No decorrer do filme, os protagonistas contracenaram em uma lanchonete, o que me fez lembrar que não comi nada desde que entrei no antigo trabalho. A queimadura em meu estômago me motivou a levantar e fazer alguma coisa.
Daniel ainda em meu colo, notou que eu queria ir a algum lugar, então se levantou e me observou.
— Quer que eu pause? — Perguntou.
— Por favor.
Acendi a luz que até então estava apagada e vasculhei o armário da cozinha, a procura de qualquer coisa para beliscar. Não estava a fim de preparar algo muito elaborado.
Daniel de materializou ao meu lado, fazendo com que eu me assustasse um pouco.
— Acho melhor fazer pipoca. — Sugeriu. — É mais prático e adequado.
— Tem razão. — Encolhi os ombros.
Depois de pegar tudo que precisava, coloquei no fogo e me apoiei no balcão, esperando começar a estourar. Daniel me fez companhia.
— Sabe o que eu estava pensando? — O olhei, aguardando que continuasse. — A gente podia viajar, só nós dois. Assim que eu puder dirigir, e com a permissão da sua tia, é claro.
— Ah, é? — Perguntei sem colocar fé na ideia. — E para onde você quer ir?
— Não sei... — Admitiu. — Que tal Vegas?
— O que dois menores de idade poderiam fazer de divertido em Vegas?
— Posso arranjar identidade falsa. — Brincou. — Mas sério, não importa onde, apenas queria viajar contigo. — Encolheu os ombros.
— E por quê? — Franzi a testa, com um sorriso ladino.
A essa altura nós estávamos mais próximos do que antes da conversa iniciar, apoiando a lateral de nossos corpos no balcão, nos permitindo ficar frente a frente.
— Talvez eu goste da sua companhia. — Admitiu, com um tom de falso receio. — Mas não é pra ficar convencida.
— Não é como se você tivesse dito algo que eu já não soubesse. — Brinquei.
Ele sorriu e revirou os olhos.
— E também porque — colocou uma mexa do meu cabelo atrás de minha orelha, caminhando para mais perto de mim. — talvez eu queira outros dias como aquele da praia.
— Talvez?
Em resposta, com a mão que estava ao lado de minha orelha, ele deslizou até minha bochecha, segurou e puxou vagarosamente meu rosto, juntando nossos lábios sem muita pressa, provavelmente se certificando se eu tentaria impedir. Não direi que fui pega de surpresa, mas também não posso fingir que estou acostumada com esse tipo de atitude.
Foi um selinho pouco demorado, ele se afastou segundos depois, em uma distância suficiente apenas para olhar em meus olhos, ainda com a mão em meu rosto.
— Tenho certeza. — Finalizou com um cochicho.
Ele sorriu, me fazendo sorrir também, logo depois juntando novamente nossos lábios, porém um pouco mais confiante de que não nos afastaríamos tão cedo.
Segurei carinhosamente seu pescoço com uma de minhas mãos, enquanto a outra se manteve atoa. Já ele, com sua mão livre, segurou firmemente minha cintura, guiando meu corpo até que minhas costas ficassem contra o balcão, com Daniel em minha frente.
A princípio, o beijo era calmo e de certa forma romântico, mas pouco tempo após eu permitir a famosa passagem com a língua, o beijo foi se aprofundando mais a cada segundo que se passava. Sua mão saiu de minha bochecha e deslizou por todo o meu corpo até chegar em meus quadris. Agora com as duas mãos apoiadas lá, ele apertou diversas vezes, me prensando cada vez mais contra o balcão, ação que contribuiu para que minha respiração se desregulasse. Entrelacei meus dedos no cabelo de sua nuca, segurando firme seu ombro com a outra mão.
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You're still the one - Daniel Larusso
Fiksi PenggemarNão importa quantas pessoas tentem entrar em minha vida, você ainda será o único. Música tema: November Rain - Guns 'N Roses