CAPÍTULO II ㅡ Insustentável Leveza

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Park Jimin

ㅡ Jimah! Corre aqui! ㅡ escutei a voz dele me gritando da sala e o obedeci correndo até lá aos tropeços, com a cumbuca da massa do bolo que estava preparando em mãos.

ㅡ O que foi? ㅡ questionei confuso enquanto batia a massa do bolo já na sala.

ㅡ Foi um acidente mesmo que rolou naquela hora! Está passando agora no jornal ㅡ esclareceu alternando o olhar entre mim e a TV ao mesmo tempo que apontava para o eletrônico.

ㅡ Puta merda, um ônibus e uma moto? ㅡ repeti atônito o que acabara de ouvir na reportagem.

ㅡ E parece que o cara ainda está vivo, bota fé?

"De acordo com as últimas atualizações do estado de saúde do motociclista, que foi a única vítima grave do acidente, o jovem sofreu fraturas internas e se encontra inconsciente desde o momento da colisão. Sua identidade permanece desconhecida. Nenhum familiar se apresentou até o momento."

ㅡ Jovem… ㅡ enfatizei meio aéreo, mas ainda focado na televisão, esse detalhe que me chamou atenção ㅡ sempre me choco quando lembro que não tem idade para morrer.

ㅡ Ele não morreu não, Jimah.

ㅡ Eu sei, mas me refiro a esse tipo de situação, tragédia… que pode acontecer e acabar com uma vida de uma hora para outra assim, sem mais nem menos.

Fiquei pensativo. Aquele tipo de coisa mexia comigo.

A matéria sobre o acidente acabou e começou outra sobre futebol. Abaixei a cabeça olhando para a massa do bolo que batia enquanto minha mente era levada para bem longe.

De repente, por um segundo, me lembrei daquele dia e daquela reportagem anunciando aquela tragédia.

ㅡ Você quer ajuda para bater esse bolo? ㅡ Taehyung me tirou do transe ao perceber a lentidão inútil com a qual eu estava misturando aquela massa, totalmente no automático. ㅡ Desculpa não ter uma batedeira, é que é só você que faz essas coisas aqui então não quis gastar dinheiro com isso ainda.

ㅡ Relaxa, só viajei aqui e desfoquei do que estava fazendo ㅡ respondi voltando a depositar minha força no movimento.

ㅡ Eu já tava estranhando achando que não estava dando conta. Logo Park Jimin que é mestre em bater um bolo… ㅡ O cretino lançou essa, me olhando com uma cara maliciosa.

Caí a cabeça para trás numa gargalhada pouco demorada, mas sincera. Ele sempre foi bom em me fazer distrair rápido de qualquer pensamento turvo que tinha potencial para dominar minha mente por dias.

ㅡ Cala essa boca e vai ligar o forno para mim.

ㅡ Sim senhor! ㅡ respondeu se levantando em direção à cozinha ainda com resquícios de riso no rosto.

Já se aproximava das oito da noite, o dia foi cansativo para um caralho. Minha cabeça só queria parar de pensar em trabalho e por isso decidi fazer um bolo. Como sempre fazia quando precisava descansar os pensamentos. Focava em algo que eu pudesse fazer no automático. Algo mecânico, que eu não precisasse pensar muito.

Minha intenção mais cedo era ir para casa e adiantar uns relatórios da seleção para novos contratados da floricultura, avaliar as entrevistas que fiz pela manhã e tarde e tentar concluir logo a primeira etapa da seleção. Mas Taehy viu como eu estava cansado e simplesmente me proibiu de ir para casa, me colocou em seu carro e me levou para o seu apartamento.

Demasiado Humano • OT7Onde histórias criam vida. Descubra agora