• Capítulo Sessenta-Oito - Canadá não tem a menor chance

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• ARIANA GRANDE •
— Moscou, Rússia.

A minha relação com a Angel — antes minha inimiga e agora minha irmã — estava melhorando mais a cada dia que passava e eu podia dizer o mesmo  sobre mim e sobre Zokov, apesar de ainda não estar conseguindo o chamar de pai, coisa que eu sei que por mais que ele quisesse, ele entendia minhas razões.

A verdade é que eu já estava mais acostumada com a ideia de estar na Rússia e estava quase conseguindo me sentir completamente em casa aqui, graças a Angel e ao Zokov que estavam fazendo de tudo para que eu me sentisse o melhor possível aqui.

Como aconteceu tantas coisas ao mesmo tempo na minha vida, eu sequer tive muito tempo para recicionar como eu de fato me sentia em relação ao Justin. Mas, de uma coisa eu sabia, agora estávamos iguais nesse jogo maluco que criamos, porque apesar de eu ter a certeza de que eu o amo, parte de mim sabe com muita clareza que eu também o odeio demais.

Só preciso de mais tempo para descobrir qual dos dois sentimentos vai prevalecer e quando isso acontecer, preciso decidir o que acontece com ele, se ele vive ou se ele morre.

— Ariana?

A voz do Zokov preenche os meus ouvidos e eu pisco meus olhos diversas vezes enquanto sorrio sem graça por estar parecendo tão avoada.

— Me desculpe, o que você disse?

A mesa enorme da cozinha estava cheia dos mais variados alimentos para que tivéssemos um jantar agradável. Ele — como um rei de um império — estava sentado na ponta da mesa, Angel e eu cada uma sentada em um dos seus lados livres.

— Sei que ainda é tudo muito recente para você e não sei ao certo como você está se sentindo sobre isso, mas eu tenho que perguntar porque isso faz parte da sua segurança.

— Pode perguntar. — O tranquilizo. — Seja o que for, está tudo bem.

— Depois de tudo o que você me contou que aconteceu na casa do Justin no Canadá aquele dia em que eu te tirei de lá, você acha que tem alguma chance dele tentar vir até a Rússia? — Zokov pergunta, cautelosamente.

Não há medo na sua voz, só uma calmaria intensa, sei que ele está tentando causar o mínimo de desconforto em mim e eu sou grata por isso.

— Eu tenho certeza que ele virá. — Eu sou sincera. — Não acho que vai ser um ataque imediato, porque ele vai querer um plano sem erros e isso leva tempo.

— Alguma forma de negociação? — Ele me olha nos olhos. — Não pretendo entrar em uma guerra atoa.

— A única forma de negociar será se a Angel entregar a sua cabeça por ter supostamente matado a mãe dele e a minha por ser uma mentirosa que estava prestes a trai-lo novamente. — Sou direta. — Justin vai ser paciente até que tenha um plano bom o suficiente e não vai se colocar em uma posição de arriscar tudo para que haja uma negociação, ele vem atrás de retaliação.

— Imaginei que estaria começando uma guerra quando te tirasse daquela casa, só esperava que isso não fosse necessário. — Zokov da os ombros. — Mas, se é isso que tivermos que fazer para nos mantermos seguros, é isso que teremos que fazer.

— E se a Ariana provar para ele que ela está mesmo grávida? — Angel tenta argumentar. — Não acha que há uma chance de parar isso?

— Justin está cego de ódio e isso inclui que ele não acreditará em nada porque segundo ele, tudo não passa de uma manipulação minha, algo que eu usei para mexer com a cabeça dele e ele não deixará que eu faça de novo. — Suspiro, derrotada. — E mesmo que por um milagre, ele acreditasse em mim, isso ainda não tiraria a corda do pescoço do Zokov que ele acredita que matou a mãe dele, o que é culpa minha, peço desculpas.

É triste pensar que deixamos as coisas chegarem nesse ponto, mas a verdade é que no final do jogo, vamos todos para a guerra e não há um modo de ser diferente.

— Não precisa se desculpar por colocar a culpa em mim sobre a morte da mãe do Justin. — Zokov ri. — Você fez o que tinha que fazer.

— Nem deve me culpar mesmo, o seu bilhete e as flores que me mandou que colocaram a corda no meu pescoço. — Faço careta enquanto rio. — Sorte que você se redimiu quando me salvou.

— Garanto que essa não foi a minha intenção. — Ele suspira.

— Eu só estava brincando. — Me apresso para dizer quando noto que o clima mudou. — Justin jamais confiou em mim de verdade, acho que usou o seu bilhete e as flores como pretexto para acabar comigo.

— De qualquer forma, eu sinto muito.

— Não precisa, isso já está no passado. — Garanto.

— Então temos que nos preparar para a guerra. — Angel engole seco.

— Uma guerra que pode acontecer a qualquer momento. — Zokov nos olha. — Então temos que estar preparados.

— O que sugere que façamos? — Angel indaga.

— Vou melhorar a segurança, começar a controlar a entrada de pessoas no país, treinar mais homens para o meu exército e principalmente, vou mostrar que a Ariana está comigo.

— Eu acho uma boa ideia. — Angel concorda.

— O que? — Eu pergunto, sem entender o que ele quer dizer.

— Você é a rainha dos Estados Unidos, casada com o rei do Canadá e agora vou te apresentar ao mundo como minha filha, também herdeira da Rússia. — Ele me diz, sorrindo. — O mundo inteiro saberá que você tem três exércitos a sua disposição e é com você que não se deve mexer.

— Justin está contra mim, o Canadá não conta. — Eu o lembro.

— O mundo não sabe disso, apenas o Justin e garanto que ele quer que as coisas continuem assim, afinal, você quem estava ajudando ele a limpar o nome Bieber da lama. — Zokov dá os ombros. — Depois de todo aquele discurso de vocês no programa da Abigail, duvido que ele vai querer que o mundo saiba da verdade, ele vai querer fazer o que tiver que fazer por debaixo dos panos.

— E como isso me ajuda?

— Nenhum outro império vai ter a coragem de se meter com você, Justin terá que lutar sozinho. — Ele conclui. — E garanto a você, que contra nós, o Canadá não tem a menor chance.

Onde Justin está se metendo?

COLD BLOOD [3]Onde histórias criam vida. Descubra agora