CAPÍTULO XV ㅡ À Flor Da Pele E Do Coração

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Jeong Hoseok

ㅡ A gente devia voltar lá pra dentro, eles vão estranhar.

ㅡ Você acha que ninguém percebeu da última vez?

ㅡ Você acha que perceberam?

ㅡ Provavelmente sim. A gente disse que ia fumar um cigarro e voltamos meia hora depois suados e amarrotados, eles não são tão bobos assim. Mas o que tem de errado também? Não estamos cometendo nenhum crime ㅡ disse abafado contra meu pescoço, me fazendo arrepiar com o calor da sua respiração.

Eu sempre sentia que estava fazendo algo errado.

ㅡ Você sabe o quê que tem... ah, não faz assim...

ㅡ Jeong, relaxa um pouco. Tá tudo bem.

Sua mão apertava meu quadril e lombar depois de ter descido lentamente pelas minhas costas. Ouriçando cada poro da minha pele.

Eu estava na ponta dos pés. Não por não alcançar sua boca, mas por tentar me contorcer sutilmente em locais menos visíveis do meu corpo, mantendo algum controle das minhas reações. Estávamos em um lugar público, afinal. Era quase um beco, mas ainda era a calçada. E precisávamos entrar, já se passara tempo demais desde que avisamos aos colegas de trabalho que iríamos fumar um cigarro em frente ao restaurante-bar-karaokê e afins, como fizemos da última vez.

O que eu estava fazendo da minha vida?

ㅡ Taehy, por favor... ㅡ estava difícil pensar racionalmente com a sua língua umedecendo minha mandíbula. Mas apesar de estar pedindo para voltarmos e minha fala parecer contrariada, eu só queria mais.

ㅡ Você quer que eu pare?

Ele disse baixo e rouco, com aquela voz de quem acabou de secar uma garrafa de vinho sozinho e fumou um maço de palheiros em menos de uma hora, distanciando a boca da minha e me olhando de pertinho. Ainda agarrado na minha cintura e acariciando minha lombar.

Canalha.

ㅡ Hmm... ㅡ grunhi inconformado ㅡ Você sabe que não é sobre isso.

ㅡ Jeong ㅡ afrouxou um pouco o abraço ㅡ, você está se preocupando demais. O rolê deles não depende da gente, com certeza estão se divertindo lá dentro. Sem contar que já estão todos mais pra lá do que pra cá.

ㅡ Você é meu superior, Taehy. É disso que eu tô falando.

ㅡ Ah, isso...

ㅡ É. Isso parece só um detalhe pra você, mas eu posso estar colocando meu emprego em risco.

ㅡ O quê? Jeong, não. Pelo amor de deus. O que a gente tá fazendo aqui não tem nada a ver com o trabalho. Não estamos em serviço ou na empresa. Estamos só vivendo nossas vidas pessoais. Eu jamais colocaria seu emprego em risco por algo pessoal desse tipo.

Era fácil para ele falar. Apesar de ser só mais um funcionário da Magnate, ele tinha mais poder do que qualquer outro da nossa equipe. Simplesmente porque Park o permitia. Era como seu braço direito, para além da sua função oficial. Então se fosse de sua vontade, poderia sim me demitir. E talvez não houvesse, de fato, nenhum motivo para isso naquele momento. Mas a minha mente sempre me levava para os piores cenários e as piores possibilidades.

Principalmente quando eu estava fazendo algo que me deixava feliz.

Como beijar o gostoso do meu, praticamente, segundo chefe.

Autossabotagem era meu segundo nome.

ㅡ Você sai com o Jimin pra beber, vão passear, almoçar juntos. Isso também não estaria colocando seu emprego em risco, considerando essa sua lógica?

Demasiado Humano • OT7Onde histórias criam vida. Descubra agora