Capítulo 10

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O professor ao fundo explicava sobre algo no qual eu não me esforçava a entender. Na minha cabeça só se passava questionamentos sobre o que Johnny queria falar comigo, parecia algo sério, mas nada grave. Apesar de ele ter afirmado, e não feito um convite, ainda estou pensando se devo ou não ter essa conversa, porque além do fato de não estar muito simpatizada com ele depois dos últimos acontecimentos, não acho que seja algo bom. Infelizmente, existe o meu lado curioso que contradiz a minha razão. O que fazer?

Estava encarando um ponto fixo da sala, refletindo sobre qual decisão tomar. Da maneira que me expresso, dá a entender que é algo importantíssimo, talvez eu seja meio exagerada as vezes. O professor me despertou de meus pensamentos com o barulho do livro sendo jogado a minha carteira.

— Perdão, eu estou te entediando, Senhoria Davis? — Ele me encara sério.

— Não, senhor. — Minha voz sai fraca, pois todos da turma estão com os olhos em mim.

— Parece que aquele canto é mais interessante que a minha explicação. — Ele aponta para o lugar que eu estava olhando. — Preste atenção, ou dê seu lugar a alguém que queira aprender.

Ele não esperou que eu respondesse, e voltou para o quadro negro a nossa frente. Me forcei a prestar atenção dessa vez, já que o professor fez questão de me fazer perguntas sobre o assunto. Eu mereço.

[...]

O som do relógio funcionando me deixava angustiada, faltam poucos minutos para o fim do dia. Usei essas duas últimas aulas para decidir o que fazer, e concluí que irei falar com Johnny, meu lado curioso venceu. Decidi contar a Mary, que estava nessa última turma comigo, o que Johnny me disse na aula de educação física. Senti ela cutucar meu ombro, estava sentada atrás de mim.

— Emma. — Ela cochichou, para que a professora não escutasse. — Já decidiu o que fazer?

— Vou falar com ele. Só estou com medo de que Daniel me veja com Johnny e fique bravo comigo.

— Mas se ele ficar bravo, você vai conseguir o que queria, certo?

— Eu gostaria de arranjar uma ideia onde ele não ficasse irritado ou magoado comigo.

— Não tem como, a não ser que você diga a verdade a ele.

Fomos interrompidas com o sinal indicando o fim da aula. Mary se despediu e saiu da sala, enquanto eu juntava minhas coisas. Quando fui até meu armário para pegar minha mochila, Daniel e Ali passaram por mim, ele me disse um "até depois", e saiu sem olhar para trás.

Caminhei para o lado de fora, olhei em volta, mas não vi Johnny, seu grupo de amigos estavam conversando sem ele. Não iria esperar, então comecei a destrancar minha bicicleta para ir embora. Uma sombra humana apareceu ao meu redor.

— Aonde pensa que vai? — Reconheço a voz de Johnny atrás de mim. Fechei meus olhos com força, depois levantei e me virei de frente para ele.

— Pra casa, a aula acabou. — Sorri e dei de ombros.

— Não seja dissimulada. — Ele sorriu de volta. — Ainda tenho que falar com você.

— Muito bem. — Suspirei. — Então, diga.

— Não aqui, gênio. — Ele segurou meu pulso e me levou até onde sua moto estava. — Pega aí. — Ele pegou um capacete e suspendeu a mão para me entregar.

— Aonde você pensa que vai me levar? — Cruzei os braços.

— Cara, eu só quero falar com você em lugar mais de boa, pode ser? — Ele diz impaciente.

You're still the one - Daniel LarussoOnde histórias criam vida. Descubra agora