COLD BLOOD [3]

• Capítulo Quarenta-Seis - No futuro, lembre-se que eu te avisei.

• ARIANA GRANDE •
— Toronto, Canadá.

Tudo parecia perfeito agora.

Justin havia pedido várias pizzas e colocado em sequência na TV todos os filmes do Harry Potter para assistirmos juntos.

Ryan estava jogado no sofá com Emily em seus braços, Chaz ocupava a enorme poltrona e eu estava deitada praticamente em cima do Justin no outro sofá.

Era quase como se fossemos uma família de novo, uma que eu sempre senti que fomos e que eu queria novamente que assim fosse.

— O que você está achando? — Justin beija a minha testa, carinhosamente.

— Eu amei a sua ideia, não poderia estar mais perfeito. — Sorrio.

— Fico feliz que tenha gostado, essa era a intenção.

Emily me olha e me lança um sorriso enorme, sei que ela também está feliz por nós, porque assim como eu, ela tambem estava a espera de que as coisas começassem a dar certo para mim e para o Justin.

— Shh. — Chaz reclama. — É a hora que o Harry vai beijar essa tobó.

— Se te serve de consolo, eu também odeio ela. — Faço careta analisando a tela onde mostra Harry e Cho se beijando

— Queria que ele ficasse com a Hermione. — Chaz da os ombros.

— Pois se você acha isso, assistiu errado. — Eu protesto. — Eles se amam, mas apenas como irmãos.

— Isso que dá conversar com poser. — Emily morde sua pizza de chocolate.

— Eu não estou entendendo é nada. — Ryan suspira. — Muita informação para processar.

— Somos dois. — Justin ri.

— Relaxa. — Olho para o meu marido. — A gente tem até o resto das nossas vidas para que eu te explique certinho.

— Vou esperar ansiosamente. — Ele me abraça. — Não há mais como você se livrar de mim.

— Não sei quem é mais meloso, vocês ou o Harry com essa besta. — Chaz faz careta.

— Você precisa arrumar uma namorada, Somers. — Emily ri. — Você está muito reclamão.

Chaz abre a boca para reclamar, mas ele sequer tem tempo de o fazer porque a porta da casa é aberta revelando o Christian com uma aparência de cansado.

— Achei que você tinha morrido, caralho. — Ryan reclama. — Não sabe atender o telefone?

Os olhos de Beadles primeiramente focam em mim e no Justin, que pela primeira vez na frente dele estamos como um casal. Vejo que ele busca algo nessa sala, algo que mostre a ele que éramos fingindo, mas quando ele nota que o que estamos fazendo é genuíno, ele apenas suspira e fecha a porta atrás de si.

— Estava tentando rastrear a Caitlin. — Ele se aproxima de nós, pega um pedaço de pizza e se joga no sofá perto do Ryan.

Por favor, que ele não tenha encontrado essa vagabunda.

Chaz não parece se importar o suficiente com a informação tanto que sequer desvia sua atenção da TV, Emily e eu estamos da mesma forma, Justin e Ryan estão em silêncio, mas sem deixar de prestar atenção nele.

— É sério isso? — Christian ergue a sobrancelha, sem acreditar. — É da minha irmã que estamos falando.

— Ninguém aqui está torcendo para que ela esteja morta, Chaz. — Ryan se defende.

Eu definitivamente estou.

— Mas todo mundo aqui sabe que sua irmã, atrapalha mais do que ajuda. — Justin explica. — As meninas estão grávidas, não tenho certeza se a volta da Caitlin para essa casa ajudaria em algo.

— Isso não importa muito, não é? — Christian revira os olhos. — Não sei onde ela está.

— Ela sabe se cuidar, Christian. — Chaz tenta amenizar o clima ruim que se instalou.

É difícil para o Christian aceitar que seus amigos não se importam com a sua irmã, mas quem mandou ela ser uma pau no cu igual ele?

— Estou confiando nisso. — Christian suspira antes de finalmente fixar os seus olhos em mim e no Justin. — E aí, vai me explicar o que tá rolando?

— Estamos juntos, não está vendo? — Justin arqueia a sobrancelha.

— Mandei se reconectar com ela por causa das câmeras, não fora delas. — Ele retruca.

Sei que Beadles falou isso com a intenção de me afetar e em parte talvez ele tenha conseguido um pouco. Me mexo desconfortávelmente no sofá e vejo o olhar de Justin vacilar, mas assim como pedi que independente do que fosse, que ele conversasse comigo antes de transformar algo em o fim do mundo, eu pretendo fazer o mesmo.

— Você não me dá ordens. — Justin diz, ríspido. — E isso não é sobre me reconectar com a Ariana por causa do bem estar da minha reputação, é porque eu a amo.

Definitivamente eu havia passado tanto tempo preocupada em fazer o Justin me perdoar que ignorei por tempo demais tudo o que poderia estar acontecendo pelas minhas costas. Entretanto, a atitude de Justin agora está me mostrando que talvez ele esteja realmente empenhado na nossa relação, assim como estou.

Mas se eu não tenho motivos para me preocupar, por que estou preocupada?

— Só pode estar brincando. — Christian ri, sem humor. — Depois de tudo, é sério isso?

— Christian... — Chaz começa, mas é interrompido pelo amigo.

— Eu sabia que a permanência da Ariana nessa casa era um erro, sabia que ela faria isso. — Christian não deixa que ninguém fale. — Você está mesmo esperando que ela faça você confiar nela e depois te traia como fez todas as vezes?

— Assim como das outras vezes, se isso acontecer, o erro estará nas minhas costas e não nas suas. — Justin retruca. — Eu acredito nela e isso basta.

— Justin, você não pode estar mesmo tão cego! — Beadles protesta. — Quantas vezes pretende cometer o mesmo erro?

— Isso não está nas suas mãos e eu já te avisei, Christian. — O tom de voz do meu marido é assustador. — Qualquer batalha que você travar contra a Ariana também será contra mim, você se lembra?

— Como quiser. — Christian se levanta puto do sofá. — Mas no futuro, lembre-se que eu te avisei.

Ele não espera a resposta de ninguém, apenas sobe as escadas visivelmente irritado até sumir do nosso campo de visão.

— Parece que ele sabe mesmo como acabar com uma noite tranquila. — Chaz suspira.

— Você disse isso a ele? — Eu olho para o meu marido.

— Qualquer ato contra você também vou considerar que seja contra mim. — Justin sorri, fraco. — Me desculpe por ele ter estragado a nossa noite.

— Com você me dizendo isso, parece impossível que essa noite seja estragada. — Sorrio.

— Eu te disse, você e o nosso filho são a minha prioridade. — Justin acaricia o meu rosto.

Independente do Christian, tudo estava bem.