Poderes De Outra Dimensão - 1ª Temporada (CONCLUÍDA)

18 - A Liberdade

Eu havia decidido que iria tomar uma atitude sobre minha segurança, principalmente meu bem estar mental, então nem mesmo pensei em mais nada, eu já tinha escolhido o que iria fazer, tomei um banho o mais rápido possível, apenas para tirar qualquer vestígio de sangue em minha pele, vesti. Uma calça jeans Skinny, uma blusa de alcinha curta e uma jaqueta de couro preta por cima, iria seguir os conselhos de Julian, que parecia realmente ter sentido em seus comandos. Dobrei a manga da jaqueta, sentindo o clima abafado me deixar com calor suficiente para suar na nuca, então decidi prender meu cabelo em um coque frouxo, mesmo que estivesse com os cachos perfeitamente modelados. Segui com passos firmes em direção até a sala onde Brian se mantinha preso a maior parte do tempo, controlando qualquer tipo de poder no qual um líder poderia, parando em frente a porta, estendi a mão para bater e pedir licença, mas a garota quê esperava, que ficava em segundo plano, havia morrido. Decidi apenas girar a maçaneta e entrar naquela sala minúscula que ele chamava de escritório, atravessei o cômodo após empurrar a porta com força, apoiei meus braços na mesa de Brian e o encarei enquanto ele me olhava como se estivesse me xingando mentalmente.

— Eu quero sair daqui, agora. E você vai permitir minha saída. — Falei com firmeza, sem usar meu poder, apenas sendo exigente o suficiente. Brian apertou os lábios em uma risada, que explodiu segundos depois, então ele jogou a cabeça para trás, rindo como se eu tivesse feito alguma piada. — Não tem graça.

— O quê aconteceu, 240? — Enfim ele perguntou, voltando a me olhar e controlando sua risada, a tempo de apenas tombar a cabeça para o lado, como se meu pedido fosse algo totalmente idiota.

— Não importa, eu só quero sair daqui. — Respondi, mantendo a mesma expressão no meu rosto, de quando entrei em sua sala, Brian ao perceber como eu o olhava, desmanchou aquele sorriso torto e respirou fundo, tendo a certeza de que eu não estava para brincadeira.

— Não está tendo uma convivência muito boa no instituto? — Ele desceu o olhar pelo meu corpo, tentando identificar qualquer sinal que demonstrasse o motivo de minha saída, então seu olhar parou em meus pulsos, vendo algumas manchas em minha pele, como se eu tivesse sido queimada por bitucas de cigarro, mesmo com a Jaqueta de manga longa, ele havia visto minhas cicatrizes do ferimento de mais cedo. — Quem fez isso com você?  — Ele perguntou, dessa vez deixando suas costas eretas e apoiando suas mãos sobre a mesa, olhando novamente em meus olhos, na esperança de ver a dor e a verdade.

— Eu já disse, não importa os motivos de eu querer sair, só me deixe ir. — Soltando o ar pela boca com força, vi a impaciência de Brian, sendo que eu quem deveria me sentir assim, apertei meus dedos para dentro da palma da mão, estava ficando irritada por aquela insistência em saber onde eu iria e por que queria sair.

— Você é nossa cobaia, deve ficar no instituto pela sua própria segurança. — A voz dele demonstrava sua liderança, era como nos tempos de escola, quando não queríamos ir para a aula e pedíamos para a diretora nos levar para casa ou chamar nossos pais, até aprendermos a fingir que estávamos doentes, eles pensavam quê crianças não mentiam e não podiam desacreditar que estávamos mal, só a gente sabia o que sentia na pele.

— Você não me entendeu? Eu quero... — Aumentei meu tom de voz, na esperança de fazê-lo parar de perguntar e apenas afirmar, dizendo que eu poderia sair e realizar meu pedido, no entanto Brian me interrompeu usando um tom de voz quê pareceu estremecer dentro de mim.

— Não é tão fácil assim, Olívia. Você precisa me dizer o motivo de querer tanto sair daqui. Tem algo a ver com a cobaia 212? — Franzi o cenho com sua pergunta, abri os lábios confusa, quem era essa pessoa? Olhei ao redor tentando desviar o olhar do dele, eu não gostava de me sentir perdida.

— Quem é a cobaia 212? — Tive de perguntar, meu tom de voz mais baixo que o normal, abaixei a cabeça, olhando para meus pulsos, prendi a respiração ao me lembrar de como meus ferimentos tinham ficado daquele jeito, eu ainda me sentia magoada.