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Apertei os olhos por conta da claridade. 

Que noite de sono estranha. Acordei várias vezes.

Primeiro eu peguei no sono no sofá e Pedro Henrique veio me chamar. 

Eu ainda estava chateada com ele, não nego. Mas fui educada e fui pra cama. 

Dormimos na mesma cama, mas eu em uma ponta e ele em outra. 

Infantil, sei disso. Mas é isso ai. 

Me sentei na cama e olhei ao redor. A maioria dormia ainda. 

Pedro também dormia. O que me dava mais tempo pra pensar no que falar, certeza que hoje ele vai vim falar comigo. 

Ontem ele já tentou, eu que não quis. 

Enfim, me levantei, fiz minhas higienes e fui fazer meu café. 

Depois de comer, fui pra área externa e me sentei no sofá. Ali comecei a pensar. 

Eu estava chateada sim, não podemos negar, mas precisava conversar com o Pedro. 

Ele está lerdando e isso pode prejudicá-lo. 

Sei que não sou mãe, nem nada, ele tem idade suficiente pra saber o que quer, mas sentia que precisava conversar sobre isso. 

Principalmente pois sei que ele não fez por mal, foi por falta de atenção mesmo. Sei que ele nunca me colocaria no paredão. Mas o bonito precisa acordar, ontem fui eu, amanhã pode ser um amigo dele ou até o próprio. 

Não sei quanto tempo se passou, mas quando percebi, Pedro vinha em minha direção. 

-Bom dia. -Ele falou baixo enquanto sentava ao meu lado. Era nítido seu receio. 

-Bom dia. 

-Podemos conversar? 

O encarei séria mas assenti me virando em sua direção. 

-Pode falar. -Pedi. 

-Me desculpa, primeiramente. -Ele começou a falar. -Deveria ter sido mais atento as suas palavras. 

-Sei disso. -Disse. -Continue. 

-Você sabe que nunca iria colocar o seu na reta, fui inocente ao nível master. -Pedro falou me encarando. Ele estava sendo sincero. -Poderia passar o dia todo te pedindo desculpa, vacilei feio com você. 

-Já foi, Pedro. -Sorri nasalado. -Só não faça novamente, se atente aos sinais, converse com seus amigos, tente se proteger e proteger os seus. Só te peço isso. 

-Você está falando isso como se fosse embora... 

-Não sei, estou no paredão. -Dei de ombros. -Mas é sério, acorda, Pedro! Por favor, sei que não gosta de combinar voto, não é muito legal, confesso, mas você está em um jogo, as vezes é necessário. 

O surfista me encarou assentindo. 

-Estou me sentindo um merda. -Ele murmurou fechando os olhos. -Desculpa mesmo, nunca queria que isso acontecesse. 

-Tá tudo bem, Pedro. -Peguei em sua mão e ele me olhou. -Já foi. 

-Posso te abraçar? Desde ontem que não nos encostamos... 

Dei risada de seu pedido e o abracei. 

Pedro colocou sua cabeça em meu pescoço e cheirou meu perfume, me fazendo arrepiar. 

Ficamos abraçados ali durante um tempo. 

Ele com o rosto em meu pescoço e eu passando a mão em seus fios. 

O Improvável  I Pedro ScoobyOnde histórias criam vida. Descubra agora