COLD BLOOD [3]

• Capítulo Noventa-Sete - Eu acredito em nós

• JUSTIN BIEBER •
— Moscou, Rússia.

Depois que acordei não tardou para que Ariana trouxesse os médicos e me fizesse passar por uma bateria de exames que garantissem que eu estava bem. E ela não saiu do meu lado nem por um segundo, durante a minha recuperação, apesar dos nossos amigos já terem voltado para casa depois da notícia que Jeremy Bieber estava morto.

— Ariana? — Eu me mexo de forma desconfortável na cama.

Definitivamente estou odiando tudo isso.

— Você está bem? — Ela me olha com atenção. — Quer que eu chame alguém?

— Cadê a Hope? — A olho, preocupado.

— Está com a Angel. — Ela me tranquiliza. — Ela está bem.

— Depois pede pra Angel traze-la aqui. — Eu peço. — Preciso vê-la.

— O que foi? — Ariana me olha desconfiada.

— Naquele dia, quando estavamos naquele impasse com as armas apontadas, meu último pensamento foi nela, no quanto eu perderia se eu morresse naquele momento. — Sou sincero. — Eu não iria poder vê-la crescer, começar a andar, ter sua primeira bicicleta, não a veria no seu primeiro dia na escola, eu perderia todos os grandes momentos e ela sequer se lembraria de mim.

— E mesmo assim se jogou na minha frente, mesmo sabendo que poderia morrer. — Ariana me olha. — Por que fez aquilo?

— Porque eu sabia que se eu morresse ali, ela ainda teria você. — Tento sorrir. — Eu cresci sem a minha mãe e você também, queria que a Hope tivesse o que não tivemos e eu sabia que ela estaria segura com você, sem contar que eu não queria que você morresse, então se algum sangue fosse derramado ali que fosse o dos Bieber's.

— Você levou muito a sério o que eu disse sobre provar que morreria por nós. — Ariana da uma risadinha.

— Eu disse que provaria.

— E você conseguiu. — Ela dá os ombros. — Só não faça mais isso, não quase morra para me provar algo.

— Acho que você não acreditaria em mim se eu não tivesse quase morrido. — Eu argumento. — Mas o que eu preciso saber é, você realmente falou sério naquela hora?

— Você ouviu não é? — Ela pergunta, sem graça. — Acho que no fundo esperava que tivesse sido só o reflexo do momento e depois você iria esquecer.

— Jamais poderia me esquecer que eu amo você, Ariana. — Suspiro. — E olha que eu passei tempo demais tentando não amar.

Ariana apenas fica parada me olhando e acho que agora é o meu momento de falar.

— Você entrou na minha vida com uma vingança em mente, algo que há muito tempo havia sido planejado e estava prestes a ser executado e eu te tratei como a minha missão, uma que me levaria até o homem que matou a minha mãe. — Eu começo devagar. — Eu sempre me julguei ser um homem danificado e sem chances de conserto, porque eu não tive um pai, eu tive um chefe, algo que piorou depois da morte da minha mãe, e quando eu finalmente achei que tinha encontrado um resquício de felicidade nesse mundo, eu também perdi a Angel.

Ela não diz nada, mas se mexe de forma desconfortável quando escuta o nome da irmã nessas circunstâncias.

— Achei que nunca mais seria feliz, então decidi que a minha vida deveria ser focada em acumular dinheiro, ser poderoso e punir os meus inimigos, mas isso mudou quando você entrou na minha vida, porque era simplesmente inevitável não amar você e olha que eu tentei de tudo. — Suspiro pesado. — O meu mundo caiu quando descobri sobre suas mentiras e sobre a sua traição, mas eu definitivamente quis morrer naquele momento, quando você atirou em mim e partiu em paz me deixando sangrando.

Ela abaixa a cabeça por breves segundos e então volta a me olhar nos olhos.

— Tentei odiar você, mas eu não consegui, nem mesmo quando você voltou a minha casa depois de ter tentado me matar ou quando você me traiu ao me denunciar para a polícia, manipulando aquele otario do Rick. — Engulo seco. — No fim, eu estava só tão quebrado e envenenado pelas histórias do Christian, que eu pensei que matar você e me matar daria um fim digno a nós e que isso finalmente iria parar de doer.

Os olhos da Ariana se enchem de lágrimas, eu sei que eu estou falando dos meus erros, mas também dos dela.

Não há inocentes nesse nosso jogo.

— E eu quase perdi você, então eu percebi que não existia nada pior do que perder você. — Olho nos olhos dela. — Você é a única mulher que eu realmente amei e você é a única coisa que eu não poderia nunca sacrificar, então se eu tivesse que morrer para te provar isso, para que você pudesse ver que eu realmente te amo e para que você voltasse a acreditar em nós, eu realmente o faria, sem hesitar.

Ela tenta limpar suas lágrimas enquanto soluça, mas elas continuam escorrendo pelo seu rosto.

— Então, eu preciso que você me diga se tudo o que me disse quando achou que ia me perder é real. -— Peço.

— Eu te amo, Justin. — Ela chora. — Eu te amo como eu nunca pensei que eu fosse capaz de amar alguém e eu tive tanto medo de perder você.

Ariana se inclina sobre a cama, ainda sentada na cadeira e joga seu corpo em cima do meu, me abraçando de forma desajeitada.

— Eu estou aqui, estou bem e não vou a lugar nenhum. — Eu garanto.

— Você promete? — Ela me solta e se afasta o suficiente para me olhar nos olhos.

— Não há nenhum lugar no mundo que eu queria estar a não ser aqui com você e a Hope. — Sorrio abertamente enquanto limpo as suas lágrimas.

— Estamos bem? — Ela pergunta de forma cautelosa.

— Estamos bem. — Eu a puxo novamente para mim, mas dessa vez ela sobe na cama se deitado ao meu lado, ficando agarrada mim.

Nesse momento, meu coração se sentia em paz de uma maneira tão boa, eu não conseguia parar de sorrir porque era simplesmente tão certo ter a Ariana aqui em meus braços novamente.

E eu só desejava que se isso fosse um sonho, que eu não acordasse mais, porque agora estava tudo perfeito, não existia mais nada que pudesse nos separar.

— Eu acredito em nós. — Ela diz, após um tempo em silêncio. — Obrigada por não deixar de acreditar e não desistir de mim.

— Eu jamais desistia de você. — Sorrio. — E agora acho que é um bom momento para você tirar a sua aliança dessa corrente e coloca-la novamente no seu dedo, porque isso é real novamente.

— Nunca deixou de ser, Justin. — Ela sorri da mesma forma que eu. — Eu te amo, pra sempre.