Poderes De Outra Dimensão - 1ª Temporada (CONCLUÍDA)

6 - O Grupo

Segui para a sala de aula me sentindo estranhamente mais tranquila, era como se pouco a pouco aquela tensão começasse a se dissipar, Luke, Tyler e Jason, os únicos da escola a quem eu falava, acreditavam em mim e entendia toda minha situação. Me sentei na cadeira com um sorriso no rosto que eu não conseguia tirar tão fácil, eu só não sabia o porquê, afinal eu ainda estava estacionada no problema. Enquanto o professor de biologia passava sua lição, eu escrevia no caderno com uma música na cabeça, estava sentindo que aquele dia iria ser diferente de todos os outros naquele mês, por eu estar apenas com um bom humor, eu acreditava que tinha sido a Pitaya com o leite condensado.

As horas estavam passando com muita rapidez, logo mais a aula iria acabar e teria o intervalo, no entanto a sala que antes estava um burburinho, como sempre bem faladeira, percebi que o silêncio dominou o lugar, levantei o olhar intrigada, a tempo de ver três homens falando com o professor de biologia, eles usavam um jaleco branco, em suas mãos haviam entre pastas, uma maleta e um tipo de rádio, fiquei atenta prestando atenção neles, até o professor dar espaço pra eles entrarem na sala, que não soou nem mesmo um chiado.

- Boa tarde turma, sou o doutor Brian. Hoje eu vim com meus parceiros mostrar a vocês uma proposta que nossa empresa está impondo para as pessoas, principalmente para vocês, alunos jovens que ainda estão em evolução. - Me remexi na cadeira, aquilo soava como se envolvesse com a ciência, o que me assustava o bastante, principalmente por conta de suas vestimentas. - Nosso laboratório está encontrando remédios nos quais pode salvar a vida de muitas pessoas com doenças terminais e situações nas quais os incomoda. - Olhei de relance para o professor, que se desencostou do batente da porta, com o cenho franzido, prestando atenção nas palavras do doutor Brian. - Eu irei deixando com vocês, uma folha na qual vocês vão assinar seu nome completo para o caso de quererem estar por dentro da nossa empresa e participar do nosso projeto salva vidas... - O professor se aproximou interrompendo o Doutor, que por pouco iria começar a distribuir aquelas folhas, mantive quieta enquanto prestava atenção naquela situação.

- Doutor Brian, eu fico muito feliz com seu projeto e de verdade eu lhe desejo todo o sucesso, mas você não pode oferecer um contrato como esse para menores de idade, eles não são ratos de laboratório, tem responsáveis nos quais não vão aceitar qualquer envolvimento. Ser cobaia não está nos planos desses alunos. - Franzi o cenho com as palavras do professor, de fato aquele homem iria nos colocar em uma enrascada, eu é que não iria aceitar estar envolvida com venenos da ciência.

- Eles não são cobaias, irão apenas experimentar antídotos que podem aprimorar seus sentidos. Temos um gene no qual fora coletado a alguns anos atrás, capaz de transformar a vida desses alunos. - O doutor respondeu, enquanto apertava sua mala contra seu peito, o que havia ali dentro de tão importante para ele estar apertando tanto? No entanto com as palavras dele, uma luz iluminou meu cérebro, me fazendo lembrar da informação que meu tio me passou a alguns anos atrás.

- Aprimorar quais sentidos? Eles só têm dezesseis anos, devem apenas aprimorar o conhecimento. - Senhor Robert olhou nos olhos do Doutor Brian, que soltou o ar pela boca devagar, o brilho sumindo de seus olhos enquanto seus ombros perdiam a força, então com um sorriso nada convincente, o homem e seus dois parceiros seguiram para fora da sala, acenando devagar em nossa direção, tentando não soar tão desmotivados. Na minha cabeça se passava exatamente tudo o que meu tio havia me contado, os cientistas quê roubaram, ou pegaram, líquidos do asteroide quê caiu na terra há dez anos atrás, eram para antídotos, mas por que aprimorar os sentidos, e por que em nós? Tão jovens e... Ainda em evolução. Me levantei devagar enquanto guardava meu material, deixando tudo organizado por precaução, aquela sala gostava de fazer gracinhas de esconder o estojo e caderno dos outros, ao menos a mochila não seria tão fácil. Segui até o professor Robert, com a folha da lição já completa, em mãos, o entreguei com um sorriso em lábios, mas forcei uma expressão enjoada, que o deixou intrigado, levando sua mão até meu ombro e se curvando para me olhar mais de perto.