvez ele só precise de uma chance, mais uma.

— Eu não sei como amar o Justin agora, não sei como o trazer de verdade para a minha vida depois de todos esses meses lutando para me manter segura dele, com medo dele e principalmente, depois de ter sobrevivido a ele.

— Talvez você só precise trazer o Justin para a vida da filha de vocês. — Ela sorri. — Sei que é o que você quer também.

— Ele me disse que morreria por nós duas.

— E você acha que não morreria? — Angel me olha nos olhos. — Eu não tenho dúvidas que o faria, você viu como ele ficou ao apenas olhar ela?

Eu fico em silêncio.

— Não deve ter dúvidas que ele ama você, mas se tiver, então apenas não duvide que ele ama a filha de vocês.

— Ele me disse que Jeremy não vai perdoar o que houve aqui e que vai voltar atrás de vingança. — Eu suspiro derrotada. — Quando vamos ter paz, Angel?

— Quando Jeremy estiver morto.

— Tenho medo que algo possa acontecer com a Hope quando o avô dela vier atrás de nós.

— Hope? — Ela sorri.

— Foi o nome que eu escolhi. — Eu também sorrio. — Acho apropriado, foi sempre por causa dela, que eu não desisti, que eu não deixei de lutar, que eu não deixei de vencer, porque ela sempre foi a minha esperança e agora ela é a melhor coisa que eu já fiz.

— Ela é a melhor parte de vocês dois. — Angel se aproxima de mim. — E acho que Justin pode ajudar nessa guerra contra o pai dele.

— Vou tirar ele da cela. — Concluo. — Assim como Chaz, acho que me parece apropriado considerando que Ryan, Emily e o bebê estão a caminho.

— Acho uma ótima escolha.

— Acho que o Edward, Zokov e o Trevor não vão ficar muito felizes com isso. — Mordo meu lábio inferior, apreensiva.

— Você já deveria ter percebido que agora é você quem dá as ordens aqui e desde quando você se importa com o que eles pensam? — Ela ri.

— Isso é verdade. — Eu também ri.

— Quanto mais ajuda melhor.

— É acho que você tem razão.

Angel me puxa para um abraço forte de forma abrupta, mas eu não hesito em retribuir.

— Eu só quero que você seja feliz, Ari, assim como eu estou e sei que por mais que você diga que não consegue fazer agora com o Justin, eu sei que consegue. — Ela diz, confiante. — Você além de ser uma Butera, é uma Zokov e uma Bieber, não há nada que você não possa fazer.

Ela tinha razão, eu sou a prova viva da união de todos esses países, não há nada que eu não possa fazer.

Eu só não sei se ainda quero fazer isso.

COLD BLOOD [3]Onde histórias criam vida. Descubra agora