Em meu quarto, eu ficava sentada no chão, as costas encostadas na cama, eu sentia o sol bater em meu cabelo, um coque formado no alto da cabeça, apenas um fio solto caído no meio da coluna, deixando as costas queimar pelo sol, mas eu não fugia daquele calor, apenas continuei a jogar a bolinha de borracha, era uma tonalidade esverdeada, brilhava ao contato com a luz do sol, era pequena, cabia perfeitamente na minha mão. Eu jogava na direção da parede e ela voltava pulando em minha direção. Eu a segurava e jogava, o mesmo ciclo por horas, até parar de jogar, segurando a bolinha em minha mão suspensa no ar, meus olhos guiaram até a porta, ao ouvir uma batida quê me deixou surpresa, eu não tinha falado com ninguém naquele dia, poderia ser qualquer um de meus amigos. Com uma preguiça na qual eu não estava conseguindo controlar, segui até a porta, soltando a bolinha no chão para poder girar a maçaneta, assim quê o espaço para o corredor ficou livre, fui surpreendida por um abraço quê imediatamente retribuí.
- Estou orgulhoso de você. Sua evolução pessoal está melhorando cada vez mais. - Sam comentou enquanto alisava minhas costas quente, talvez sentindo a temperatura de minha pele. Franzi o cenho ao ouvir aquelas palavras, era óbvio quê eu tinha realmente conseguido deixar de lado situações nas quais eu não conseguia me sentir confortável.
- Eu precisava mudar minha visão. - Respondi afastando-me do abraço, Sam deslizou suas mãos pelos meus braços e segurou em minhas mãos, então me guiou até minha cama, iluminada pelo sol que entrava pela janela. - Você quer alguma coisa?
- Eu queria conversar com você perante nossos próximos passos, agora quê sabemos quê não corremos mais nenhum perigo. - Desviei o contato visual para o campo privado do outro lado da janela de meu quarto. - Podemos ir até a cidade juntos, visitar sua escola, não sei, fazer algo fora do normal.
- Fizemos coisas foras do normal todo esse tempo. - Discordei. Eu não estava totalmente errada, afinal eu tinha de fato passado por coisas nas quais eu nunca tinha passado em toda minha vida, eu não as considerava normais de forma alguma. - Mas o quê você sugere?
- Fugir da escola juntos, acampar. Eu gostaria de te levar para o rio perto da minha casa, é um lugar perfeito para fugir desse mundo tão... Confuso. - Assenti em um movimento de cabeça, ele estava certo, tínhamos de fazer algo quê pudéssemos esquecer dos problemas, tudo já tinha sido resolvido até então, não é mesmo? - E sabe... Acabei de me lembrar de uma coisa que não conseguimos terminar. - Sam alisou seus dedos em meu braço, olhando fixamente para meus olhos, o toque subindo até meus ombros lentamente. - Aquela noite, fomos interrompidos...
- Sam! - Uma risada envergonhada saiu de meus lábios, era estranho me sentir tão entregue para ele e ao mesmo tempo estar receosa sobre a atitude ser tomada, eu estava enrolando demais? Eu apenas estava com medo de que em algum momento eu fosse machucar ele ou acabar machucada, era meu maior medo. - Podemos... Começar de novo. - Sugeri, mesmo que por dentro meu corpo estivesse em uma explosão de agitação, eu nunca tinha tomado uma atitude tão intensa como aquela, de fato eu estava me sentindo envergonhada. Sam umedeceu os lábios e alisou minhas costas novamente, levei as minhas mãos até o pescoço dele, apoiando meus pulsos nos ombros e alisando sua pele com a ponta de meus dedos.
- Estou surpreso, Liv está tomando uma atitude sobre nós dois? - Revirei os olhos, uma risada soando de dentro da minha garganta e passando pelos meus lábios quase desafinada, eu nunca tinha de fato me entregado para ninguém, era praticamente alguém inocente em relação ao toque físico além de beijos. Por mais quê até mesmo beijar, era algo no qual eu também não tinha muito conhecimento, afinal, eu entrei nas pesquisas como forma de fugir do luto, o quê me tornou uma pessoa extremamente antisocial e desinteressante, por mais que Tyler soasse como se eu despertasse desejo nele, mas agora eu sabia da verdade.
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Poderes De Outra Dimensão - 1ª Temporada (CONCLUÍDA)
Science-FictionO Colecionador de Corações que Transforma a Mocinha em Vilã. Olivia nunca acreditou no sobrenatural, mas era obcecada por seriados e casos que não haviam nenhuma explicação decente. Estava rolando uma notícia de um grupo de homens recrutando pessoa...