• Capítulo Oitenta-Três - Eu ja perdi tudo

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• JUSTIN BIEBER •
— Moscou, Rússia.

Os gritos preencheram a minha cabeça, eu só vi a Ariana no chão sangrando, Zokov gritava por um médico e Angel chorava abraçada com Aaron, Chaz parecia em choque e eu sequer pensei, eu apenas agi nesse momento, levantei a minha arma e atirei, contra o homem que um dia considerei um dos meus melhores amigos, o homem que julguei estar do meu lado sempre, mas acima de tudo, no homem que me traiu e que agora havia tentado matar a Ariana.

O corpo do Christian bateu no chão sem vida por conta do tiro que eu havia dado em sua cabeça e Caitlin gritou enquanto corria até ele balançando seu corpo tentando achar algum vestígio de que ele ainda vivo.

A arma caiu da minha mão e eu corri em direção a Ariana que agora estava sendo colocada numa maca.

— Ela está sangrando muito, nós precisamos remove-la daqui. — Uma equipe de profissionais estavam a levando e eu tentei chegar até eles.

— Se afaste agora! — Zokov ergueu a sua arma em minha direção.

— Não o mate! — Angel grita com o pai.

— Tudo isso é culpa dele!

Eram coisas demais para assimilar agora, eu havia descoberto que meu pai era o assassino da minha mãe, ele era o homem que eu havia buscado a minha vida inteira para me vingar.

Era a traição do Christin — coisa que eu nunca esperei dele — ele havia deixado o ódio pela Ariana o cegar de uma forma tão intensa que sequer pensou em mim, ele estava disposto a sacrificar a vida do meu filho que é inocente se isso significasse que a Ariana morreria e agora eu simplesmente não consigo me perdoar por ter deixado as coisas chegarem a esse ponto.

Eu poderia ter evitado isso se eu tivesse acreditado nela, a mantido a salvo em minha casa, mas eu preferi me render ao ódio e ao ressentimento e isso pode custar a vida dela agora.

— Esse bebê vai precisar de um pai. — Angel argumenta. — Por favor, não deixe o seu neto ou neta te conhecer como o homem que matou o pai dele ou dela.

— Eu não ligo. — Zokov diz, friamente. — Também serei conhecido por esse bebê como alguém que matou o homem responsável pela morte da Ariana.

Eu havia vindo até aqui com a ideia de acolher a morte como uma velha amiga seria melhor do que viver num mundo no qual a Ariana não existisse, eu havia me acostumado com a ideia e até aceitado isso, mas a verdade é que agora eu não quero morrer, não quando preciso executar o meu pai e me manter vivo tempo o suficiente para ver o meu bebê crescer, mas como poderia julgar o Zokov se ele apertasse o gatilho agora quando a culpa da Ariana estar daquele jeito é minha?

— Sei que você acha que isso vai mudar alguma coisa, mas não vai! — Angel parece desesperada para explicar. — Essa decisão não é sua e de ninguém aqui, essa decisão é da Ariana.

— Não sabemos se ela vai sobreviver a isso! — Lágrimas escorrem dos olhos dele e dos meus.

Ambos estamos com medo de perder alguém que amamos.

— Ela vai sobreviver a isso! — Angel é firme. — Ela é forte demais e você sabe disso!

— Ótimo. — Zokov abaixa a arma. — Mas se considere morto se algo acontecer com a Ariana e isso é uma promessa, Bieber.

Então o novo exército entrou, os homens vindos dos Estados Unidos, aqueles que chegaram tarde demais.

Edward vagou seus olhos rapidamente por todo o lugar.

— Cadê a Ariana? — Havia medo em seu tom.

— Ela está fazendo uma cesaria de emergência. — Zokov caminha em direção a ele. — Ela levou um tiro e eu não tive como impedir, eu sinto muito.

— Isso é tudo culpa sua, seu filha da puta desgraçado! — Trevor caminha até mim como um furacão e acerta um soco em meu rosto.

Eu sequer tentei me defender porque eu sabia que eu merecia, na verdade merecia até mais do que isso.

— Chega, Trevor! — Edward briga.

— Se ela morrer, se considere morto! — Ele me ameaça.

— Não tenho intenção de lutar contra isso. — Limpo o sangue que escorreu da minha boca. — Eu aceito a minha sentença.

Chaz caminhou em minha direção e me puxou para um abraço, um que eu sequer tentei fingir que não eu não precisava, então eu simplesmente desabei.

— Ela não pode morrer, Chaz. — Eu choro.

— Você sabe que ela vai conseguir sair dessa! — Ele me abraça forte. — Você precisa acreditar como eu acredito.

— Eu acabei de matar um dos meus melhores amigos e não posso perder ela também.

— Christian fez a escolha dele e você precisou fazer a sua. — Chaz se afasta um pouco de mim para me olhar nos olhos. — Você não vai perder mais ninguém.

— Eu já perdi tudo. — O olho sério enquanto as lágrimas ainda escorrem pelos meus olhos. — Jamais vão deixar que eu veja ela novamente ou que eu segure o meu filho no colo.

— Você não sabe isso. — Chaz diz, mas eu sei que isso é apenas ele tentando fazer com que eu me sinta melhor.

— Você sabe que isso ainda não acabou. — Suspiro. — Ainda tem o Jeremy e agora a Caitlin, como se tudo isso que aconteceu ainda não bastasse.

— Prendam todos. — A voz alta do Edward me pega de surpresa.

Então eu, o grande Justin Bieber que sempre prezei acima de qualquer coisa o meu império assisti meus homens serem levados em custódia pelo exército que pertence a ela.

Eu falhei, mas nunca me senti tão vivo por ter falhado porque assim como Emily havia me dito, eu iria me arrepender pelo resto da minha vida.

Caitlin lutava contra os homens que tentavam a tirar de cima do Christian, mas então finalmente conseguiram algema-la então antes de ser levada com o restante da minha equipe que sobrou, ela me lançou um olhar mortal.

Não há nada mais forte do que um amor que se tornou ódio.

— Jeremy fugiu, senhor. — Avisam ao Edward.

Eu deveria imaginar que ele acharia um modo de sair vivo dessa, pelo menos por enquanto. Mas para ser honesto, ele é a última coisa com que eu me preocupo agora.

— Avisa o Ryan, Chaz. — Eu peço. — Mande ele sumir com a Emily e o bebê, Jeremy vai voltar ao Canadá.

Chaz faz o que eu mando e eu espero sem nenhuma reação até que seja a minha hora de ser algemado e levado.

Eu não me importo comigo, só quero que a Ariana sobreviva.

COLD BLOOD [3]Onde histórias criam vida. Descubra agora