CAPÍTULO IV ㅡ Redoma Entorpecente

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Kim Taehyung

ㅡ Você tem certeza que não quer passar o fim de semana aqui?

ㅡ Tenho, Hyun. Preciso mesmo finalizar aqueles relatórios até segunda. E eu queria aproveitar o domingo para, sei lá, fazer alguma coisa, distrair a mente. Então quero adiantar tudo hoje.

ㅡ Você quer sair amanhã?

ㅡ Ia te perguntar isso, mas já te chamaram para sair hoje e tem mais de uma semana que você não sai para beber com a galera, então provavelmente vai estar só sobrevivendo à ressaca amanhã ㅡ provocou com uma olhada de falso desdém.

ㅡ Calúnia, Park Jimin! Se eu marcar de sair com você amanhã eu vou estar lá independente se eu sair hoje ou não! ㅡ Me sentindo ultrajado levantei o dedo indicador juntamente com o tom de voz, mas claramente bem humorado.

Claramente para nós.

Não sei se qualquer outra pessoa que não conhecesse de perto nossa relação entenderia a comicidade em nossas falas.

ㅡ Bom, então vamos tomar café da manhã na Vieg às 7h.

ㅡ Porra, Jimah. Às sete já é sacanagem da sua parte ㅡ disse contrariado, assistindo ele abrir sua risada típica de quando se delicia com o sabor de me derrotar no argumento. ㅡ Pode ser, hum... um brunch pelo menos? Às 11h?

ㅡ 11h já é praticamente almoço, Taehy. Às dez.

ㅡ Dez horas ainda vai estar de madrugada, Jimah, por favor...

ㅡ 10:30?

ㅡ Hum... beleza. Às 10:30 na Vieg. No quiosque de sempre?

ㅡ Sim, a melhor comida de toda a cidade de Lavínia!

Depois de marcarmos o compromisso para o dia seguinte, deixei Park em sua casa ㅡ me certificando pela quinquagésima vez se ele realmente estava bem ㅡ e voltei para meu apartamento.

Mandei uma mensagem de texto para Zel, enquanto tirava os sapatos na entrada, confirmando que iria para o rolê e fui tomar um banho. Quente e demorado. Me preparando para a noite imprevisível que chegava.

O banho quente era a minha meditação. Onde eu esquecia a existência do resto do mundo. Éramos só eu e o calor da água penetrando meus poros, tentando levar embora cada pensamento que ousasse passar pela minha mente.

Depois do meu ritual demorado. Saí do banheiro para dentro do quarto e me deparei com o silêncio. O vazio que ficava quando Park ia embora. Ou qualquer outra pessoa que estivesse em casa.

Eu gostava do meu ritual solitário do banho, mas sair do banheiro e continuar sozinho já não me agradava tanto.

Totalmente atingido pela realidade, me apressei em alcançar o celular para conectar na caixa de som e colocar uma playlist para tocar, interrompendo o mais rápido possível a tensão do silêncio desconfortável entre mim e o meu vazio.

A melodia contagiante junto da voz de Lizzo cantando Truth Hurts começou a soar por todo o quarto, me levando a movimentar involuntariamente a cabeça para cima e para baixo, acompanhando o ritmo.

Com a toalha enrolada no quadril e os cabelos úmidos ainda pingando, joguei o aparelho telefônico na cama e fui em direção ao guarda-roupas para decidir o que vestir. Não dando uma única passada sequer sem transformá-la em um passo de dança improvisado.

E lá estava, em frente às portas abertas do armário, dançando ㅡ com o cenho franzido e um bico formado automaticamente em pura satisfação, ritmando o bamboleio da cabeça em comunhão com a trilha sonora ㅡ mais uma vez completamente preenchido.

Demasiado Humano • OT7Onde histórias criam vida. Descubra agora