COLD BLOOD [3]

• Capítulo Dezoito - Vai lutar ao meu lado contra ela?

• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

Eu definitivamente não estava surpreso ao assistir a entrevista que a Ariana deu para a Abigail, considerando tudo o que ela disse sobre mim, sobre nós, mas eu estava furioso e tinha todo o direito de estar.

A história que a Ariana levou a mídia — ocultando as partes ligadas à máfia por uma questão de sigilo — ganharia peso e por mais que eu tenha passado anos e anos construindo uma imagem diferente, essa história contada por ela abalaria isso porque ela ainda é casada comigo, viveu na minha casa durante muito tempo e ainda conseguiu sair disso tudo como uma vítima minha.

Ela não tem provas do que diz, mas ainda sim, isso não é muito necessário considerando o tanto de comoção que ela gerou com esse simples discurso e todas essas lágrimas.

— Que filha da puta. — Emily não contém a sua raiva.

— Para, Emily. — Ryan briga. — Isso não faz bem para o bebê.

— Justin diz alguma coisa. — Chaz me olha, sem reação.

Já esperávamos que ela daria uma entrevista para a Abigail, só não esperávamos que seria tão ruim.

— O que você quer que eu diga? — A minha voz soa mais séria do que eu planejo. — Ela fez o seu pior e não deveríamos estar surpresos por isso.

— Liguei para a Abigail ainda a pouco. — Christian volta para a sala. — E para variar, ela não quer te dar o direito de resposta.

— O que? — Eu me levanto, sério.

— A história da Ariana gerou muita comoção e as mulheres vão cair matando em cima da Abigail se ela te deixar falar no programa dela, ainda mais depois de dizer que apoia a Ariana. — Christian suspira. — Por hora, a resposta dela é não, ela não quer arriscar sua reputação.

A verdade é que eu sou o tolo aqui e todos os que estão na minha frente se importam demais comigo para não me dizerem isso, porque sabem que eu vou me sentir ainda pior do que já me sinto.

Passei todo esse tempo pensando na Ariana por mais que ela sempre tenha demonstrado ao contrário em relação a mim. Eu valorizei seus sentimentos até quando não deveria e me esqueci dos meus, principalmente do que eu deveria fazer.

Por mais que eu odeie admitir, meu pai tinha razão, ele me conhecia o suficiente para saber que a única coisa que poderia cegar um homem como eu era o amor, eu mostrei isso a ele quando me envolvi com a Angel e provei agora que a Ariana estava na jogada.

Mas o que eu havia prometido no túmulo do meu filho era verdade, Ariana seria a última mulher que eu iria amar porque o amor nos torna fracos e eu estou definitivamente cansado de me sentir assim.

Ela conseguiu distorcer até a história sobre o nosso filho, apesar de eu ter deixado a ela claro as minhas intenções, isso não era sobre a guerra fria que está acontecendo entre nós, era sobre mante-lo perto de mim.

— O que vamos fazer? — Chaz indaga.

— Precisamos fazer alguma coisa! — Emily parece desesperada. — Ela está acabando com tudo, gradativamente.

— Vamos mata-la. — Eu digo, frio.

— O que? — Chaz abre a boca, chocado.

— Todo mundo nesse mundo sabe o que houve aqui, eu fui parar na prisão por causa da traição da mesma mulher que um dia tentou me matar. — Eu continuo falando, sem emoção. — Se eu não acabar logo com isso, vou parecer ainda mais fraco do que eu já pareço.

Chaz parecia chocado demais para me dizer algo, Christian parecia contente, Ryan estava quieto e Emily parecia ter uma batalha interna acontecendo dentro de si, sabia que ela estava com raiva mas ouvir da minha boca que iríamos executar a Ariana tornou tudo ainda mais real.

— Ela destruiu tudo o que o nome Bieber representou todos esses anos no mundo do crime e agora está acabando com a minha reputação na mídia. — Eu continuo após o silêncio deles. — Ela precisa ser silenciada e não importa o que vai acontecer comigo depois.

— No momento em que a Ariana morrer, todos os holofotes se virarão para você como culpado. — Chaz murmura.

— Não importa se vou passar o resto da minha vida na cadeia. — Dou os ombros. — Nessa altura do campeonato, acho que não me importo com nada além de terminar tudo isso.

— Não vamos deixar chegar nesse ponto. — Christian suspira. — Somos os melhores e a ideia de não existir crime perfeito já caiu por terra, calamos quem tivermos que calar e você vai sair como um homem livre.

— Então é preciso pensar no depois. — Ryan me olha nos olhos. — Você vai precisar levar o seu luto ao público, como alguém que amava a Ariana apesar das mentiras que ela contou.

— O depois a gente se preocupa depois. — Não dou atenção. — Precisamos de um plano bom o suficiente para matar uma rainha.

— Uma rainha que você criou, Justin. — Christian diz. — Ela não era foda quando chegou aqui, se tornou por causa de nós, não deve ser tão difícil quanto foi destronar o Arthur.

— Ela nos usou, já chegou aqui uma rainha, só precisava de um trono. — Eu digo. — Não subestime a Ariana.

— O que você tem em mente? — Christian suspira.

— Vamos armar uma emboscada para ela. — Eu digo, firme. — Quero uma cópia detalhada de toda a sua rotina, o que ela faz, onde vai e com quem vai, só assim vamos saber qual a melhor hora de atacar.

— Seu desejo é uma ordem, Justin. — Christian deixa a sala com um sorriso no rosto.

E depois de tudo o que houve, não posso culpa-lo por estar feliz, mesmo que eu não esteja.

— Você está bem? — Ryan indaga a sua namorada.

— Estou. — Ela diz, de cabeça baixa. — Só acho que no fim, a gente começa a pensar no começo.

— Se você não quiser fazer parte disso, sinta-se liberada da missão. — Eu a olho. — Sei que está com raiva, mas sei o que a Ariana representou para você.

— Eu posso fazer isso, Justin. — Ela me encara. — Por nós, pela nossa família.

— E você pode? — Meus olhos se viram para o Chaz. — Vai lutar ao meu lado contra ela?

Eu também sabia o quanto a Ariana significou para ela, talvez o mesmo que costumava significar para mim.

— Vou, Justin. — Ele garante. — Prometi que nenhuma mulher ficaria no meio da nossa amizade, nem mesmo a Ariana.