O recesso de Natal acabou, e agora tenho de ir para a escola e enfrentar os problemas que empurrei com a barriga.
Já nos fundos do condomínio, pego minha bicicleta enquanto meus olhos procuram involuntariamente pela de Daniel. Ela está escorada ao lado da oficina do sr. Miyagi, apesar disso, não vejo nenhum carro amarelo por aqui. Ele provavelmente foi dirigindo à escola mais cedo. Tento não me importar e seguir meu rumo.
Em frente à entrada vejo uma cena que não estava mais acostumada a ver: Johnny Lawrence montado em sua moto, com um capacete na cabeça e outro no braço. Me aproximo dele, que está distraído no horizonte.
— Então meu motoboy particular voltou? — Brinco.
Ele vira a cabeça em um movimento rápido, espantado com minha presença repentina.
— Pois é, gatinha, não se pode ficar de férias pra sempre. — Ele sorriu pra mim e eu sorri de volta. — O que tá esperando? Suba.
Sem contradições, guardei minha bike no lugar que estava e voltei a encontrar Johnny, subindo em sua garupa em seguida.
Andei tanto de moto com esse garoto que nem me assusto mais quando ele decide acelerar um pouco. Me sinto segura em saber que o piloto seja Johnny.
[...]
O dia na escola foi comum. Encontrei Mary, conversamos, tivemos nossas aulas, Johnny as vezes andava comigo, tudo dentro da normalidade. Exceto pelo fato de que Daniel não apareceu. Tenho certeza de que ele saiu de casa essa manhã, então por que não está aqui?
Depois do 4º horário perdi as esperanças. Ele realmente não vem. Eu não estou com vontade de vê-lo, apenas estou preocupada, pode ter acontecido algo. É o que estou dizendo para mim mesma, tentando me convencer que é só uma preocupação comum.
Mary e eu estamos a caminho de nossos armários, já que estamos no nosso intervalo e a próxima aula é em minutos.
— Foi um saco! — Disse Mary. — Meu primo ficou a noite inteira mexendo nas minhas coisas, e quando eu queixava para minha tia, tudo que ela dizia era: "ele é só uma criança, deixa ele brincar". — Imitou uma voz engraçada e nasal.
Mary passou o dia todo reclamando do Natal dela, e dizendo como não suporta seus parentes.
— Pelos menos você passou o Natal com a família, e não com um bando de "estranhos". — Tentei consolá-la.
— Grande coisa! — Exclamou e eu revirei meus olhos.
Ao abrir meu armário, vejo um pequeno papel cair dele. O observo no chão por alguns segundos antes de me agachar para ver.
— O que é isso? — Pergunta Mary assim que eu pego o bilhete.
— Não sei. Alguém colocou isso em meu armário.
Me encontre na praia depois da aula!!!
Era tudo que o bilhete dizia. Eu conheço essa letra.
Mary o tomou de minha mão, e quando leu, fez uma careta.
— Que tédio! Não é mais fácil dizer pessoalmente? E se você não tivesse visto? A pessoa ficaria o dia inteiro esperando. — Reclamou. — Talvez seja alguém querendo te sequestrar.
— Credo.
Peguei o bilhete de volta e guardei em meu fichário.
[...]
Depois da aula, Johnny se ofereceu para me deixar em casa, mas eu recusei. Não estou a fim de explicar que iriei a outro lugar e o porquê. Além do mais, a praia não é tão longe, e o caminho é agradável.
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You're still the one - Daniel Larusso
FanfictionNão importa quantas pessoas tentem entrar em minha vida, você ainda será o único. Música tema: November Rain - Guns 'N Roses