35 - A Visita Inesperada

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Virei meu corpo de barriga para cima, estava quase recobrando a consciência, senti o calor do sol aquecendo meu rosto, então apertei meus olhos com força, o incômodo sendo o suficiente para me acordar. Meu olhar direcionou diretamente para aquela iluminação em meu rosto, esquentava mais do que o esperado, no entanto, quando enxerguei uma luz branca perto demais de meu rosto, por um momento pensei que eu estava acordando numa cabine do ambulatório e a luz parava diretamente sobre meu rosto, mas um arrepio cortou por todo meu corpo e me deu um choque que me fez respirar ainda mais forte, aquela temperatura e iluminação não era os flashes de sol que passava pela janela de meu quarto, na verdade eu estava extremamente perto da lâmpada, quase encostando em minha testa. Olhei para cima imediatamente, procurando o teto no qual eu estava, mas ali estava minha cama, o guarda roupa e todos meus pertences, levantei meus braços e tentei alcançar meu colchão de forma segura, no entanto eu não conseguia sair de meu lugar.

— Não... — Minha voz soou baixa quando percebi o que estava acontecendo. A última vez que eu estava naquela posição, Ruby erguia sua mão em minha direção e me mantinha presa no teto do salão. Um medo absurdo começou a subir pelos meus pés, eu estava levitando, literalmente todo meu corpo estava voando, como se eu estivesse deitada dormindo no teto, esse tempo todo eu estive voando no meu próprio quarto. O pior não era isso, eu não conseguia sair de meu lugar, como se eu estivesse com a mente travada e não tinha capacidade de voltar ao normal, não conseguia descer de forma alguma, nem mesmo se eu pular, eu não tinha forças. Conforme eu tentava me esticar para cair em minha cama do outro lado, logo abaixo de mim, eu sentia o calor da lâmpada aquecendo meu rosto de uma forma aterrorizante, entrando em um desespero que começava a suar minha testa. — Alguém me ajude! — Soltei minha voz, gritando desesperadamente pelo medo que me assombrava, eu não estava caindo, mas eu estava presa e naquela altura, eu não conseguia discernir se eu poderia cair e me ferir ou eu realmente estava tendo um pesadelo. — Socorro. Aqui, me ajude! — Uma lágrima correu pelo meu olho, marejado a cada minuto em que se passava presa ali, eu tinha de fugir o quanto antes. Olhei para a lâmpada quê esquentava cada vez mais, era como se eu tivesse voado para o teto a pouco tempo, estreitei o olhar com tanta força, sentindo uma raiva por aquele objeto quê não tinha culpa, senti meus ouvidos vibrando conforme uma energia percorria pelas minhas veias. Gritei esperneando e agitando meus pés, a temperatura estava aumentando cada vez mais, me assustava estar tão perto, eu sentia como se fosse explodir a qualquer momento e me cortar ou queimar a qualquer momento. O suor se arrastava de meu rosto para meu buço, deslizava para minha nuca lentamente, não aguentei, comecei a gritar desesperadamente, como se meus órgãos internos estivessem pegando fogo, o que eu não esperava era que a lâmpada fosse explodir literalmente, o zunido em meus ouvidos aumentando, a lâmpada do abajur parecia estar vibrando também, então quando a olhei de cima, vi a tempo daquele pequeno pedaço de vidro se espatifar em vários casos no criado mudo de minha cama, eu ainda conseguia enxergar com a luz do sol, ainda podia ouvir aquela vibração se arrastando de mim para rosto meu quarto, eu queria correr dali, estava com muito medo.

Antes que eu pensasse em gritar novamente, pedindo por ajuda ou chamando atenção para todo aquele barulho em meu quarto, ouvi a porta se abrir, virei meu corpo naquela direção imediatamente, como se fosse uma chance para me livrar daquele aperto, eu estava dura, meu abdômen preso, como se estivesse em uma corda. A primeira pessoa que apareceu, foi a única quê entrou, empurrando mais alguém quê o seguiu, para fora do quarto, como se só a presença dele já era o suficiente, talvez fosse, ainda mais quando percebi quem era.

— Doutor Sullivan. Me ajude, por favor, não consigo sair daqui. — Ele enfim se virou em minha direção, com uma roupa casual, provavelmente depois do que eu tinha feito, não controlado meus impulsos, ele acabou por perder sua superioridade, seu cargo. Eu poderia me sentir mal por ele, se não fosse aquela situação em que eu me encontrava. Então ele apenas estendeu seus braços em minha direção, fazendo gestos com as mãos, como se estivesse me chamando e a única coisa que eu tivesse que fazer, fosse pular.

Poderes De Outra Dimensão - 1ª Temporada (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora