Quando o relógio soou às duas da madrugada, o sono que deveria nos atingir, simplesmente foi embora, não tinha como ter sono quando a capacidade daquele Homem entrar na casa e arrancar nossos corações, era simplesmente literal. Estávamos no lugar onde ele teve sua última vítima, seria a mesma coisa entrar em um ninho de leões, vão atacar sem nem pensar duas vezes, principalmente por não ter nenhuma viatura aqui. Era como se a polícia soubesse que era ele e pensassem que não havia mais nenhuma solução para aquilo, ele estava na nossa cidade, a última vez aconteceu há seis anos atrás, quando ele matou minha mãe. Era como se ele soubesse de tudo que aconteceu nesses últimos dias.
Jason olhou ao redor, com a chave do carro de seu pai, em mãos, ele apertava o objeto com tanta força que eu poderia ver os nós de seus dedos, totalmente brancos. Luke estava atrás de mim, como se estivesse me protegendo, no entanto ele que deveria tomar cuidado, por ter provocado aquele assassino, pode acabar sendo uma situação suicida. Descemos o degrau da calçada devagar, enquanto olhávamos ao redor, as luzes das casas estavam todas apagadas, apenas o poste de luz iluminava a avenida, mas era fraca demais, os insetos engolia a luz, por conta do calor.
Seguimos até o carro enquanto nossos passos eram silenciosos e rápidos, ratos fugindo de um gato selvagem, quando sentamos no banco, um alívio percorreu nossos peitos, mas não parecia suficiente, eu queria sair daquela rua o quanto antes, talvez fosse o medo que eu sentia de escuro, desde criança. Jason ligou o automóvel e sem nem pensar duas vezes, arrancou os pneus com a velocidade, formando marcas escuras na pista por conta da curva que ele havia feito. Luke estava sentado atrás de mim, suas mãos alcançando meus ombros, por trás. Meus olhos estavam na calçada, vendo as árvores passar conforme íamos saindo daquele bairro. Não falamos nada um com o outro, não tínhamos nada para falar, como se o medo tivesse impregnado nos ossos e a coragem até para abrir os lábios fosse totalmente sugada. Seguimos todos em direção ao bairro no qual eu morava, afinal era a casa onde tinha mais espaço, quem teria coragem de dormir sozinho? Estávamos marcados pelo assassino, ele poderia atacar qualquer um de nós, em ordem aleatória.
Eu não disse nada, eles sabiam que o silêncio deveria estar sobre cada um, enquanto atravessávamos a rua da minha casa, Jason vinha logo atrás de mim, ansioso por conhecer minha nova casa, mas Luke olhava ao redor, receoso, por talvez aquele homem ter perseguido a nós três, não era possível, só se ele tivesse velocidade nas pernas, o que seria ainda pior para nossa salvação.
Abri a porta da frente com cuidado, girando a chave como se eu estivesse com medo de quebrar minhas unhas, mesmo que fossem curtas e ruídas. Indiquei com a cabeça para quê eles subissem a escada, foi então que Luke entendeu meus comandos, obedecendo pela primeira vez. Seguimos de degrau em degrau até o andar de cima, fazendo ainda mais silêncio, afinal meu pai estava dormindo, roncando alto em seu quarto, saberíamos quando ele acordasse. Os dois me seguiram até o último cômodo do corredor, era meu quarto, mas tinha espaço suficiente para abrir os colchões no chão, Luke me ajudou a puxar aquela gaveta da minha cama, onde o colchão reserva ficava preso. Jason deitava o colchão de solteiro no chão, em frente para minha cama. Estávamos preparando para dormir, mas ninguém tinha sono, no máximo apenas o cansaço, não era medo, só a tenção, o receio e a repugna. Não queríamos ser a próxima vítima com um coração arrancado.
Jason preferiu se deitar sem o travesseiro, dizia ele quê não era acostumado com elevação no pescoço, então dei a ele apenas um cobertor. Ele foi o primeiro a dormir, um sono pesado que nem mesmo comigo e Luke conversando, ele não acordaria. Luke nem precisou pedir, ele mesmo sabia onde eu guardava os travesseiros e cobertores reserva, então começou a preparar sua cama enquanto eu prendia meu cabelo para deitar. Não fazia muito tempo que ele havia me visitado, mas era tempo o suficiente para ele se sentir um pouco confortável, fiquei o olhando enquanto ele se deitava e puxava o tecido grosso sobre seu corpo.
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Poderes De Outra Dimensão - 1ª Temporada (CONCLUÍDA)
Ficção CientíficaO Colecionador de Corações que Transforma a Mocinha em Vilã. Olivia nunca acreditou no sobrenatural, mas era obcecada por seriados e casos que não haviam nenhuma explicação decente. Estava rolando uma notícia de um grupo de homens recrutando pessoa...