25 - O Conhecimento De Brian

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Sam me olhava com um certo pavor no olhar, percebi que seu tronco de repente inclinou para trás, as pernas curvando enquanto os ombros encolhiam, mas o que me chamou a atenção foi seu peitoral subindo e o queixo erguendo enquanto me olhava nos olhos. Havia duas expressões corporais ali, as pernas, tronco e ombros demostrava que minhas palavras o feriram e que eu estava certa quanto ao que eu falei. Porém o peitoral e o queixo erguido só provava que ele era orgulhoso e que não queria ser visto como uma pessoa fraca. O que eu vi foi o pior, era como se eu sentisse a dor de anos acumulada, a falta de um pai, o medo de ter sido uma escolha, o pavor de saber que nunca mais o veria. Ele estava em um luto que não havia nenhuma solução para aquilo.

— Não era para você sentir isso. — Sam retrucou, afastando um passo de distância de mim e me olhando com aquela feição suspeita, cruzei os braços, protegendo meu eu emocional enquanto deixava uma perna descansando, batendo a ponta do pé no piso. — Você desviou o foco totalmente, deveria ter focado em outro sentimento, poderia estar me mostrando o que você viu.

— Eu não consegui pensar no que deveria fazer, esse foi o sentimento mais forte que achei, não consigo controlar, na verdade, nem sei como fiz isso. — Sam estalou a língua como se não acreditasse em minhas palavras. Fiquei intercalando entre olhar entre seus olhos e seus lábios, ele os mordia com força enquanto me encarava, pensando em palavras-chave elaborados para fugir daquela situação. — O quê aconteceu com seu pai? — Quando percebi quê ele não estava falando nada, tomei a iniciativa de perguntar o que minha curiosidade gritava por dentro, dei um passo em direção ao moreno, erguendo minha mão para encostar nele, mas o garoto apenas deu um passo para trás e ergueu sua mão para me manter distante dele.

— Só contarei com uma condição. — Dei de ombros, não ligava para apostas ou coisas do tipo, estava focada em saber do passado dele tanto quanto o quê aquilo poderia gerar de consequência para mim, o conhecimento de algo desconhecido poderia gerar problemas. — Me deixe curar você, te contarei tudo, prometo. — Abri os lábios para protestar, no entanto, Sam ergueu a mão novamente, porém escondeu os dedos, deixando apenas o indicador levantado, mirando em minha direção como uma ordem.

— Tudo bem. — Respirei fundo enquanto deixava meus braços relaxar na lateral de meu corpo, então Sam se aproximou, olhando no fundo dos meus olhos, sem demonstrar medo da manipulação que eu poderia o infligir, mas eu também estava enfrentando o poder dele, não tive medo, apenas repugna, assim como ele. Sam passou os braços em volta de meu pescoço e me puxou para mais perto, apoiando os cotovelos de leve em meus ombros, senti os dedos dele tocar em meu cabelo, primeiro começou a formigar com a ansiedade de sentir o poder dele, era como uma droga, viciante que te deixa dependente. Olhei no fundo dos olhos dele, enxergando as ondas do mar se agitar, o oceano que havia ali, estava totalmente perigoso, as ondas parecia estar pegando até mesmo três metros de altura. Eu não estava vendo exatamente isso, mas eu imaginava aquilo acontecendo, quando podia ainda sentir o sentimento dele, canalizando lentamente, quase o impedindo de perceber que eu estava fazendo aquilo, ele estava calmo, mas nervoso; Alegre, mas ansioso; Pisquei devagar conforme a ponta dos dedos dele penetrou em meus fios, encostando no couro cabeludo e encontrando a ferida quê tinha sido causada por Neity, um arrepio percorreu minha espinha quando senti como se minha pele estivesse se esticando, regenerando rápido demais, esse era o poder dele, aceleração na criação de células e pele de variadas camadas. Sam não desviava o olhar do meu, parecia estar se sentindo a vontade, fazendo questão de estar pressionando os braços em meus ombros, como se não estivesse mais tão constrangido para demonstrar desleixo. Automaticamente, sem conseguir controlar meu corpo, desci o olhar pelos olhos cristalinos dele, seguindo até os lábios, vendo o formato combinar perfeitamente com o formato da mandíbula dele, a covinha estava me fazendo falta, fazia tempo que eu a tinha visto. — Por quê sua insistência em me curar? — Perguntei-lhe, mesmo sem saber se eu podia falar enquanto ele usava seu poder em mim, Sam piscou devagar enquanto descia uma de suas mãos, acariciando meu pescoço e alcançando minhas costas, passando os dedos gentilmente pela coluna, quase sentindo minha cintura por baixo da roupa.

Poderes De Outra Dimensão - 1ª Temporada (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora