You're still the one - Daniel Larusso

Capítulo 47

A escola está uma tremenda confusão.

Recentemente, nós terminamos os exames finais, mas ainda temos uma semana de "aula" em que, de acordo com a direção, se faltarmos, vamos repetir.

Todos os alunos estão usando esse tempo para trotes ou fazer coisas que normalmente não fariam, já que em poucos dias nós seremos graduados. Além disso, estão todos ajudando na decoração para o baile de formatura, que será no mesmo lugar da festa de Halloween. Ou seja, na quadra.

Mary está elétrica, andando de um lado para o outro, tentando ajudar em cada detalhe para ter certeza de que ficará perfeito. Eu, depois de ajudar com uma coisa ou outra, me cansei e fui me sentar nas arquibancadas, observando o caos acontecer.

— Isso não fica aí, seu imbecil! — Mary gritou enquanto apontava para um garoto. Eu dei risada.

— Oi — sussurraram no meu ouvido e eu saltei de susto.

— Daniel, eu te odeio! — Coloquei a mão no peito, sentindo o coração acelerado.

— Mentira, você me ama. — Ele deslizou o corpo, sentando-se mais perto de mim. — Se Mary vir você sem fazer nada...

— Tudo bem, ela está sendo boazinha comigo esses dias — respondi. — Está animado para o baile?

— Sim e não. — Daniel segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos. — Acho que vai ser legal, mas se eu pudesse congelar o tempo para que esse dia não chegasse, eu faria.

Ri fraco.

— Eu também. — Passei a mão no seu cabelo e beijei sua bochecha.

Ele sorriu para mim, desfazendo assim que olhou para algo acima do meu ombro.

— E aí, Emma — disse Johnny, se sentando ao meu lado. — Isso não te é familiar?

— Isso? — perguntei.

— Sim. Sua amiga dando nos nervos de todo mundo. Pessoas tentando ajudar na decoração. Você sentada triste. E eu aqui, para te alegrar. — Sorriu.

Revirei os olhos, lembrando sobre o que ele está se referindo.

— Eu não estava triste aquele dia.

— Que dia? — perguntou Daniel.

— No Halloween — respondeu Johnny. — Ela estava triste por sua causa, Larusso. — Ele deu um gole no refrigerante que tinha em mãos.

— Por minha causa? — repetiu.

— Eu não sei do que ele está falando — tentei disfarçar, mas ele me ignorou.

— É. Você não correspondia o amor dela — disse Johnny, com um falso tom de tragédia em sua voz.

— Cala a boca! — mandei.

Eu dei um tapa nas suas costas, fazendo ele se engasgar com o refrigerante.

— É verdade, Emma?

O olhei, sem saber o que dizer.

— Bem... não faz diferença. — Daniel abriu a boca para prosseguir o assunto. — Por que você não compra um refri para mim, hm? — O empurrei, incentivando a sair.

Quando o fez, lancei o olhar mais ameaçador possível para Johnny.

— Você já não é muito bonita. Fazer essa cara não ajuda muito, não. — Arregalei os olhos. — É brincadeira, você sabe.

— Não é por isso que estou irritada. Que tal manter a boca fechada?

— Qual é, Emma? Não falei nada demais. E você não deveria se preocupar com as consequências das coisas que disser. Você não vai ter que lidar com elas.