Capítulo 36

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Já é noite. Minha mãe e eu estávamos subindo as escadas a caminho do meu apartamento quando esbarramos com Lucille. Elas se apresentaram e tiveram uma curta conversa. No final, haviam combinado um jantar para se conhecerem melhor, até porque, não se sabe quando minha mãe me visitará de novo.

Depois de combinarem direitinho, nós nos despedimos e fomos cada um para nossos apartamentos. Mamãe massageava a testa, e eu, a olhava com um sorriso.

— Então Daniel deixou de ser meio burro para ser um doce rapaz? — debochei. Ela tinha o elogiado para Lucille.

— Queria que o chamasse de burro para a mãe dele? Além de quê, ser meio burro não o impede de ser doce.

— Ele não é burro! — disse pela milésima vez.

A porta foi aberta por minha tia. Paramos de conversar para olhá-la.

— Oi, gente — disse ao fechar a porta. — Se divertiram?

— Sim. — Minha mãe responder por nós. — Conheci aquele garoto, Johnny. O loiro.

— Eu sei quem é.

— Não acredito que sua sobrinha deixou um garoto daquele escapar.

— Ele é encrenca. Emma não fez menos que o certo.

— Johnny não é encrenca — defendi-o.

— Ah, não? Quantas vezes Daniel apareceu aqui com hematomas causados por esse Johnny?

Ela me pegou.

— E daí!? Isso só torna tudo mais divertido — disse minha mãe, em tom de brincadeira.

— Quer que sua filha cometa os mesmos erros que você, Verônica?

— Tá insinuando o que, Susie?

— Não é insinuação, é afirmação.

— Você duas já vão brigar? — Elas suspiraram e voltaram ao que estavam fazendo. — Lucille nos convidou para um jantar. Você vai, tia?

— Ahn... não, Emma. Eu preciso...

— O que, trabalhar? — completou mamãe.

— Alguém precisa fazer isso, certo? — disse antes de entrar em seu quarto.

Dei um longo suspiro. Acho que nunca mais as verei se dando bem.

[...]

Era domingo, estava perto da hora do jantar na casa dos Larusso. Minha mãe passou a tarde fazendo uma torta para levar.

Já estávamos na porta. Quem nos atendeu foi Daniel. Ele usava uma camisa branca social, calça nova e estava com o cabelo penteado. Franzi o cenho, o medindo. Ele está disposto a mudar a imagem que deixou outro dia.

— Boa noite, entrem — disse ele.

— Querido, não precisava se arrumar por nossa causa — disse minha mãe, entregando a torta a ele.

— Não, eu só... — deixou a frase sumir no ar.

Mamãe foi até a cozinha cumprimentar Lucille.

— Está muito bonito, Larusso — comentei.

— Minha mãe me obrigou, então sem piadinhas.

— Estou sendo sincera.

Ele semicerrou os olhos e eu sorri.

Não demorou muito para que começássemos a jantar. Estava tudo agradável. Minha mãe não disse nada que constrangesse Daniel, e ela parecia estar se dando bem com Lucille.

You're still the one - Daniel LarussoOnde histórias criam vida. Descubra agora