Poderes De Outra Dimensão - 1ª Temporada (CONCLUÍDA)

7 - O Mal Estar

Abri meus olhos de impulso, enquanto meu corpo agia de automático, me levantei rapidamente enquanto me segurava nas laterais, olhei ao redor sentindo minhas vistas arder, a iluminação havia queimado meus olhos todo esse tempo, mas eu não estava mais na sala de espera da direção, eu estava no ambulatório, havia uma seringa em meu braço, mandando um soro que iria equilibrar minha pressão, mas não foi a isso que me preocupei, mas com a presença sentada do outro lado da cabine.

- Luke? O que está fazendo aqui? - Perguntei levando meus dedos até meus olhos e coçando a pele, sentindo uma tontura ainda consumir minhas entranhas. O loiro se aproximou, segurando meus dedos e fazendo um carinho em minha pele.

- Estou como acompanhante, sabe o quanto me deixou preocupado? - Ele sabia o que havia acontecido comigo? Quando o loiro sorriu ameno e relaxou os ombros, eu percebi que não, eu mesma não conseguia me sentir segura sabendo que poderia haver algum líquido estranho em meu corpo. - Você não comeu nada, não é?

- Só uma fruta, mas isso não é nenhum problema. Eu já sou acostumada com isso, mas eu...

- Se estava atrasada poderia ter pedido pra eu te buscar, não para o Jason. Eu poderia levar até mesmo um café forte pra te manter saciada. - Luke me interrompeu, falando rápido enquanto acariciava minha mão, seus olhos percorriam meu rosto, procurando entender minha expressão, mas o que me assustava era justamente ver que ele não estava nem mesmo interessado em saber sobre meu bem estar, mas com a carona que Jason havia me dado.

- Quando que o assunto virou para o Jason? - Perguntei apertando os olhos com força enquanto encostava minhas costas na maca, sentindo meu corpo muito fraco.

- Está virado desde quando você aceitou a ajuda dele e permitiu que ele falasse aquelas opiniões medíocres sobre você. - Revirei meus olhos enquanto desviava o olhar para outra direção, eu não iria o olhar sabendo que estava errado.

- Acho que você é muito obcecado sobre tudo, deixe ele em paz e me deixe em paz também. Você não respeita os limites e as decisões de ninguém. - Ele era meu melhor amigo e eu deveria entender o lado dele, mas ele não tentava entender o meu, o que me machucava muito. Luke piscou quando meu olhar desviou para nossas mãos juntas, então ele se afastou devagar e soltou meus dedos. - Luke... - Não, eu não ia pedir desculpas, seria ir contra meu orgulho. - Onde você vai?

- O que você acha? Respeitar seus desejos e lhe deixar em paz. - Os olhos dele estavam opacos e totalmente escuros, como se a luz da cabine estivesse apagada. Abri os lábios para protestar sua atitude, mas vi apenas sua silhueta virando a esquerda e saindo do ambulatório, me deixando em paz como eu realmente havia pedido, como assim, tão fácil? Ele costumava insistir até me deixar maluca. Ou talvez eu já estivesse...

Depois que acordei, não passou muito tempo para a enfermeira me liberar, dizendo ela que eu só havia desmaiado por falta de alimentação, isso me deixou bem intrigada, o que aconteceu com os homens fora apenas uma alucinação? Não era possível, eu senti a agulha e o líquido queimar minha pele por dentro, passei meus dedos pelo pescoço, onde senti aquela dor alucinante, a lembrança estava clara, mas a cada vez que eu tentava me lembrar, mais custava a entender se aquilo era real. Eu realmente tinha ido atrás daqueles homens? Eu poderia realmente estar passando mal, o que gerou essas memórias, mas se for assim, o que eu vi a seis anos atrás não era verdade e toda minha busca não passava de uma invenção do meu transtorno psicológico. Não. Jason confirmou e Luke estava do meu lado, eu poderia confiar isso neles, mas Luke tem me pedido tanto para não me envolver com Jason, seria justamente por não ser nada verdade e ele só ter me feito acreditar nisso para poder me humilhar depois? Eu não tinha como ter tanta certeza disso. Eu estava enlouquecendo, nem mesmo pensei na possibilidade de ir para a última aula, decidi correr até a saída da escola, passando pelo segurança, meus dedos ainda estavam em meu pescoço, sentindo a pele ainda dormente.