CAPÍTULO LVIII ㅡ Deus do Tempo e o Espetáculo do Absurdo

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Aconselho vocês a tomar um cházinho de cidreira antes de ler esse capítulo 😁


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Park Jimin

Sexta-feira, 13 de setembro de 2019


Depois do pessoal nos procurar por quase meia hora, finalmente descemos para cantar o parabéns.

Ele me empurrou para ir primeiro, para não levantar suspeitas. Estava tímido. Esperou meio minuto e veio depois, jurando que nossos amigos eram bobos a ponto de não perceber. A cara de todo mundo quando chegamos à mesa foi impagável. Yoongi e Jeong segurando o riso, Je sequer conseguiu por muito tempo. Mas ninguém disse nada. Já conheciam nosso mais novo, não queriam deixá-lo encabulado.

ㅡ Até que enfim, porra! Vamo logo com isso, antes que eu desista. Parabéns pra… ㅡ Joonie mesmo puxou a cantiga antes que se criasse um clima.

Me encaixei ao lado de Hoseok e comecei a bater as palmas, assistindo de longe Jungkook se enfiar por detrás de Mooamni como se ninguém fosse notá-lo ali.

Perceber que seu sorriso não diminuía nem com ele tentando prolongou o êxtase que me consumia.

Depois do rito de felicitação cantado, o aniversariante disse que era hora de acender a vela. E chamou todo mundo para a área de fumantes. Jeon não parava de olhar para mim. Cochichando com Mooa, que soltava risinhos e também me espiava de canto de olho.

Me senti um adolescente.

Jeong me cutucou o caminho inteiro perguntando se tinha mesmo rolado e como havia sido.

ㅡ E aí? E aí? Me conta!

ㅡ Não consigo. Tô anestesiado.

ㅡ Humm, efeitos de Jeon Jungkook?

Me virei para ele olhando em seus olhos, meu sorriso frouxo foi se intensificando para além do meu controle.

Não me lembrava a última vez que me sentira tão feliz.

Chegamos na área de fumantes, fizemos uma rodinha bem nos fundos. Namjoonie deu as honras acendendo todos os baseados ㅡ foi preciso mais de um para chapar toda aquela galera. Jun e eu ainda em lugares opostos, mas a troca de olhares deixava explícito como eu o queria mais e como ele também me queria tanto.

As borboletas construindo casa no meu estômago. Nem senti a fumaça queimar minha garganta. Minhas mãos latejavam. Tão nervoso. O coração explodindo como um fogo de artifício infinito no peito. Meus pés inquietos batendo no chão e me balançando de um lado para o outro.

Segundo trago, terceiro. Meus músculos tensos relaxando. O nervosismo virando apenas desejo. O mais puro e genuíno desejo.

Tornou-se impossível tirar os olhos dele.

Tudo reduzindo de velocidade ao meu redor, inclusive as vozes. A música. A balbúrdia. Já devia ser o décimo trago, décimo terceiro, sei lá. Tudo se transformando em um borrão desimportante. Não fazia ideia de quantos becks já tinham passado pela minha mão. Eu só via ele no meio daquela bagunça. E ouvia distante a voz de Namjoon gritando que aquele skunk era do bom.

Seok me distraiu com alguma fofoca, gastei um tempo rindo com ele de algo que nem me lembro. Era tão fácil esquecer de tudo quando ouvia sua risada.

Assim que meu peito palpitando forte lembrou de Jeon, me virei para encará-lo novamente não o encontrando no lugar onde estava. Mapeei o arredor o procurando. Nada.

Demasiado Humano • OT7Onde histórias criam vida. Descubra agora